Diogo Defante é uma figura única no entretenimento brasileiro, conhecido por seu humor irreverente e projetos musicais difíceis de categorizar. O que muita gente ainda não se atentou é que Defante iniciou sua carreira como baterista da banda Let’s Go, onde permaneceu por sete anos antes de migrar para o humor em 2012.
Desde então, conquistou milhões de seguidores nas redes sociais com seu personagem Repórter Doidão, que realiza entrevistas nas ruas de maneira excêntrica e cômica. Seu sucesso o levou a cobrir a Copa do Mundo no Catar em 2022 pela CazéTV, e no final de 2023 foi eleito o Homem do Ano da Internet pela revista GQ.
Continua após o vídeo
Tífane: O novo álbum de Diogo Defante
Agora, Defante está prestes a embarcar em novas aventuras internacionais, cobrindo a Eurocopa na Alemanha e as Olimpíadas de Paris, novamente pela CazéTV. Mas, além de sua atuação como repórter, ele continua a explorar sua paixão pela música.
Seu segundo álbum, Tífane, chegou às plataformas na última semana, trazendo uma mistura de estilos musicais com a essência do rock. O álbum vai além do EP de estreia, Robson, inclui participações especiais, como a de Karol Conká na faixa “Talalau”, e apresenta histórias inusitadas, característica marcante do seu trabalho solo até aqui.
Com um histórico de sucesso no humor e na música e projetos que incluem um quadro fixo no programa Domingão com Huck e o programa gastronômico Rango Brabo no canal Podpah, Defante continua a expandir seus horizontes.
Nesta entrevista, falamos do universo defantiano por excelência: do “chá de revelação” do olho recém-operado até a decisão de batizá-lo de Tífane, passando pela parceria em estúdio ao lado de Conká, suas ambições na música e inspirações para fazer de cada canção uma oportunidade de contar histórias.
Confira abaixo!
Continua após o vídeo
TMDQA! Entrevista: Diogo Defante
TMDQA!: Oi, Defante! Primeiramente, obrigada pelo seu tempo. Queria começar perguntando sobre a evolução na sua carreira musical solo – você antes lançou um EP, agora dá um passo adiante com o álbum completo. Foi uma ambição ou só tinha mais música dessa vez? Você vê o disco cheio como um cartão de visitas do artista?
Diogo Defante: Eu acho que um disco cheio… Assim, quanto mais música, na minha opinião, mais tem chances de acertar a galera com algum som, né? Eu não tenho muita pretensão de fazer só músicas que realmente cheguem no emocional da galera. Para mim é compor aquilo que eu estou sentindo no momento de fazer, tá feito, mano, fé. E eu parto já para outra, tá ligado? Eu vou partindo para outra. “Ah, tal música pegou a galera”. Mas eu quero fazer uma outra. Eu quero fazer uma outra, só quero fazer, cara. Quero fazer muita música, entendeu? Então esse é meu foco, quero fazer música. Quanto mais eu conseguir, melhor.
TMDQA!: Depois do “chá revelação” do olho, que revelou também “Gari”, o disco começou a ganhar certo buzz, o clipe tá bombando. Isso te faz sentir alguma pressão extra ou essas expectativas externas não te influenciam?
Diogo Defante: Então, eu acho que a música está em primeiro lugar. Eu acho que se a música der certo, deu, eu fico feliz, mas não fico criando expectativa. Não me dá medo lançar o próximo som e atender uma expectativa que foi criada. Tá tudo bem, eu acho que todo mundo vai lembrar das músicas que são boas, então o bagulho é fazer música pra caralho e meio sem expectativa de nada. Mesmo que dê certo, a próxima dá errado, tá tudo certo também, vamos embora, vamos pra outra.
TMDQA!: Você trata suas músicas como crônicas cotidianas e por isso elas chegam cheias de humor. Como você encontra esses momentos no dia-a-dia? De onde vem a inspiração?
