Musical é dirigido por Jorge Farjalla

Vanessa da Mata fala ao TMDQA! sobre celebrar a vida e a obra de Clara Nunes em novo musical

Musical idealizado pela cantora estreou em São Paulo, homenageando uma das maiores intérpretes da música brasileira

Vanessa da Mata estreia "Clara Nunes - A Tal Guerreira" em São Paulo, um musical dirigido por Jorge Farjalla que celebra a vida e a obra da icônica cantora mineira.
Crédito: Priscila Prade

Vanessa da Mata é uma das vozes mais marcantes da música brasileira contemporânea – e o público sabe disso. As turnês são longas e lotadas; os ouvintes nas plataformas são muitos (só no Spotify, são 4 milhões todos os meses). E a vontade de continuar experimentando claramente segue guiando a artista.

A matogrossense iniciou sua carreira em São Paulo, onde se destacou como compositora e intérprete. Sua trajetória inclui parcerias com grandes nomes da música nacional, como Maria Bethânia e Caetano Veloso, e internacional, como Ben Harper. Em 2002, lançou seu primeiro álbum solo, consolidando-se rapidamente no cenário da MPB – uma seara que sempre foi muito bem servida. Mas Vanessa é conhecida por sua versatilidade e capacidade de se reinventar, explorando diferentes gêneros musicais e temas em suas composições. E a “Boa Sorte” que ela tanto cantou sempre a acompanhou.

Agora, ela se aventura no universo do teatro musical, idealizando e estrelando o espetáculo Clara Nunes – A Tal Guerreira (confira o serviço ao final da matéria). Com direção de Jorge Farjalla, o musical celebra a vida e a obra de uma das mais importantes cantoras do Brasil. O espetáculo busca resgatar a memória de Clara, destacando sua contribuição para a música popular brasileira e sua relação com a religiosidade afro-brasileira. Vanessa interpreta Clara Nunes em uma montagem que mescla música, dança e dramaturgia, oferecendo ao público uma experiência imersiva e emocionante.

Nesta entrevista, Vanessa da Mata fala sobre o processo de criação do musical, a importância de Clara Nunes em sua carreira e a relevância de celebrar a cultura brasileira através do teatro. A artista também compartilha suas reflexões sobre a atual cena musical no Brasil e seus futuros projetos. A conversa é um mergulho na concepção do espetáculo e na visão de Vanessa sobre a arte como um meio de transformação e celebração da identidade nacional.

Confira abaixo!

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Vanessa da Mata já havia representado Clara Nunes em um ensaio fotográfico do jornal Extra

TMDQA! Entrevista: Vanessa da Mata

TMDQA!: Vanessa, a gente tá aqui pra falar do musical. E é muito empolgante ver você desabrochar nesse papel. Mas eu queria entender, pra começo de conversa, o seu papel como idealizadora desse espetáculo. Quando você concebeu essa noção de um musical centrado na obra, na vida da Clara Nunes, você já sabia desde o início que você queria interpretar esse papel, ou foi uma coisa que foi acontecendo naturalmente? 

Vanessa da Mata: Bom, eu sempre vi pouquíssimas homenagens à Clara. Eu achava que faltava muito pela grandiosidade dela, pelas conquistas que ela teve, como mulher-intérprete, os ritmos que ela trazia no seu trabalho. E achava muito que ainda faltava um trabalho grande pra fazer, não que os outros não fossem grandes, mas faltava divulgação nos outros, faltava uma certa… uma ambição maior, talvez. E eu achava que todas as outras intérpretes tinham uma grande homenagem em todos os lugares. A Clara, eu não sentia. E quando eu trouxe essa ideia, já foi de interpretá-la, mas assim, uma sensação de que não ia ter tempo, não ia sair. 

Eu falei, “ah, vamos fazer um dia, uma história”. Só que os meninos levaram muito a sério (risos). Já começaram a fazer reunião no dia seguinte e eu achei que aquilo ia passar, não ia rolar, não ia pra frente. E quando eu vi, a gente já tinha patrocínio, já tinha uma organização inteira e aí veio a pandemia. E aí a pandemia deu uma freada. O que me… de novo, achei que não ia rolar. 

