Pascual Di Tella, esgrimista de 28 anos, é um dos muitos atletas que foi aos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com o sonho de uma medalha. Porém, o argentino provavelmente é um dos poucos moradores temporários da Vila Olímpica que consegue a façanha de ter uma trajetória singular que combina esportes e música.
Di Tella atualmente reside no Brooklyn, em Nova York, onde se formou em Filosofia e Ciências Políticas. Além de seu sucesso na esgrima, ele trabalha na indústria musical, colaborando com artistas renomados como J. Balvin, Juanes, Molotov e Farruko. E ainda toca seu projeto solo, Ex Reii.
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A trajetória de Pascual Di Tella até Paris 2024
Di Tella conquistou seu lugar nas Olimpíadas pela classificação no ranking olímpico, um feito que ele descreve como um alívio depois de um ano de intensa preparação. Porém, seu bom desempenho parecia predestinado – afinal, Pascual traz o esporte no sangue.
Sua carreira na esgrima segue os passos de seu pai, Rafael Di Tella, que competiu nos Jogos Olímpicos de Seul 1988 e Barcelona 1992. A mãe de Pascual, Astrid Steverlynck, também é uma atleta olímpica, tendo representado a Argentina no esqui alpino nos Jogos de Inverno de Calgary 1988 e Albertville 1992.
Apesar da forte herança familiar, Pascual não sente pressão adicional para igualar ou superar os feitos de seus pais. Ele destaca que a verdadeira pressão era garantir a classificação, algo que ele já alcançou. A medalha seria um bônus, que acabou não acontecendo – ele encerrou sua participação no dia 27 de Jullho, vencendo o canadense François Cauchon e depois perdendo para o egípcio Ziad Elsissy para terminar na 31ª colocação geral.
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A dualidade entre a esgrima e a música
Além de sua dedicação ao esporte, Di Tella é músico, já tendo integrado bandas e se apresentado como solista. Atualmente, ele trabalha em uma empresa que organiza turnês para grandes nomes da música latina.
Uma de suas experiências mais memoráveis foi quando conheceu J. Balvin em um estúdio de gravação durante um jogo da seleção argentina na Copa do Mundo de 2022. Di Tella relembrou com humor esse encontro com o colombiano:
“Eu estava assistindo ao jogo no celular quando J. Balvin pegou o telefone para assistir também. Quando a Argentina venceu, ele me deu um abraço e começou a pular comigo”.
Essa proximidade com a música sempre existiu. Pascual comenta em entrevistas que ela anda lado a lado com o esporte:
“Fiz música a vida toda: comecei com piano, depois comecei a tocar violão e um pouco de baixo, além de cantar. Claro: toco muito mal trompete e bateria.”
Ele planeja retomar seu projeto musical solo, Ex Reii, após os Jogos Olímpicos. Mas Di Tella também reflete sobre o equilíbrio entre suas paixões pelo esporte e pela música:
“A música me apaixona, mas a competição na esgrima é muito satisfatória porque é muito concreta: você ganha ou perde.”
Pascual Di Tella teve a oportunidade de ser o único argentino na esgrima – o que já é uma vitória por si só.