Diogo Defante: Cara, vem de pensar em relatar uma história que você consiga visualizar mais ou menos o cenário daquilo, o personagem que está envolvido. Eu gosto muito de história, cara, gosto muito de… Não que eu não faça músicas que não tenham uma história muito coesa, mas eu gosto muito de compor pensando numa historinha de início e meio fim, para levar a pessoa para um mundo mágico ali que eu criei, sabe?
Continua após o vídeo
TMDQA!: Karol Conká não é uma convidada óbvia pro seu som. De onde veio essa colaboração?
Diogo Defante: Eu até conversei com ela, falei, cara, eu achava muito que ela ia ignorar quando eu chamei, quando eu mandei mensagem. Eu tinha certeza que ela ia ignorar, mas, tipo, assim, quando eu pensei nela, eu falei, “caraca, tem que ser ela muito”, assim. Porque é a mulher dando um esculacho no cara que queria o talarico, esculachando o talarico, esculachando todo mundo, eu falei, “mano… A Karol Conká ia mandar muito bem nisso aí”. Mandei mensagem e ela topou, ela falou, “eu gosto é da gastação”, e ela bota aquele A, til, N, no final. Eu ri muito, né? A gente marcou um dia no estúdio e rolou, mano, lindamente. Amo a Karol Conká, a gente ficou rindo horas depois da gravação, ela é muito gente boa, foi muito foda.
TMDQA!: Ainda nesse clima, queria que você falasse um pouco das influências musicais por trás desse álbum. Afinal, você se propôs ir além do rock e acabou no reggae!
Diogo Defante: Então, justamente por isso não tem um foco principal assim, não tem uma influência específica que eu possa dizer, “ah, isso influenciou esse disco”, acho que é um pouco de tudo. Eu gosto, por exemplo, de Ponto de Equilíbrio, então eu ouço muito reggae também. Apesar de ouvir mais rock, mas é muito bom, tá ligado? E tem todas as influências da nossa vida, que a gente vai ouvindo músicas durante a nossa vida toda, porque as músicas estão bombando e a gente vai ouvindo os ritmos brasileiros e tudo, e isso vai influenciando de alguma forma meio subconsciente. Então, não teve uma específica influência, mas acho que a mistura da vida fez esse disco.
TMDQA!: Falando no bom e velho menino rock n’ roll, você diz que ele sempre estará no DNA do seu trabalho na música. Mas claramente seu lado de humorista se mistura com o de músico. Você acha que isso afasta algumas pessoas do seu som? E você se imagina um dia fazendo uma rock mais “careta”?
Diogo Defante: Cara, afasta algumas pessoas do meu som porque nem todo mundo vai gostar, tá ligado? Às vezes por esse motivo, vai falar, “não, não gosto de nada que vá por um caminho cômico”. Tá tudo bem, tá ligado? Pode ser que isso afaste, mas pode ser que o som mesmo afaste por si só, o estilo musical que eu tô levando ali, tudo pode afastar a galera, né? Então, acho que sim. Ah, eu não posso dizer nunca pra um rock careta, porra, de repente eu tô mais velho, querendo fazer um som rock careta, tá ligado? Foda-se. Acho que tudo pode, mano.
Continua após o vídeo
TMDQA!: Agora, precisamos falar de Tífane: essa filha que você batizou de modo tão único, pra fazer casal com o EP anterior, Robson. Quem é Tífane pra você? E no que ela se difere do irmão?
Diogo Defante: (risos) Boa! É, não se difere muito, eles têm personalidades parecidas, né? Essa coisa de passear por vários estilos e ser uma miscelânea ali. Eu diria que o Robson e a Tífane são ecléticos, eles estão ali passeando por todos os lugares e Tífane é o meu olho, né, especificamente. O Robson eu não consigo materializar o Robson, tipo dizer como é o Robson, mas a Tífane é basicamente o meu olho, que nasceu esse ano e veio menina. Tífane (risos).