A premiada diretora Anna Muylaert retorna ao cinema com seu sétimo longa-metragem, O Clube das Mulheres de Negócios. A estreia mundial acontecerá durante a competição oficial do Festival de Gramado, que ocorre entre 9 e 17 de agosto na Serra Gaúcha.
O filme é uma produção da Glaz e África Filmes, com coprodução da Globo Filmes, e tem lançamento nas salas de cinema previsto para novembro de 2024, pela Vitrine Filmes.
Uma comédia dramática provocativa
Anna Muylaert é conhecida por seu olhar aguçado e por abordar temas centrais da sociedade brasileira em suas obras.
Em O Clube das Mulheres de Negócios, ela entrega uma crítica social engenhosa, explorando uma distopia onde os estereótipos de gênero estão invertidos: mulheres em posições de poder e homens socialmente submissos. A trama se desenvolve em um clube de campo decadente da alta sociedade de São Paulo, comandado por Cesárea (Cristina Pereira) e sua fiel escudeira, Brasília (Louise Cardoso).
O filme começa com a chegada de Jongo (Luís Miranda), um fotógrafo renomado, e o jovem jornalista Candinho (Rafa Vitti). A narrativa se desenrola em um único dia, repleto de revelações escandalosas que desafiam as percepções de identidade e amizade de Candinho.
O elenco inclui ainda outros nomes da comédia brasileira, como Grace Gianoukas e Katiuscia Canoro, que interpretam papeis que oscilam entre o sério e o absurdo, revelando os estereótipos da masculinidade tóxica.
Irene Ravache, André Abujamra, Ítala Nandi, Shirley Cruz, Polly Marinho, Helena Albergaria, Maria Bopp e Verônica Debom completam o elenco principal. Cada personagem contribui para a complexidade da história, que aborda questões de gênero, classe e poder.
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Humor ácido e reflexão social
Anna Muylaert descreve O Clube das Mulheres de Negócios como uma “chanchada macabra”. A diretora explica o contexto da produção com uma premissa tão única:
‘O Clube das Mulheres de Negócios’ nasceu em 2015 – o ano do histórico #Metoo, foi filmado durante o governo Bolsonaro e será lançado com Lula eleito presidente pela terceira vez. Todos esses movimentos, golpes, choques, transformações e contra transformações da última década foram a inspiração para o tecido delirante desse filme.
Esses elementos são envoltos em uma trama que questiona estruturas de poder patriarcais e os absurdos inerentes a qualquer forma de dominação.
Com este novo trabalho, Anna Muylaert reafirma seu compromisso em utilizar o cinema para discutir as complexidades da sociedade brasileira, enquanto entretém e provoca reflexão no espectador.
O longa vem na esteira de seus bem-sucedidos trabalhos mais recentes, como Que Horas Ela Volta? (2015) e Mãe Só Há Uma (2016), filmes que alçaram à projeção internacional.