O ano de 2024 tem sido marcado por um número considerável de cancelamentos de festivais de música no mundo todo. O caso recente do Primavera Sound, que em uma só tacada desistiu de realizar suas edições de São Paulo, Buenos Aires e Assunção este ano, voltou a colocar em perspectiva essa tendência que vem balançando o mercado de grandes eventos.
Os cancelamentos trazem à tona uma série de desafios enfrentados pela indústria, que vão desde o aumento dos custos de produção até questões climáticas e logísticas. No Brasil e no exterior, as dificuldades econômicas e a saturação do mercado também têm contribuído para essa mudança no jogo.
Não se trata apenas de uma série de shows que deixam de acontecer e frustram os fãs. O cancelamento afeta os artistas, a economia local e as cadeias produtivas relacionadas a esses eventos. Em 2024, a continuação de desafios como a inflação, os altos cachês de artistas e a dificuldade em captar patrocínios têm pressionado ainda mais os organizadores.
Como resultado, muitos festivais de longa data e novas apostas foram forçados a suspender suas atividades. Isso coloca uma lupa sobre a necessidade urgente de estratégias mais sustentáveis para a realização de grandes eventos no futuro.
O que causa os cancelamentos dos festivais?
Os cancelamentos de festivais em 2024 podem ser atribuídos a uma combinação de fatores econômicos, climáticos e logísticos. A inflação global e o aumento dos custos de produção têm sido especialmente prejudiciais para festivais independentes, como o Desert Daze, que citou esses desafios em sua decisão de cancelar o evento.
Além disso, as preocupações com a segurança e as dificuldades logísticas, como observado no cancelamento do Lollapalooza Paris, refletem as complexidades de organizar grandes eventos em um cenário de incertezas.
Outro fator é a saturação do mercado, que tem diluído o público entre um número crescente de eventos, resultando em vendas de ingressos abaixo do esperado para muitos festivais. A competição acirrada por patrocínios, especialmente em regiões fora dos grandes centros urbanos, também tem dificultado a viabilidade financeira desses eventos. Por fim, as mudanças climáticas têm se tornado cada vez mais relevantes.
Como dá para ver, não há apenas um motivo que leva a esse efeito cascata. O cancelamento chega por uma série de fatores, afetando desde eventos alternativos até megaproduções multimilionárias. Um exemplo disso é o mercado do Reino Unido, que manteve tradicionais eventos como o Glastonbury, mas por outro lado pode fechar 2024 com 100 festivais a menos.
Confira abaixo alguns dos exemplos mais recentes para entender esse panorama de grandes eventos musicais no Brasil e no mundo.
5 festivais cancelados em 2024
Primavera Sound na América Latina
O Primavera Sound cancelou suas edições na América Latina em 2024, incluindo São Paulo, Buenos Aires e Assunção, citando “dificuldades externas” que impediram a realização dos eventos no nível esperado pelo público.
Apesar de confirmada desde dezembro de 2023, a programação nunca foi divulgada, e a incerteza nas redes sociais refletiu os desafios enfrentados pelos organizadores. Resultado: quem comprou o ingresso early bird vai receber estorno e vida que segue.
Desert Daze
O Desert Daze, um festival independente em Lake Perris, na Califórnia, foi cancelado devido ao aumento dos custos de produção e à volatilidade do mercado de festivais.
Com uma programação que incluía nomes como Jack White e Thundercat, o cancelamento foi um golpe para os fãs de música psicodélica e indie. Isso mostra que nem mesmo headliners que chamam bastante atenção são garantias para um evento de grande porte.
Lollapalooza Paris
O Lollapalooza Paris 2024, previsto para julho, foi outro dos grandes festivais afetados. As crescentes restrições logísticas, administrativas e de segurança inviabilizaram a realização do evento, mas a edição de 2025 está garantida e com ingressos em pré-venda.
Você não leu errado. Programaram um acontecimento de proporções consideráveis juntamente com outro evento gigantesco: as Olimpíadas de Paris. De fato, deve ter complicado bastante as coisas!
Doce Maravilha Curitiba
O Doce Maravilha, evento que começou no Rio de Janeiro e vem aos poucos planejando a expansão para outras cidades, teve sua edição de Curitiba cancelada. O motivo, segundo os organizadores, foi a impossibilidade de entregar a experiência planejada devido a limitações de recursos.
Tudo leva a crer que a venda inicial de ingressos não foi o suficiente para garantir a realização, o que é uma pena. Mas o festival segue firme e forte, com uma edição em Brasília acontecendo ainda este mês, em 21 e 22 de setembro – e você confere o line-up no post acima.
Lovers & Friends
O Lovers & Friends, um prato cheio para os fãs de pop, R&B e hip-hop dos anos 90, iria acontecer em Las Vegas. Porém, condições meteorológicas perigosas forçaram o cancelamento dos shows apenas horas antes de acontecerem.
Este é um exemplo emblemático que tinha tudo para dar certo – afinal, nostalgia vende muito bem -, mas mostra a importância de um fator chave na realização de festivais. Os eventos meteorológicos extremos estão cada vez mais comuns e as organizações precisam estar cientes dos riscos.
Os desafios enfrentados por esses festivais exemplificam uma mudança no mercado. Elas apontam para a necessidade de novas abordagens, modelos de negócios e estratégias para a sustentabilidade de grandes eventos no futuro. Como os megafestivais e turnês comprovam, a demanda por shows e experiências memoráveis continua em alta – e dificilmente isso mudará.
OUÇA AGORA MESMO A PLAYLIST TMDQA! LANÇAMENTOS
Quer ficar por dentro dos principais lançamentos nacionais e internacionais? Siga a Playlist TMDQA! Lançamentos e descubra o que há de melhor do mainstream ao underground; aproveite e siga o TMDQA! no Spotify!