Precisamos reconhecer que vivemos em tempos cada vez mais difíceis quando o assunto é “conquistar espaço”. Se você do outro lado da tela já está na sua vida adulta, consegue entender que isso é ainda mais complicado.
A mesclagem de gêneros não é uma novidade que impressiona com facilidade no mundo da indústria, e inclusive pode ser uma aposta arriscada ao ver o público cada vez mais crítico – mesmo com um retrocesso musical que pode se tornar uma discussão pertinente em outro momento.
Mas o quarteto The Home Team – banda apresentada na coluna Pra Ficar De Olho – faz isso com maestria.
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O grupo de Seattle lançou nesta sexta-feira (12) o disco The Crucible Of Life, novo álbum regado de influências que transitam entre post-hardcore, metal, R&B, funk, pop-punk e, no fim das contas, entrega sonoridades com particularidades únicas em cada faixa, fazendo com que cada canção tenha seu devido destaque sem perder o ritmo e estética desejada a ser transmitida, com um som super limpo.
No cenário alternativo, o The Home Team tem construído uma história maravilhosa, criando maturidade e entregando materiais coesos desde o último álbum da banda Slow Bloom, lançado em 2021. Mas agora, eles adentram 2024 completamente elétricos, destinados a consolidar seus nomes e conquistar um público cada vez mais apaixonado no lascivo, envolvente e dançante trabalho criado.
Com 12 músicas e 6 sensacionais singles apresentados ao mundo antes da disponibilização do projeto, The Crucible Of Life traz o lirismo picante de Deftones para o mundo do Pop Rock, sendo o gás necessário para a janela de lançamentos do verão estadunidense.
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Ousadia e Sensualidade
Durante a abertura do disco, a tentativa de definição do tom e temas do álbum é realizada com ótima execução.
“Turn You Off” é uma excelente faixa inicial, permitindo ao ouvinte saber que eles estão recebendo mais da energia elegante e descolada pela qual o The Home Team é conhecido, mas agora com a maturidade, foco e polimento de uma banda que deseja cada vez mais. O vocalista Brian Butcher canta procurando transmitir aquele sentimento de que a banda enfrenta a perspectiva de refazer um bom material como fizeram em Slow Bloom.
Ao desenrolar dos minutos, o álbum se demonstra divertido e não se leva muito a sério, mas é consistentemente sedutor, como nos singles “Brag” ou “Loud”. Algumas das letras são sugestivas, apoiando-se mais em insinuações, enquanto outras são explícitas e não apresentam um único sinal de timidez dos significados presentes.
O resultado? Uma mistura para criar a experiência auditiva perfeita ao ouvinte.
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The Crucible Of Life
É impossível negar que as expectativas não tenham sido correspondidas, afinal, The Crucible of Life é uma experiência emocional e divertida do início ao fim, aprimorando a bagagem do quarteto de todas as maneiras que importam.
Cheio de confiança, o caminho do quarteto para se tornar uma das atuais influências do cenário continua brilhante, e isso vai desde o talento único de seus integrantes até o trabalho nos bastidores em colaboração com Skyler e Tyler Acord.
Mesmo com falhas como a produção exagerada de faixas mais atrevidas escapando do tema central do álbum, a visualização do impacto que o material pode trazer ao futuro transmite cada vez mais possibilidades e cenários que reforçam a possibilidade de boas apostas surgirem aos amantes de música.