Mas eu acho que eu tenho uma gratidão tão grande com o trabalho dela e eu tenho… Minha região é uma região de agronegócio, né, de onde eu saí no Mato Grosso. Então tudo que eu ouvia fora disso me batia na alma e me trazia para um berço, para um lar, e assim foi o trabalho da Clara. Eu realmente me sentia num lar mesmo, num lugar meu, num lugar de sonho, de magia. Eu acho que a música tem essas funções, não estou falando da música de entretenimento, mas essa música arte. E a Clara foi a mulher mais popular do Brasil, a intérprete mais popular, então aquele trabalho todo, aquela sofisticação, a valentia dos ritmos e o que ela cantava, a fartura de coisas, objetos, melodias, arranjos, isso é muito doido da gente pensar o que aconteceu no Brasil, o que mudou no mundo também, para onde foi essa brasilidade tão farta. 

TMDQA!: Sim, e só de ouvir você falar dá para sentir que você está vindo de um lugar de admiração, eu acho que todos que estarão no palco e também os que estarão assistindo. Você já conhecia, imagino, boa parte da obra dela, como você está relatando, mas esse trabalho no musical te leva a fazer um mergulho mais profundo do que uma coisa mais superficial que a gente está acostumada a consumir música. E eu queria saber, na parte da biografi, de contar essa história da vida dela, se algo te surpreendeu. 

Vanessa da Mata: Ah, eu já sabia da história dela, é um drama, é uma vida muito sofrida. E eu achava que faltava também as pessoas saberem, porque ela vivia numa época onde as fofocas chegavam bastante, mas não o mais profundo, né? Então assim, as pessoas anunciavam no palco o que Clara usa, a beleza, o vestido, já tinha esse tipo de fofoquinha básica, mas não falavam muito da superação dela, que é uma coisa incrível. E uma mulher sozinha naquela época, né? Então eu queria também contar sobre isso, porque a gente hoje em dia tem muito essa coisa de quem sofreu mais, merece mais. E não é bem assim, né? A vida não é assim.

A gente tá falando de talento, é uma coisa que as pessoas ou nascem com essa genialidade ou não. Mas assim como alguns têm talento e honestidade pra fazer um negócio, ficar enorme, outros têm para criar cenários incríveis, outros para interpretar, outros para cantar… ela tinha isso. E, coincidentemente, ela foi muito sofrida. Quer dizer, são superações no meio daquele sofrimento todo, ela ainda tinha essa grandiosidade de desenvolver um sonho. Poderia ter fracassado, uma depressão, uma dor imensa que foi a vida dela, mas ela encontrou nesse lugar uma superação, e o motivo para sonhar, para entrar, para se esconder, dessa dor toda, para superar essas crises todas. 

TMDQA!: Então, vou puxar esse gancho que você falou da superação. Trazendo um pouquinho a nossa conversa para falar da Vanessa, imagino que esse processo musical seja também uma forma de autoconhecimento para você, porque você está testando novos limites do seu fazer artístico. Eu queria saber o que essa trajetória está trazendo de novo para você. Está descobrindo habilidades que você não sabia que tinha?

Vanessa da Mata: É muito intenso. Primeiro, para quem não sabe o que é a melodia, o cantar é feito no lugar dos tons. Para falar, a gente não usa. A gente só faz… [imita a cadência da fala]. É o que o rapper faz, para cantar, a gente vai para lugares muito altos, a gente usa assim, falando baixinho [cantarolando], a gente usa muito esse desenho vocal. E interpretar cantando é uma coisa completamente diferente de interpretar falando. 

O que não pode ser feito é ler um texto e ficar robótica lendo esse texto. Então, eu tenho que ter a minha musicalidade falando. E essa é a primeira vez que eu faço. E aí tem o tempo da fala, tem o foco onde eu devo estar em tal momento, porque vai ter uma luz apenas ali e eu preciso estar ali. Meu TDAH foi pro lixo (risos)! Meu déficit de atenção, pela primeira vez na vida… Eu tô tomando Ritalina. E tô realmente entrando num outro lugar onde eu não posso, mesmo falando, não posso me distrair em um momento algum. 

