Não é querendo soar clichê, mas parece que foi ontem quando o Forfun anunciou por meio de uma nota assinada pelos quatro integrantes uma pausa para “curtir uma aposentadoria merecida”. Sempre definindo o momento como uma “ruptura” mas deixando claro que a banda não estava se encerrando, já que seguiriam trabalhando em outros projetos (tal como o BRAZA), a história continua sendo escrita ao chegarmos em 2024, ano de celebração com a turnê NÓS.
Nove anos depois de uma despedida que rodou o país e emocionou toda uma geração, o emblemático grupo carioca botou o pé na estrada para um retorno aos palcos caloroso e nostálgico. Danilo Cutrim, Vitor Isensee, Nicolas Fassano e Rodrigo Costa se juntaram em parceria com a 30e, produtora que também trouxe de volta aos palcos no ano passado bandas como NX Zero e Titãs, e responsável ainda pela futura vinda de grupos internacionais como Bad Omens e Twenty One Pilots.
Em calendário especial que ainda vai passar por Salvador, Recife, Fortaleza, São Paulo, Curitiba, Santos e Rio de Janeiro (além de uma apresentação a ser marcada em Porto Alegre, devido ao adiamento por conta das trágicas enchentes no RS), estivemos presentes no show que aconteceu em Belo Horizonte e vamos falar um pouco sobre a turnê NÓS nessa resenha!
Alegria, otimismo, união e reflexão
Vir aqui e falar sobre os aspectos técnicos – como a rearmonização das canções, o espetáculo visual com luzes e o telão trazendo vida à performance – é fundamental, mas o destaque de toda essa comemoração é mesmo a mensagem que o Forfun carrega durante todos esses anos. O raciocínio sobre como a música e arte pode vir a ser uma forte conexão em nossas vidas, uma forma de expressão que consiga transmitir seus pensamentos e sentimentos de forma única é realmente muito mágico, e o público consegue entender isso nos shows do Forfun.
Em comunicado para imprensa com o anúncio das primeiras datas da turnê, a banda já havia dito:
“O Forfun nasceu para cantar uma vida de alegria, otimismo, reflexões e entusiasmo. Acreditamos que cada um de nós é capaz de transmitir essas mensagens individualmente, mas só os quatro juntos são capazes de transformar essas mensagens em uma ação potente o suficiente para mudar a vida das pessoas.”
E sempre foi assim. O início desse espetáculo foi com um emocionante vídeo, recapitulando esses anos de carreira e momentos importantes para os cariocas, sempre animados – até mesmo quando decidiram dar um basta. Ao caminhar dos integrantes e iniciar do riff da primeira canção da noite, “Hidropônica”, já dava pra ter certeza de que, muito mais do que uma viagem no tempo, a intenção dessa turnê é garantir um sorriso no rosto de todos que presenciarão essa reunião especial.
Ali, não existe discussão política – que tanto é envolvida ao relembrarem episódios do baixista e vocalista Rodrigo – ou espaço para demais desavenças. Ao continuar frenético com faixas como “Good Trip”, “Dia do Alívio”, “Suave”, “O Viajante” e mais, o show deixa a galera totalmente entregue e não existe uma única alma que não esteja se divertindo por ali.
Os gritos do já famoso cântico sobre ser a melhor banda do Brasil não pararam em um só momento, durante intervalos e mesmo antes do show. Realmente foi uma noite de “alegria compartilhada”!
Festa para todos os gostos e idades
No decorrer de sua trajetória, o Forfun explorou sonoridades diversas, o que chegou a trazer discussões genéricas daquelas que dizem a respeito às raízes do artista/banda. Mas a verdade é que os anos passaram e foi comprovado que os trabalhos se completam, mesmo que possam existir favoritos para um ou outro.
Com pouco mais de 30 músicas tocadas, percorrendo várias das fases do quarteto, era comum observar a presença de pessoas de todas as idades – inclusive, ao meu lado esquerdo, havia uma família com uma criança de no máximo uns 9 anos e, na minha frente, um pai que carregava seu bebê enquanto aproveitava o repertório. A passada de bastão entre gerações cultivando o mesmo gosto era algo lindo de se observar, o que também fez o grupo dedicar a canção “Minha Jóia” para os fãs que já criaram esse núcleo familiar.
Mas, enquanto uma geração era homenageada com quase 3 horas de show que teve momentos e momentos, foi em uma sessão acústica onde o quarteto reunido aproveitou para fazer medleys que continham faixas como “4 A.M.”, “Mentalmorfose”, “O melhor bodyboarder da minha rua” e outros sucessos.
Ali, o grupo também preparou uma homenagem para as diferentes gerações da música mineira e seu público, onde cantou primeiro a atemporal “Canção da América” de Milton Nascimento (aproveitando a data do show, que coincidiu com o Dia do Amigo) e logo depois puxou a viral “De Kenner”, de FBC com o DJ/produtor VHOOR.
Forfun e a Turnê NÓS
A turnê NÓS é um espetáculo diferente de qualquer outro: com direito a choro, alegria, emoção, pedido de bis e cânticos saudosos de fãs que ansiavam por esse momento, a turnê NÓS definitivamente foi um dos melhores shows do ano.
Se aprofundando na nostalgia e nas mensagens das faixas da banda, fundamental para a cena dos anos 2000, o Forfun pode encerrar de vez sua história com a chave de ouro necessária para deixar claro o tamanho dessa banda para a música nacional.
Se você ainda vai em qualquer show, não se preocupe com grade, registros e todas essas coisas da adrenalina e momento de um concerto: aproveite esse momento, porque ele pode ser único. Você pode garantir ingressos para o restante das datas da Turnê Nós no site da EVENTIM!
Setlist do Forfun em Belo Horizonte
1. Hidropônica
2. Good Trip
3. Dia do Alívio
4. Suave
5. O Viajante
6. Quando a Alma Transborda
7. Largo dos Leões
8. Sol ou Chuva
9. Cigarras
10. Minha Jóia
11. Aí Sim
12. Dissolver e Recompor
13. Cósmica
14. Morada
15. Medley Acústico: 4 A.M. / Mentalmorfose / O Melhor Bodyboarder da Minha Rua / Eremita Moderno / Vou em Frente / Minha Formatura / Canção da América (cover de Milton Nascimento) / De Kenner (cover de FBC)
16. Sigo o Som
17. Gruvi Quântico
18. Tropicália Digital
19. Cosmic Jesus
20. Alegria Compartilhada
21. Pra Sempre
22. Constelação Karina
23. Seu Namorado É um Cuzão
24. Cara Esperto
25. Costa Verde
26. História de Verão