Disco tem parcerias com Emicida, FBC e muito mais!

Boombeat compartilha experiências e busca inspirar os fãs em seu disco de estreia “METamorFOSE”; ouça

A cantora apresenta reflexões sobre vivências travestis de uma maneira diferente para alcançar pessoas cis

Boombeat compartilha experiências e busca inspirar os fãs em seu disco de estreia “METamorFOSE”; ouça
Divulgação

A rapper Boombeat compartilhou com os fãs o seu disco de estreia METamorFOSE, apresentando reflexões sobre as vivências travestis, mas abordando essas questões de uma forma que todos os tipos de pessoas possam se identificar.

O projeto, produzido por Gabriel Saffi, conta com 12 faixas que tiveram suas letras criadas pela artista enquanto ela estava no seu quarto ouvindo beats disponibilizados no YouTube. Sobre o disco, que prioriza entre seus temas a autoestima inspirada em suas próprias experiências, Boombeat disse em nota:

“Eu quis trazer diversidade para o álbum para que eu consiga atingir um público maior, mas também para humanizar o meu corpo e entender que posso falar de vivências travestis sem necessariamente falar sobre uma luta específica travesti. Eu posso estar falando sobre amor, sobre ódio e sobre várias temáticas em que pessoas cis também podem se identificar com aquela música e entender que a gente também tem humanidade nas nossas relações, e que nossas vidas também podem se cruzar de alguma maneira.”

METamorFOSE conta com uma lista extensa de participações especiais, incluindo nomes de destaque da música brasileira como Emicida, FBC, Tuyo, Urias, Duquesa, Cynthia Luz, Siamese, Sodomita e Tonny Hyung. Ao falar sobre os convidados, a rapper reforça a importância de homens cis, como Emicida e FBC, usarem suas vozes para se expressar sobre a comunidade LGBTQIAP+. Ela apontou:

“É aquele lance, a gente tá morrendo e vivendo questões problemáticas, e só perguntam pra gente nas entrevistas como é passar preconceito e como estamos vivendo. Quando as pessoas se deparam com outras pessoas héteros cis em entrevistas, elas não perguntam sobre LGBTfobia, sendo que são esses corpos que acabam trazendo LGBTfobia, seja nas suas ações, sendo diretamente LGBTfóbicos, ou se silenciando sobre o assunto. Pra mim, essa colaboração é de extrema importância, e a forma que deve ser feita é fazendo música com a gente, trazendo essa reparação histórica e trazendo mais visibilidade para os nossos corpos.”

Boombeat lança seu disco de estreia

Antes de se dedicar à carreira solo, Boombeat integrou o coletivo Quebrada Queer, que encerrou as atividades em 2023, e foi lá que ela iniciou sua transição de gênero, que segue em constante evolução. Para a artista, o lançamento do primeiro disco concretiza a caminhada que vem desde o início de sua carreira. Sobre o fim do coletivo e sua atual fase, ela disse:

“Senti que as batidas do meu coração diziam que o que aconteceu ali [no Quebrada Queer] foi lindo e agora era hora de seguir sozinha. Sabia que seria um desafio, mas me sentia preparada pra isso de alguma maneira, por toda experiência que já tive, e foi uma sensação de recomeçar. Faz um pouco mais de um ano que o grupo se encerrou e venho lançando meus singles solo e estou chegando no lugar que eu mirei quando quis encerrar o grupo, que era fazer meu álbum e dar pras pessoas a oportunidade de me conhecerem mais a fundo na minha nova fase.”

A cantora, conhecida por suas rimas ácidas e melodias marcantes, encerra seu novo disco com a faixa “Sonhar II”, que traz uma importante recomendação para que as pessoas continuem acreditando em seus sonhos. Sobre o que ela pretende conquistar em sua vida, Boombeat declarou:

“Tenho consciência do quanto ainda é difícil a sociedade aceitar pessoas como eu não só na farmácia pra trabalhar, mas no mundo da música também. Durante o processo do álbum, teve dias em que eu não consegui gravar no estúdio porque eu não tinha o dinheiro da passagem do ônibus, tive que ser ajudada com comida em casa porque eu abri o freezer e não tinha nada.

Não é sobre chegar em algum lugar, é sobre continuar fazendo e abraçar tudo que esse caminho tem pra me dar, vivendo de música e que eu possa crescer com isso. Mas com dignidade, não quero mais passar perrengue. Acho que tudo que eu vivi me trouxe até aqui, todo o meu esforço, meu trabalho e a forma como eu enxergo ele, e eu acho que o mínimo que o mundo e as pessoas tem que me proporcionar é dignidade básica pra poder me alimentar, me vestir e continuar investindo no meu trabalho.”

Ouça a seguir o disco METamorFOSE, de Boombeat!

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