O Formemus chega à sua sexta edição em 2024 consolidado como um dos principais encontros do mercado musical brasileiro. Realizado entre 7 e 10 de agosto na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em Vitória, o evento irá reunir mais de 50 curadores, players e empresários do setor, promovendo paineis, palestras, showcases, rodadas de negócios e pitching musical. O evento se destaca por sua abordagem abrangente e inovadora, conectando profissionais e artistas de todo o país.
Desde a sua criação, o Formemus tem se firmado como uma plataforma crucial para o desenvolvimento do mercado musical independente no Brasil. A cada edição, o evento oferece oportunidades únicas de aprendizado, networking e visibilidade para músicos, produtores e técnicos.
Entre os destaques deste ano estão as participações de figuras importantes da indústria, como Aloysio Reis, César MC, Ariel Quirino, Juliana Medeiros e Tony Aiex, editor-chefe e criador do Tenho Mais Discos Que Amigos!, que irão compartilhar suas experiências e conhecimentos, proporcionando um ambiente para a troca de ideias e a formação de novas parcerias.
Em um papo exclusivo com o TMDQA!, Simone Marçal e Daniel Morelo, diretores do Formemus, enfatizam a importância do evento para a promoção e valorização da diversidade e inovação na música brasileira. Eles discutem como o Formemus tem sido um catalisador para a carreira de muitos artistas e profissionais, fortalecendo o ecossistema musical local e nacional.
Simone e Daniel refletem sobre os desafios e conquistas ao longo dos anos, e compartilham suas expectativas para a edição de 2024, que promete ser mais uma etapa na consolidação do Formemus como um evento indispensável no calendário da música independente no Brasil. Confira abaixo!
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TMDQA! Entrevista: Simone Marçal e Daniel Morelo (Formemus)
TMDQA!: O Formemus já está em sua sexta edição. Quais foram as principais conquistas e avanços observados ao longo desses anos?
Simone Marçal: De forma geral, a cada edição, percebe-se uma melhor organização e preparação entre os artistas e profissionais da música da região. O empoderamento através das conexões e conhecimentos compartilhados, tem gerado oportunidades de palcos tanto para os artistas capixabas, quanto para os artistas do resto do Brasil que participam das ativações do evento. Ao mesmo tempo, o mercado e indústria musical brasileiro viram o seu olhar para a produção musical da região e, consequentemente, quem se destaca.
TMDQA!: Quais são os critérios utilizados na curadoria das apresentações musicais, videoclipes e fotografias?
Daniel Morelo: Sempre buscamos apresentar um resultado que representa um recorte da diversidade musical e demográfica da música brasileira. No chamamento de showcases o mais importante para curadoria é um material em vídeo da apresentação ao vivo, é o que mostra o potencial real do artista e a forma como ele lida com o público. Já a curadoria de videoclipes busca produções audiovisuais que mostram um diálogo elevado entre a música e o visual apresentado em vídeo, bem como a fotografia reflete o potencial musical que a imagem representa.
TMDQA!: Quais são os principais desafios enfrentados na organização de um evento de grande porte como o Formemus?
Simone Marçal: Os desafios são inúmeros. Temos um ideal de um mercado musical altamente competitivo e referenciado nacionalmente. Os desafios envolvem uma grande mobilização de classe, um reconhecimento da enorme diversidade musical presente e a promoção da união desta classe musical, permitindo que novos atores possam se integrar de forma crescente positiva, e os atores que querem se aposentar desse mercado, consigam realizar de forma digna, onde uma pulsante produção criativa conquiste o potencial maior de mobilizar e conquistar o jovem público brasileiro em toda a sua diversidade.
TMDQA!: Qual é a importância do Formemus e outras feiras de música para a profissionalização dos artistas e produtores musicais no Brasil?
Daniel Morelo: A função principal do Formemus e de outras conferências pelo Brasli é conectar criadores, gerar oportunidades de conhecimento, fomentar novos negócios da música, bem como promover os encontros entre diferentes profissionais de diferentes pontos do país no mesmo lugar. Esses encontros têm potencial progressivo geométrico de crescimento através dos laços criados e dos lastros deixados.
TMDQA!: Como a descentralização do evento, sendo realizado em Vitória, contribui para o fortalecimento do mercado musical fora do eixo Rio-São Paulo?
Simone Marçal: O conhecimento de mercado que é compartilhado e os contatos promovidos com um pouco mais de tempo e afeto é o maior ativo de fortalecimento do mercado musical através do Formemus. A riquíssima música brasileira tem novas jóias brotando em todos os cantos do país e uma conferência organizada com ativações que permitam os contatos dos artistas com os players do mercado, acabam por se diferenciar dos evento que estão dentro do eixo Rio-São Paulo, onde agendas paralelas muitas vezes impedem contatos mais prolíferos.
TMDQA!: Quais são os planos futuros para o Formemus em termos de expansão e novas iniciativas? De que maneira o evento pretende continuar inovando e se adaptando às transformações no mercado musical e nas demandas dos artistas e profissionais do setor?
Daniel Morelo: Temos algumas iniciativas ainda em fase de desenvolvimento focadas principalmente na circulação nacional. Ano a ano buscamos preencher as vontades e angústias do mercado através de ações revisitadas como o nosso Pitching Musical, que permite ao artista receber um feedback ao vivo de um grande elenco do mercado musical presente, algo único que só acontece durante a programação do Formemus. Sempre observando as angústias e os gargalos que o mercado da música independente apresenta e tentando solucionar elas com conhecimento.
TMDQA!: Como vocês veem a evolução do mercado musical brasileiro nos próximos anos e o papel de eventos e feiras musicais nesse contexto?
Simone Marçal: Nosso mercado continua rico e produzindo em um volume altíssimo, e temos novas propostas aparecendo em diversos cantos do Brasil. Esse é nosso maior capital criativo e o nosso papel enquanto Formemus, e todas as outras conferências de mercado da música, é de empoderar todas essas iniciativas para que elas possam se desenvolver sem se perder nos percalços da profissionalização musical.