O Prime Video, da Amazon, segue como o principal transmissor da Copa do Brasil em 2024. Este ano, como novidade, os jogos das oitavas de final do campeonato contarão com apresentações musicais logo após o fim das partidas, com curadoria da Amazon Music e produção do Artsy Club.
A produtora criativa gerida pelos irmãos Dilson e Juliana Laguna atua como agente da plataforma norte-americana no Brasil há quase cinco anos. A estreia da versão brasileira da série Amazon Music Live está marcada para o dia 7 de agosto, data da partida entre Flamengo e Palmeiras, com a dupla sertaneja Diego e Victor Hugo.
Os números musicais se estenderão até a final do campeonato, em novembro, sempre com a participação de artistas renomados, como Guilherme & Benuto, Lauana Prado, Matheus & Kauan, Ferrugem, Turma do Pagode, Dilsinho e Péricles. Coube ao Artsy Club a missão de montar a infraestrutura necessária para receber o Amazon Music Live.
Juliana Laguna, co-fundadora do Artsy Club, explicou ao TMDQA! com exclusividade sobre o processo de adaptação do Amazon Music Live para o mercado brasileiro, considerando as particularidades culturais e musicais do país:
“Qualquer projeto internacional passa por grandes adaptações para entrada na cultura brasileira, este em especial foi desde a curadoria que traz gêneros do mainstream – com o samba e sertanejo – até as adaptações de estrutura, locação, técnica e etc. Também notamos que o brasileiro gosta de conteúdos mais objetivos, então a apresentação da performance é mais rápida e os shows são mais curtos. E por se tratar de um show que passa depois de um jogo de futebol, precisa ter um tom mais enérgico”.
Este é um novo passo na aposta sólida que a Amazon está fazendo no conteúdo ao vivo, um movimento estratégico para manter assinantes engajados na era do streaming.
Uma parceria duradoura
A Amazon Music e o Artsy Club realizam trabalhos juntos desde 2020. A produtora criativa é responsável por diversos projetos exclusivos para a plataforma. Durante a pandemia, abriram as portas de seu estúdio, na Zona Oeste de São Paulo, para Veigh, Gabeu e Marô gravarem as sessions do programa Ecoando, na tentativa de encurtar o distanciamento entre o público e a música ao vivo. Além disso, colocaram a cultura brasileira no centro da conversa com os episódios do podcast “Amazon Music News”, cuja última temporada foi produzida em 2023.
Essa mesma parceria levou o Artsy Club até Las Vegas em 2022. A produtora realizou a cobertura do Latin Grammy daquele ano, coordenando uma equipe in loco e outra em São Paulo. Este evento sintetiza bem a função da produtora criativa: fazer a ponte entre o mercado internacional e o brasileiro, possibilitando que empresas estrangeiras adaptem seus projetos para o mercado nacional.
Mesmo com uma bagagem tão robusta compartilhada entre duas empresas com muita experiência de mercado, o formato pouco usual no Brasil de shows após os jogos cria desafios específicos. Juliana Laguna comenta alguns deles:
“Os desafios são os de conseguir manter a identidade do projeto e se adaptar aos diferentes formatos de bandas e artistas, atendendo as demandas técnicas sem perder o caráter da apresentação que o projeto propõe. Além disso, vem os desafios de produzir um conteúdo de excelência com muitos profissionais envolvidos e em pouco tempo. Mas esse talvez seja o grande diferencial do Artsy Club, conseguir realizar projetos grandiosos com agilidade e qualidade”.
Esse é um dos pilares para a produtora, que quer traduzir para o mercado e o público brasileiros atrações importadas – sem perder a identidade, mas sem abrir mão das especificidades do cenário nacional.
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Artsy Club e Amazon Music colocam a música em campo
A Amazon já entendeu o potencial do mercado local. A gigante do varejo chegou ao Brasil em 2012 e desde então não parou de aumentar os investimentos e expansões por aqui. É o caso da chegada dos seus serviços Prime, o crescimento do Amazon Music e, mais recentemente, a entrada da Audible ao reconhecer o crescimento do setor de audiolivros no país.
No final de julho, o Prime Video anunciou um contrato multibilionário para transmissões da NBA e agora aumenta sua presença na Copa do Brasil, um dos maiores campeonatos de futebol da América Latina. O Artsy Club atesta a importância do mercado nacional:
“No caso da Amazon Music, é muito importante para eles ter esse vínculo com a nossa música e entender a forma como as pessoas consomem por aqui, para, assim, conseguir criar conteúdos e experiências relevantes para o público. O nosso papel nestes projetos é fazer a interlocução e traduzir uma iniciativa global de tanto impacto para as particularidades da cultura brasileira”.
A vantagem de contratar uma equipe local é conseguir dialogar de forma mais direta com o público. E o Artsy Club, ao manter sua base no país, entende os privilégios e os desafios disso. Juliana Laguna pontua:
“No Brasil temos a dificuldade de investimento em projetos culturais e isso se reflete em uma escassez maior de estrutura, tanto de equipamento, quanto locação por exemplo. Temos poucos players no mercado. No mercado internacional isso não acontece, tem muita demanda por lá, logo, muitas opções tanto de venues qualificadas de todos os portes, até equipamentos de ponta com preços mais acessíveis. Então, na questão de produção, acaba sendo sempre mais desafiador trabalhar no Brasil. Mas, a diferença é que os profissionais brasileiros conseguem se adaptar e fazer acontecer! Quanto à recepção, acreditamos que por aqui os projetos musicais tem uma abertura muito grande quando se trata de gêneros do mainstream e de grande alcance. Claro que a conversa muda quando falamos de música independente ou gêneros menos populares”.
Até a grande final da Copa do Brasil, marcada para o dia 10 de novembro, será possível conferir ao vivo o resultado desses investimentos no cenário nacional. Ainda há muita bola para rolar e os torcedores poderão acessar de forma única essa vitrine que une duas paixões nacionais: música e futebol.