A indústria do cinema nos bombardeia todos os dias com teasers, trailers rápidos e vídeos curtos adaptados para as redes sociais, formatos bem diferentes do que estávamos acostumados a ver nas ações de divulgação há algumas décadas. Porém, existe uma ferramenta que consegue se manter praticamente intacta, conservando seus padrões e mantendo-se forte mesmo com tantas inovações: os cartazes dos filmes.
Mas por que eles parecem ser todos iguais?
Uma das explicações pode ser o alto custo. Segundo o The Wrap, em média, um pôster de filme em Hollywood pode chegar a custar US$100.000 a unidade, considerando os investimentos com marketing feitos pelos estúdios. Por isso, apostar em novas fórmulas para o design dessas peças pode ser um risco alto demais para correr, valendo mais a pena ficar naquela zona de conforto onde já se sabe o que esperar da reação do público.
Padrões conhecidos
Se você não está conseguindo se lembrar desses tais padrões, vamos dar uma refrescada na sua memória. Azul e amarelo, por exemplo, é um clássico. Evocando sensações que vêm da percepção de frio e calor, as cores acabam gerando um contraste típico de filmes onde existem dualidades muito claras, rivalidades e antagonismos bem estabelecidos:
Os filmes de terror também gostam de algumas repetições. Fundo vermelho com poucos detalhes, com uma pegada mais minimalista: ótima escolha para transmitir a sensação de risco, levantando aquele frio na espinha mesmo sem utilizar imagens explícitas. Esse é apenas um dos vários padrões utilizados pelos filmes de horror, mas, com certeza, é um dos mais marcantes:
Já o fundo totalmente branco é uma saída segura para cartazes de comédias românticas. Sem muitas distrações, a atenção fica sempre no casal que vai enfrentar poucas e boas até finalmente terminar o filme junto:
Tendências antigas
O engenheiro de software Vijay Pandurangan, em 2012, publicou um artigo afirmando que os cartazes de filmes se tornaram mais escuros com o passar do tempo. Usando a identidade visual de 35 mil pôsteres de filmes publicados desde 1914, seu estudo realmente parece apontar para uma tendência verdadeira:
Para fugir desse padrão escuro e azulado, há um modelo utilizado normalmente por filmes independentes, que não estão – ou não querem estar – tão associados a grandes estúdios. São os cartazes com fundo amarelo, algo que realmente chama a atenção do público que busca algo para assistir:
No fim das contas, é um pouco triste para os fãs que todos os filmes pareçam iguais até mesmo nas suas peças de divulgação. Se o objetivo do cartaz é fazer com que os potenciais espectadores parem e reflitam, o mínimo seria caprichar na originalidade.
Que graça existe em todos os filmes de Natal parecerem ser o mesmo?
Em uma indústria já criticada pelo excesso de continuações, remakes e spin-offs, um pouco de criatividade seria bom pelo menos no pôster que vai ficar ali na entrada da sala de cinema (ou no catálogo do serviço de streaming), não é mesmo?