No vasto universo do heavy metal, onde a voz frequentemente serve como uma poderosa ferramenta de expressão, muitas vezes guiando multidões em grandes shows, as bandas de metal instrumental se destacam pela capacidade de transmitir emoções, narrativas e atmosferas exclusivamente por meio dos instrumentos onde cada nota precisa contar uma história sem palavras.
Embora a falta de vocais possa tornar essas bandas menos acessíveis ao grande público, elas conquistam uma audiência de nicho que valoriza a complexidade técnica e a profundidade musical. Não é incomum ao fã de certas vertentes do metal, como prog, power metal e fusion, identificarem — e curtirem muito — músicos cujo virtuosismo seja característica marcante.
Essas bandas exploram uma ampla variedade de estilos, desde o metal progressivo até o djent, do metal técnico ao post-metal, diversidade que reflete a liberdade criativa que o formato instrumental oferece.
Confira agora cinco desses nossos frutos da terra que falam muito sem dizer nada!
Vitalism
Com quase 42 mil ouvintes mensais no Spotify, o trio Vitalism, do Rio de Janeiro, entrega a performance de uma banda completa. Tocam música instrumental progressiva com influências de heavy metal, djent e música latina e conseguem proezas como encaixar um sofisticado e leve saxofone em meio ao peso da faixa “Yamí Obi”.
A banda foi criada em 2014 e teve outras formações até chegar à atual configuração com o guitarrista e fundador Ed Garcia, o baterista Demétrius Locks e o baixista Bruno Ladislau, que já sabia tudo e mais um pouco sobre o metal cantado, pois integrou a banda de um dos reis das vozes metálicas, Andre Matos.
Grande entrega do Vitalism neste ano é o EP Anima e suas seis faixas pesadas e técnicas.
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Atomic Elephant
A música instrumental também fala. É com esse prefácio que outro trio, Atomic Elephant, abre alas para anunciar seu “Metal Instrumental Psicodélico”. Contam com um EP de estreia autointitulado e acabam de entregar um single fresquinho, “Psilocybin”.
Os gaúchos colocaram sua música para jogo durante a pandemia. E se é de músico virtuoso que o metal instrumental se alimenta, Atomic Elephant traz como ingredientes o guitarrista Renato Osório e o baixista Benhur Lima, ex-integrantes da banda HIBRIA, reconhecida no power metal por sua proficiência, e o baterista Thiago Caurio, que assume a percussão de forma muito autêntica, bruta na medida certa e destacada.
Em O Enterro dos Ossos, a banda mostra que uma escola de samba pode ser feita por apenas três componentes em meio ao metal.
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Casagrande & Hanysz
Está na moda gostar de Eloy Casagrande, o ex-batera do Sepultura que assumiu as baquetas do Slipknot recentemente e entregou essa taça de copa do mundo no colo do headbanger brasileiro.
Antes toda moda fosse essa, e para não ficar fora dessa trend, vale a pena sacar todo o virtuosismo deste que é um dos mais consagrados bateristas de sua geração em seu duo instrumental Casagrande & Hanysz.
Fruto do nosso tempo, a dupla foi selada em um encontro pelas redes sociais na pandemia com o guitarrista e multi-instrumentista João Hanysz. As marcas desse enredo tão contemporâneo estão registradas em uma série de singles e dois álbuns, Edge of Chaos e Liminal (este lançado recentemente, pouco antes do capítulo Slipknot).
Casagrande & Hanysz convidam o ouvinte a exercitar seu lado mais detetivesco em busca de desvendar notas fantasmas e compassos subversivos dentro de um universo que agrega metal, rock progressivo e afins.
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Labirinto
O post metal/rock instrumental dos paulistanos Labirinto é denso, dramático, intrincado, hipnótico, visceral e experimental. O punhado de adjetivos é necessário frente à riqueza complexa do som que a banda paulista imagina e coloca para funcionar em sua discografia.
Com reputação que alcançou a Europa e a América do Norte, o som do Labirinto intriga, gera sentimentos de caos e tranquilidade e é repleto de dinâmicas que podem fugir do metal em alguns momentos para flertar com um rock mais generalista e sons de calmaria, mas que prontamente capturam de volta o peso.
É interessante sacar como a banda conta histórias sem palavras por meio dos sons, sem a âncora das letras. Destaque para o disco Divino Afflante Spiritu; dele surge a música “Agnus Dei”, que marca a primeira vez que a banda acrescentou vocal em uma das canções.
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Mountain Chicken
Se idade não é documento, o Mountain Chicken chega e entrega som de gente grande feito por quem começou na música bem antes da casa dos 20 anos! O trio brasiliense impressiona pelo virtuosismo e pela pouca idade que tinham seus músicos quando lançaram o álbum de estreia, You’re Going to Brazil, em 2021. Recentemente lançaram um single chamado “Farelo”, uma “fritação de metal progressivo”, como eles mesmos definiram nas redes.
A Mountain Chicken surgiu em 2018, quando o baixista Pedro Gheventer e o guitarrista Marino Oliveira se conheceram na Escola de Música de Brasília. Começaram a fazer música instrumental com a proposta de juntar o heavy metal com vários outros estilos, como chorinho, jazz e música popular brasileira.
Mountain Chicken apresenta, entre outros elementos, a proposta de fazer releituras em heavy metal de diversas músicas brasileiras, passeando por obras pouquíssimo visitadas pelos jovens como do violonista Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, que atuou na música nacional dos anos 1930 a 1950. Mesmo com todo esse repertório, não perdem a leveza e o frescor.
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