Desde 2008 fugindo do convencional, a banda Imagine Dragons conquistou uma base fiel de fãs e admiradores por canções eletrizantes e apresentações ao vivo cheias de energia. Fundindo elementos e gêneros musicais, se tornaram potência global ao deixarem claro que não têm medo de ousar, explorando direções que sempre foram alvo de discussões do público ao longo dos anos.
Com LOOM, projeto recém-lançado nessa sexta que tivemos a oportunidade de ouvir em primeira mão, não é diferente. Anunciado na reta final de abril com carta de Dan Reynolds publicada nas redes do grupo, o álbum é exatamente como descrito pelo lead da banda: uma montanha-russa.
Trabalhar nesse álbum foi uma montanha-russa — como sempre é. Alguns dias as músicas vinham de um lugar de tristeza e dores de cabeça e outros de alegria e júbilo. Solidão. Busca. Anseio. Raiva. Amor.
working on this record was a rollercoaster – just as it always is. some days the songs came from a place a sadness and heartache and others joy and jubilance. loneliness. searching. wanting. anger. love.
the beauty of songwriting is that it as always…
— Imagine Dragons (@Imaginedragons) April 22, 2024
Os estadunidenses nos deram um gosto dessa nova era ao lançarem dois singles: “Eyes Closed” e “Nice to Meet You”.
Enquanto a primeira música tem o privilégio de abrir o novo capítulo do Imagine Dragons entregando uma pegada um pouco rap-rock, um pouco pop, um pouco alt e até mesmo um pouco eletrônica, o segundo single tenta se aventurar em ares dançantes, resultando em uma faixa extremamente comercial e genérica.
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Riscos fora da zona de conforto
O caminhar do Imagine Dragons é fascinante, e Reynolds já confirmou:
Quando criamos, criamos sem limites, sem regras. Achamos emocionante fazer música que pareça diferente e nova para nós.
Mas, até que ponto a criação sem limites pode ser favorável? É fundamental reiterar que estar um passo a frente não significa necessariamente estar na direção certa, e assim surge o principal problema do novo material de estúdio.
Músicas que apresentam potencial e trazem sensações de “quero mais”, tais como “Fire in These Hills” e “Kid”, disputam espaço e tentam salvar uma bagunça generalizada.
O direcionamento do álbum é confuso, e o fato dele ser extremamente curto (são 10 faixas que transitam entre os 2 a 3 minutos de duração) não colabora nem um pouco. A faixa inicial “Wake Up” já causa estranheza, principalmente por aparentar ter um bom potencial, mas infelizmente não entrega o “algo a mais” necessário para causar interesse nas demais faixas.
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Algumas das composições se mostram fracas, com repetições além do necessário, deixando as músicas pobres em conteúdo. Também é fundamental destacar que a reta final do álbum tem uma sequência divertida, mas decepciona ao chegar no gran finale: a última canção nada mais é que o remix da terceira música (“Eyes Closed”) com o colombiano J Balvin.
LOOM
Ser injusto e ignorar todo o trabalho apresentado junto do legado criado pela banda é algo completamente inviável. Mesmo que LOOM seja decepcionante, reconhecer o experimentalismo do Imagine Dragons é o principal fator para compreendermos a dimensão e o tamanho da banda pelo mundo — algo que muitos outros grupos tentam fazer sem o mesmo sucesso.
Ao mesmo tempo, é impossível não dizer que a decisão de desbravar novos mundos aparentando não ter o controle do que está fazendo é preocupante. LOOM é esquecível, mas fundamental para reconhecer momentos de glória e momentos de erro – e talvez possa funcionar melhor nas apresentações ao vivo.
A banda, aliás, é uma das atrações confirmadas na edição comemorativa de 40 anos do Rock In Rio. Eles se apresentam no Palco Mundo do festival no dia 14/09, e os ingressos para este dia em específico já se esgotaram. Segundo Dan Reynolds, também acontecerão shows solo a serem divulgados em breve!