E isso é… No show também, eu não posso me distrair, porque o tom, eu tenho que pensar nos tons e nas palavras antes de cantá-las. Isso é algo que falando eu nunca tinha feito, então é outra atenção. São outros pontos de referência, são lugares onde eu busco a minha vivência para falar dos desamores dela, das frustrações amorosas, das dores da falta dos pais, o fato de estar sozinha. Então, a gente tem algumas coincidências, assim. Eu vim de Mato Grosso, ela veio de Minas. Eu vim muito cedo, com 14 anos, ela foi para Belo Horizonte com 15 anos. Ela tinha um teatro com o nome dela, eu tenho uma casa de show, que é a Casa da Natura Musical, eu e mais dois amigos. São coisas engraçadas, ela foi a primeira a vender muitos discos, eu tive, da minha geração, fui a primeira a ter músicas que eu compus sendo o primeiro lugar do Brasil no ano. Eu sou a mais ouvida da MPB em algumas plataformas, então tem umas coisas muito interessantes, coincidências engraçadas. As pessoas falam que a gente se parece muito, a velha guarda da Portela, teve um senhorzinho que ele brincou, “nossa, alguém vai passar mal hoje, porque você parece muito ela”. [fazendo referência ao desfile onde Vanessa representou Clara Nunes em um dos carros alegóricos da escola de samba]

Eu acho que eles estão falando do jeito de ser, da serenidade, talvez da maneira de falar mais baixo, do jeito amoroso, de falar com as pessoas. Existe um amor pelas pessoas muito grande. Eu tenho e eu sinto que ela tinha isso também. Esse fato de ter vindo do interior, que a gente convive com todo mundo, todas as cores, todas as classes sociais, você não tem essa diferença, todo mundo brinca na rua. Eu acho que existiam esses pontos de coincidência nossos.

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Vanessa da Mata representou Clara Nunes no desfile da escola de samba carioca Portela em 2012

TMDQA!: Sinto que sei um pouco o que você está falando, porque eu sou mineira também [como a Clara]. Eu sinto que existe essa conexão inerente, né? Você está falando da questão do texto falado, Vanessa, e o público te conhece primeiramente como cantora. Então seria, entre aspas, cômodo para você fazer a parte musical cantando no estilo “Vanessa da Mata canta Clara Nunes”. E ninguém ia reclamar porque já seria muito bonito. Mas a questão não é ser um show tributo, né? Você tem que ser a Clara no palco. Então, como que você separou essas duas personagens aí? O quão desafiador foi isso?

Vanessa da Mata: Então, demorou um pouquinho, foi muito desafiador, porque eu estou interpretando uma mulher de uma outra época. Mesmo que ela fosse uma super intérprete, vendesse muito, etc., ela tinha uma docilidade com os homens e o fato de ela ter ficado sozinha, sem os pais, muito cedo a levou a aceitar coisas que eu jamais teria aceitado. E eu tive que emprestar o meu corpo e… tanto que as meninas falavam para mim, e o diretor Jorge Farjalla: “você não tem que criticar, você não pode criticar, você está fazendo, você tem que aceitar. O seu cavalo tem que interpretar essa pessoa, o seu corpinho, então você faz favor de não criticar em nenhum momento e fazer essa mulher”. E eu vim de um lugar onde é muito machista, então eu sempre tive esse embate, essa luta contra o machismo e onde as mulheres todas adoeciam, entravam em depressão, outras morriam, outras… Entende? O casamento era realmente uma prisão de muitos perdões para elas, apenas. 

E eu me vi muito nesse lugar, esse lugar da minha mãe, lugar das minhas tias, de ter essa convivência com essa época, onde eu não entendi. E é um lugar de passagem da Clara, que eu acho que me fez muito bem ter esse contato com essa passagem dela, porque eu acho que todos nós somos órfãos de Clara Nunes. De muitas maneiras, a falta que ela faz também, em um lugar de falta para os outros, onde ela não chegou, deixou uma pobreza muito grande. O trabalho dela de expansão, de uma consciência, de um inconsciente coletivo, de ancestralidade no sagrado, ancestralidade no canto, na música de rua. Ela nos deixou órfãos de uma maneira muito estridente.

TMDQA!: Ficou uma lacuna, né?

Vanessa da Mata: Ficou uma lacuna que empobreceu muito todos nós. 

TMDQA!: Sim, verdade. Mas o legado dela ficou aí, então eu acho que esse musical está trazendo isso à tona de novo. 

