Cansei de Ser Sexy (CSS) exalta “protagonismo gay” na música atual e celebra Billie Eilish

Após retornar à estrada, o Cansei de Ser Sexy refletiu sobre as mudanças no cenário da música e como o ambiente se tornou melhor para a comunidade LGBTQIA+.

Cansei de Ser Sexy celebra 20 anos de banda com turnê pelos EUA em 2024
Foto por Gleeson Paulino/Reprodução/Instagram

O icônico grupo brasileiro Cansei de Ser Sexy (CSS) está na estrada celebrando 20 anos de história e encerrou recentemente sua primeira turnê norte-americana em 11 anos.

Enquanto se preparam para tocar no Reino Unido depois de uma década, a vocalista Luísa Matsushita, mais conhecida como Lovefoxxx, e a guitarrista e tecladista Ana Rezende refletiram recentemente sobre o atual cenário da música e como seu ambiente se tornou “melhor” para a comunidade LGBTQIA+.

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Em conversa com o The Independent, as integrantes do influente grupo de Indie brasileiro compartilharam algumas visões sobre a mudança entre a época em que o CSS estourou e o que elas encontraram em seu retorno aos palcos. Lovefoxxx declarou:

O ambiente é muito melhor para as mulheres agora e para as pessoas LGBTQI+, o que é ótimo. Fico muito feliz em ver todos os caras com batom e todo mundo dando uma de louco e esquisito. Eu amo todos os esquisitos por aí.

Ana Rezende complementou a vocalista, apontando como elas têm encontrado outras artistas que também estão relacionando seus trabalhos ao movimento queer:

Somos uma banda 100% queer e somos todas mulheres. Quando estávamos em turnê, éramos apenas nós. Hoje em dia você vê boygenius e Billie Eilish… há tantas coisas gays lá e mulheres fazendo coisas gays. Um protagonismo gay. Isso me faz sentir orgulho de ser humana neste momento.

Em seguida, Lovefoxxx se mostrou bastante feliz ao ser questionada se isso é o “efeito CSS se concretizando”. Sem falsa modéstia, mas relembrando as origens da banda, ela comentou:

Inspiramos tantas pessoas queer em todo o mundo. Eu sei disso porque elas falam comigo, choramos juntas e nos contam como as ajudamos a se reconhecerem. Mas estamos nos ombros de L7, de Bikini Kill, Le Tigre, Bratmobile, Elastica. Tantas grandes mulheres e artistas queer abriram o caminho para nós [mas] estou muito orgulhosa de fazer parte disso.

Não dá pra negar o impacto delas! Ao final da matéria, relembre um trecho do histórico show do CSS no festival Glastonbury de 2007.

Cansei de Ser Sexy

Em outro momento da entrevista, as integrantes do Cansei de Ser Sexy relembraram a estética indie sleaze, que era inspirada em um estilo maximalista e underground, unindo elementos do Rock, Grunge, Emo, Glam e Vintage.

Para as artistas, talvez aquele tenha sido o último momento de mais impacto da filosofia do “Do It Yourself”, que em tradução livre para português significa “faça você mesmo”. Refletindo sobre isso, Ana Rezende apontou:

Há algo de ótimo no fato de as pessoas não terem estado obsessivamente online nos últimos anos [daquela época]. Era mais uma situação de viver o momento. Essa foi a última vez.

Lovefoxxx complementou, lembrando que as pessoas pareciam menos preocupadas na hora de pensar em moda, música e autoexpressão:

As pessoas se vestiam feio e não se importavam muito com isso. Foi muito DIY, tipo coisa que você compra na papelaria, ficou mais criativo. Isso mudou na década de 2010 com a cultura de blogs It Girl. As pessoas queriam ter uma aparência melhor, ser mais atraentes.

Apesar da tendência não continuar tão forte, o CSS ainda mostra ser um forte adepto do DIY, mas de uma maneira atualizada: na entrevista, elas reveleram que atualmente, enquanto Rezende faz a administração da turnê do grupo, Carolina Parra cuida do material técnico e Lovefoxxx fica responsável pelos pôsteres e artes da banda.

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