Banda de metal Gojira respondeu acusações de satanismo

Músicos estão sofrendo com ameaças após performances na abertura das Olimpíadas

O cantor Philippe Katerine e a DJ Barbara Butch têm sofrido ataques nas redes sociais

Músicos que participaram da abertura das Olimpíadas sofrem críticas
Reprodução

Quem assistiu à cerimônia de aberutra das Olimpíadas de Paris deve ter visto que alguns dos momentos mais polêmicos envolveram a música. Um deles, como já falamos por aqui, foi envolvendo a banda de Metal francesa Gojira, acusada de fazer um “ritual satânico”; outro, no entanto, foi a cena “Festa”, protagonizada por drag queens e que gerou revolta de grupos religiosos e fez com que as pessoas envolvidas recebessem críticas desproporcionais.

É o caso da DJ Barbara Butch, à direita na foto de capa desta matéria, que abriu queixa na polícia após os comentários de pessoas revoltadas com a suposta semelhança da cena com A Última Ceia, quadro de Leonardo da Vinci.

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Tanto o COI (Comitê Olímpico Internacional) quanto outras pessoas responsáveis pelo evento já explicaram que a referência foi de um festival pagão, com os artistas representando deuses do Olimpo, mas isso não impediu os ataques às pessoas envolvidas na cerimônia, incluindo a DJ francesa.

De acordo com O Globo, Barbara foi “ameaçada de morte, tortura e estupro”, sendo também “alvo de numerosos insultos de caráter antissemita, homofóbico, sexista e gordofóbico”, conforme informou a advogada Audrey Msellati.

Cena da abertura das Olimpíadas foi criticada por conservadores

Um momento bastante emblemático até mesmo para mostrar que a referência não tinha nenhuma ligação ao quadro que representa Jesus Cristo e seus apóstolos é a cena envolvendo o cantor e ator Philippe Katerine, outro alvo de ataques por parte de grupos extremistas.

Ele apareceu com uma caracterização bastante marcante para representar Dionísio, deus grego do vinho e da festividade. Thomas Jolly, diretor da cerimônia de abertura, reforçou a importância dessa cena para o espetáculo:

“Dionísio vem à mesa porque ele é o deus grego da celebração, e essa sequência é chamada de ‘festival’. O deus do vinho, que também é uma joia francesa e pai de Sequana, a deusa ligada ao rio Sena. A ideia era criar uma grande festa pagã ligada ao deus do Olimpo, e vocês nunca encontrarão em mim, nem no meu trabalho, qualquer desejo de zombar de alguém.

Mesmo assim, após as críticas que tomaram conta das redes sociais, Philippe se pronunciou em entrevista à CNN e falou sobre ter sido “criado como cristão”, pedindo perdão caso sua performance tenha sido ofensiva para alguém:

“Fui criado como cristão e a melhor coisa sobre o cristianismo é o perdão. Para mim, é a coisa mais linda que existe: o perdão. Peço perdão se ofendi alguém, e os cristãos do mundo me concederão isso, tenho certeza, e entenderão que foi principalmente um mal-entendido. Porque, no fim das contas, não se tratava de representar ‘A Última Ceia’ de forma alguma.”

De fato, especialistas em arte apontaram o quadro “O Banquete dos Deuses”, de Johann Rottenhammer e Jan Brueghel, como uma inspiração muito mais provável para a cena em questão. Infelizmente, os grupos críticos não parecem dispostos a ouvir as explicações.

Banda de Metal também foi acusada de satanismo

Como falamos no início da matéria, quem também sofreu críticas foi a banda Gojira, que fez uma pesada performance embalada pelo Heavy Metal, contando com cenas chocantes como a de Maria Antonieta decapitada como parte da apresentação.

Acusado de satanismo, o grupo francês não pediu desculpas por sua participação – pelo contrário, o vocalista Joe Duplantier riu desta suposição e destacou que tudo que foi representado é apenas o “charme francês”. Leia mais nesta matéria e assista à performance logo abaixo, bem como à cena “Festa”.

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