Vanessa da Mata: Também, mas eu acho que ainda é muito pouco. A celebração que a gente faz para os nossos antepassados no Brasil. Essa coisa colonizada do Brasil de achar que tudo que é do exterior é melhor que daqui. É muito pequeno ainda, a gente celebra muito pouco os nossos, nós mesmos. A gente está sempre querendo imitar o de fora, trazer o de fora, cantar como um americano. A gente teve muita dificuldade em achar as pessoas pra cantar no musical uma música brasileira. E vinha um jovem e cantava um blues no lugar de Cartola (risos). A gente dizia “Escuta, não é isso, a gente tá fazendo o Cartola, cante como Cartola, cante como uma música brasileira”. Então era muito destoante, o que as pessoas acham o que é cantar e o que as pessoas entendem como sentir cada palavra, ser o afim de estar ali pela palavra, não pelo “olha o que eu sei fazer cantando”, é diferente. 

TMDQA!: Com certeza. Agora aproveitando que você tocou nesse assunto, da gente ter uma visão muito americanizada das coisas, estava pensando que o mercado de musicais no Brasil está crescendo, claramente. A gente vê várias produções estreando, a sua e também várias outras que são adaptadas da gringa. Mas apesar disso, o brasileiro ainda não gasta tanto com o teatro, muitos nem podem gastar tanto com o teatro. Eu queria saber na sua visão de uma pessoa que tá estreando nesse mercado com um olhar fresco mesmo, se você vê uma saída pra gente fomentar os musicais e o teatro de modo geral, quebrando certos preconceitos e deixando mais acessível para as pessoas, para o povo. 

Vanessa da Mata: É, eu acho que quando a gente tem um patrocínio, por exemplo, a gente vai ter várias apresentações de graça, abertas. Isso é uma maneira muito boa de ter essa troca com as pessoas e eu acho que daqui a pouco vai haver uma empresa capaz, além da Petrobras – tomara que ela faça isso – de apresentar isso na rua, pro povo, por exemplo. De levar isso numa Avenida Paulista ou como um serviço público. Porque a gente está falando dos nossos antepassados, da nossa força, de uma das maiores belezas culturais que a gente teve, que é uma das coisas que a gente leva para fora esse tipo de música e faz com que a imagem do Brasil seja completamente diferente do que as pessoas acham lá fora. E existe essa grandiosidade, que existe intelectualidade, que existe uma pureza ao mesmo tempo, e um desenho musical muito sofisticado, não é? Eu acho que tá acrescendo o musical brasileiro. Tem Elza Soares, a gente já esteve muito maior que isso, coisas com Chico Buarque em um momento, mas agora está voltando. 

Eu acho que essa coisa da imitação do americano é só uma desculpa. Daqui a pouco a gente vai ter uma grandiosidade em fazer muitos musicais contando histórias dos nossos e do nosso jeito. E eu acho que aproxima um público e que vai ver as recriações dos americanos, dizer “ah, eu não vi ainda do fulano, quero ver como foi a vida dele e vou lá ver”. Isso aproxima. Eu creio que sim. 

TMDQA!: E tem espaço para o Chicago e para Clara, né? Por favor. 

Vanessa da Mata: Claro!

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Participação de Vanessa da Mata no encerramento das Paralimpíadas 2016 homenageando Clara Nunes com “Conto de Areia”.

TMDQA!: Agora, você falou do Jorge Farjalla, que já tinha dirigido o seu show, dessa última turnê e vocês já tinham combinado essa parceria para fazer o musical da Clara. E aí eu queria saber como é a diferença na dinâmica, uma relação de direção de show e direção de musical, teatro e tal. 

Vanessa da Mata: Totalmente diferente, ele me surpreende muito nos detalhes das falas, nas entonações, no fazer os personagens. “Não, nesse momento que você faz ela dramática e ela perdeu o amor novamente, procura o seu amor que você perdeu. De novo, ela perdeu o amor”. Aí ele faz a personagem para mim e eu falo, “nossa, que coisa, quem é esse cara”, né? Porque ele faz muito direito. Ele faz o bêbado do não sei o que, “faz assim, eu quero assim, nesse momento eu quero mão aqui, aqui, aqui”. Então, é totalmente diferente. É outra pessoa. E num ganho um absurdo, porque aí você vai ver o lado que ele estudou do ator e dessas personagens todas. 

