O rapper Marcelo D2 é um dos artistas mais importantes não só do rap nacional, mas da música brasileira. Muito além do seu posicionamento a favor da legalização da maconha, os álbuns presentes durante sua trajetória, iniciada com o Planet Hemp e continuada em carreira solo, ajudam a contar um capítulo importante da história do rap no Brasil.
Nas últimas semanas, o artista, junto com a gravadora Sony Music, ouviu um antigo pedido dos fãs e incluiu quatro álbuns que fizeram parte do início da sua jornada na música: Eu Tiro É Onda (1998); À Procura da Batida Perfeita (2003); Meu Samba É Assim (2006) e Acústico MTV (2004).
Esses álbuns de Marcelo D2 não servem apenas para narrar seus primeiros passos. Eles contam um novo ponto de ebulição que surgiu dentro do rap naquele período – que já estava efervescendo com o lançamento de Sobrevivendo no Inferno, pelos Racionais MCs, em 1997.
Eu Tiro É Onda apresentava nova possibilidade de se fazer rap. O disco, produzido por Mário Caldato Jr., responsável por trabalhar com o grupo norteamericano Beastie Boys, trazia a sonoridade que dialogava com uma cena alternativa e inovadora dos Estados Unidos.
Apesar de não ter como ponto central a mistura entre rap e o samba, o primeiro disco já transmitia uma estética nacional do começo ao fim, principalmente pelos samples licenciados e a influência que os também produtores Zé Gonzales e DJ Nuts colocaram na obra. Todo esse universo criado no álbum de 1998 ajudou a orientar uma nova cena underground que surgia naquele período.
A Batida Perfeita, o Acústico e o Samba
A inserção do catálogo de Marcelo D2 também ajuda contar a história do rapper para as novas gerações de ouvintes. Muito antes de estabelecer o Novo Samba Tradicional com o álbum IBORU, ele já conduzia uma conexão profunda entre o rap e o samba em 2003.
Com À Procura da Batida Perfeita, Marcelo D2 aumentou a imersão das suas rimas no samba. Os beats inspirados na Golden Era deram espaço para uma sonoridade orgânica da batucada e de acordes de violão, criando assim uma textura híbrida pouco explorada no rap do Brasil até aquele momento.
D2 trazia pra sua obra uma espécie de inquietude, na qual buscava novas expressões musicais e rítmicas, explorando uma fusão mais intrínseca do rap com o samba e a bossa-nova. Essa relação ficou ainda mais evidente e concretizada na gravação do Acústico MTV, criando o primeiro disco de rap acústico do país, e com a inclusão de escola de samba e vozes de sambistas em Meu Samba É Assim.
Os primeiras álbuns de Marcelo D2 foram inovadores dentro do rap nacional, fugindo de qualquer tradicionalismo. Em seus quatro primeiros trabalhos, é possível entender a evolução dele como artista e a sua revolução dentro e fora do gênero. Diante disso, a inserção dessas obras nas plataformas digitais eterniza um capítulo importante na história da música nacional.
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