Uma das estreias da plataforma de filmes Mubi é uma obra indispensável para os fãs de música. Controle é uma produção que conta a vida de Ian Curtis, o enigmático e sombrio vocalista do Joy Division.
Com uma abordagem intimista, o longa-metragem oferece um olhar profundo sobre a trajetória do cantor, desde seus primeiros passos na música até seus momentos finais. A estreia do filme, lançado originalmente em 2007 com aclamação da crítica, promete apresentar uma nova geração ao longa, atrair fãs da banda e interessados na cena musical dos anos 1970.
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O retrato de uma lenda
Controle, dirigido por Anton Corbijn, é baseado no livro Touching from a Distance, escrito por Deborah Curtis, esposa de Ian. A produção buscou uma autenticidade e crueza ao apresentar a vida do artista, destacando tanto seus sucessos musicais quanto suas lutas pessoais.
Corbijn, que trabalhou com o Joy Division como fotógrafo, trouxe sua visão única para o projeto, capturando a essência sombria e melancólica que permeava a vida do vocalista.
A narrativa do filme foca na dualidade de Curtis, mostrando sua ascensão como ícone do pós-punk e, ao mesmo tempo, sua batalha contra a epilepsia e a depressão. A atuação de Sam Riley, que interpreta Ian Curtis, é um dos pontos altos do longa, oferecendo uma performance que humaniza o músico e revela suas vulnerabilidades.
A obra também destaca a relação de Curtis com sua esposa Deborah e a pressão que ele enfrentava no auge de sua carreira. A atriz Samantha Morton interpreta Debbie de forma marcante.
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Impacto cultural e legado
O filme retrata a influência do Joy Division na cena musical, especialmente no desenvolvimento do gênero pós-punk. As letras introspectivas e a sonoridade da banda marcaram uma geração e continuam a influenciar músicos contemporâneos para muito além do New Order. A banda de Manchester formada pelos membros remanescentes do Joy Division e em atividade até hoje seguiu o caminho do synth-pop, dance alternativo, new wave, rock alternativo, dance rock e eletrônica ao longo de suas múltiplas eras.
Além do aspecto musical, Controle aborda questões de saúde mental e os desafios enfrentados por artistas sob os holofotes. A luta de Curtis contra a epilepsia e a depressão é retratada de forma sensível, trazendo à tona discussões sobre a importância de cuidar da saúde mental, especialmente no ambiente artístico. O filme, portanto, serve como um lembrete da fragilidade humana e da necessidade de apoio e compreensão. A escolha da estética em preto e branco é um aceno direto à fotografia de Corbijn, mas também um elemento que acrescenta à carga dramática do filme.
O lançamento de Controle no Mubi oferece uma oportunidade de redescobrir a música do Joy Division e de refletir sobre o impacto cultural deixado por Ian Curtis.