E no meu show, eu já tinha as minhas músicas, então ele me direcionou, me ajudando a achar as músicas e onde eu cantava cada uma. E pouquíssimos textos, acho que dois textos só, do meu livro. Então era tudo meu, né? É diferente o show do musical. É muito interessante, tá sendo uma aprendizado enorme pra mim. 

TMDQA!: Imagino. Agora eu tava pensando, vai que, né, agora que você foi mordida pelo bichinho do teatro, vai que você empolga e quer participar de outras histórias, contar histórias de um jeito diferente, né? Porque você lançou o livro [“A Filha das Flores”], você lança as suas músicas. E agora é só uma forma diferente de contar histórias. Você pensa em atuar em outras produções futuras, TV, cinema, quem sabe? Abriu a porta? 

Vanessa da Mata: O bichinho do teatro me pegou. Tá sendo tão divertido, que é surpreendente pra mim. Eu tô chegando aos 50 anos, então isso é muito gostoso, você fazer uma outra coisa, mas que também é expressão e tem a ver comigo. Mas eu tenho que ver, porque… Meu trabalho não deixa espaço, né? Esse final de semana eu tenho três shows. Eu também preciso de um tempo pra mim. 

A minha vida eu preciso resgatar, entender onde ela tá. Eu preciso ver meus filhos já estão crescidos, com namorados. Ninguém quer saber de mim. Hoje eu mandei mensagem, “escuta, tô com saudade”. “Ué, mãe, te dei um beijo ontem”. Não, foi muito pouco. Eu tô aquela mãe que tá cobrando. Mas é engraçado, porque não existe tempo pra mim. E em algum momento eu vou precisar um pouquinho dele. Eu sei te dizer que é um prazer enorme. Eu tô curtindo muito, mas acho que depende do convite, depende da pessoa, o quanto eu acho interessante. Se vale a pena me largar um pouco e fazer outra pessoa. É um descanso e é um alívio também. Eu acho que sair da gente um pouco sempre é um alívio. A gente lê um livro, a gente vê um filme e descansa de si. É necessário, mas eu preciso entender quem vem. 

TMDQA!: Tá certo. Tem que dar a liga, tem que bater o santo. 

Vanessa da Mata: Tem que admirar muito essa pessoa, essa figura. 

TMDQA!: Tá certo. Justo, justíssimo. Eu tenho uma filha de quatro aninhos e ela é muito grudada comigo. Eu sei que é difícil, mas um dia eu vou sentir falta disso. 

Vanessa da Mata: Nossa. Vai, vai sentir. E aí você precisa de novo fazer um trabalho pra se apropriar de si. Porque com o filho a gente é deles. Depois que eles crescem, de repente, a gente se sente órfã num lugar que você precisa se resgatar da visão do ninho vazio. 

TMDQA!: Faz sentido. Vanessa, olha, eu sei que você tá com um dia cheio, mas já foi ótima essa nossa conversa. Eu quero te agradecer muito pelo seu tempo e espero que seja linda essa estreia. Eu tô aqui no Rio, não vou poder assistir, mas quem sabe estreia uma temporada por aqui. Vamos ficar de olho. 

Vanessa da Mata: Tomara, também torço que sim. No teatro dela, tomara.

SERVIÇO | CLARA NUNES – A TAL GUERREIRA

Temporada: de 02 de agosto a 29 de setembro de 2024
Horários: sextas às 21h, sábados às 17h e 21h, domingos às 16h e 20h
Duração: 120 minutos
Local: Teatro Bravos
Endereço: Rua Coropé, 88 – Pinheiros
Capacidade: 611 lugares
Classificação etária: 12 anos
Observação: Vanessa da Mata não fará as sessões dos dias 10, 16 e 24 de agosto. Dia 30 de agosto não haverá sessão.

O Teatro possui acessibilidade e ar-condicionado.

PREÇOS/SETORES
PLATEIA PREMIUM: R$150,00 meia entrada e R$300,00 inteira
PLATEIA INFERIOR: R$125,00 meia entrada e R$250,00 inteira
MEZANINO: R$75,00 meia entrada e R$150,00 inteira

INGRESSOS: Internet | www.sympla.com.br