Vários acontecimentos marcaram o ano de 2009. Seja o falecimento de Michael Jackson que parou o mundo ou a passagem de Elton John pelo Brasil, foi um período notório – inclusive para uma banda britânica que arriscou-se em uma era mais densa. Sim, é real: lançado em 19 de agosto daquele mesmo ano, Humbug mudou a trajetória do Arctic Monkeys.
15 anos depois, não é exagero dizer que o álbum envelheceu muito bem. O grupo liderado por Alex Turner conquistava espaço graças a seu rock alternativo veloz e autêntico, arrastando fãs que foram conquistados principalmente graças à popularização de bandas como o The Strokes, influência assumida da banda.
Diferente de Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not (2006) e Favourite Worst Nightmare (2007), Humbug surgiu após os Monkeys optarem por esperar um tempo até o próximo trabalho. Dividindo opiniões entre os críticos e público, o tempo comprovou que a era mais densa e psicodélica foi um acerto para a discografia da banda.
Nesse especial, iremos nos aprofundar nos detalhes que rodeiam o terceiro disco do Arctic Monkeys e conhecer mais histórias envolvendo o álbum. Bora lá?
Influências e produção
Produzido por Josh Homme (Queens of the Stone Age), Humbug é fruto de um processo com influências variadas. Distanciando-se dos dois primeiros álbuns, a produção de Josh transformou a sonoridade do projeto em algo completamente diferente.
Gravado no lendário Rancho de la Luna, na Califórnia, Humbug viu os Monkeys incorporarem uma nova direção para que continuassem relevantes até hoje – com muito êxito. Se antes escutávamos instrumentais e vocais característicos de uma banda de garagem cheia de gana, agora nos era apresentado algo maduro e com influências que iam desde The Beatles até Nick Cave.
Guitarras distorcidas, baladas que permanecem tensas com a cadência vocal de Turner e faixas passivo-agressivas tornam o projeto único, fazendo com que a tracklist apresente músicas que se diferenciam entre si, mas mantêm firme a proposta principal do trabalho disponibilizado pelo grupo.
Sonoridade, participações e desafios
Não ache que foi fácil fazer com que Humbug saísse do papel. Além de ser um baita vocalista e instrumentista, Alex sempre se destacou com suas composições carregadas, e teve um incidente na produção do projeto – mas soube sair melhor dessa.
Em entrevista, Turner revelou que seu caderno de letras havia sido roubado, após levarem sua mochila. Na época, afirmou:
“Na manhã seguinte [ao roubo], peguei alguns cadernos e sentei por algumas horas para tentar lembrar de tudo. Mas acho que todo o processo me fez escrever mais coisas e completar outras que eu não teria feito antes.”
O resultado? Um disco robusto, mas que manteve a originalidade que os ingleses apresentaram em suas origens!
Novos instrumentos foram incorporados à sonoridade da banda: slide guitar, teclados e até xilofones foram usados em Humbug. Além da participação de Homme durante todo o projeto, Alison Mosshart (The Kills) se fez presente nos backing vocals da apaixonante “Fire And The Thud”.
O papel de Humbug no futuro do Arctic Monkeys
Mesmo dividindo opiniões, a recepção de Humbug em geral foi bastante positiva. Veículos e críticos especializados elogiaram o terceiro disco dos britânicos que, na época, ocupou a décima quinta posição no Top 200 norte-americano.
Poucas bandas no rock tinham a coragem de mudar de direção de um disco para outro – e o Arctic Monkeys fez essa mudança com maestria. Se hoje a banda pode nos entregar ousados trabalhos como os recentes Tranquility Base Hotel & Casino (2018) e The Car (2022), é importante ter em mente que Humbug pavimentou este caminho.
Influenciando artistas, bandas e gerações, esperamos ver o grupo retornando o quanto antes e torcemos para que continue transitando em sua sonoridade alternativa com uma pitada mainstream que conquista fãs por razões óbvias.
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