Quando você pensa nos anos 1990 para o Rock mundial, fica difícil não lembrar do Grunge, certo? Bem, esse pensamento não está nada errado, mas é possível argumentar que o Grunge foi apenas um dos excelentes subgêneros surgidos do Rock Alternativo naquela época.
No final da década de 1980, as gravadoras precisaram buscar “alternativas” ao Glam, Metal e Hard Rock que dominavam as paradas, mas não agradavam uma nova geração que queria mais diversidade e autenticidade na música.
Cansada da comercialização exagerada do mainstream, a chamada Geração X preferia divulgar os seus novos artistas favoritos no boca a boca, por rádios comunitárias ou fanzines – vale lembrar que não era possível criar playlists ou trends na época.
Foi nesse contexto que, no mesmo dia 21 de agosto de 1990, o Alice in Chains lançou seu álbum de estreia, o lendário Facelift, e o Jane’s Addiction divulgou o influente Ritual de lo Habitual, transformando para sempre a música feita com guitarras e ajudando a definir o Rock Alternativo.
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Os precursores nos anos 1980: The Cure, Sonic Youth e mais
Antes de entrarmos nesses dois discos, precisamos lembrar os pioneiros do Rock Alternativo na década anterior, época em que o Punk ganhou uma aura mais gótica com bandas como The Smiths e Siouxsie and the Banshees, ou mais melódica com representantes como o R.E.M.
Outro nome importantíssimo da cena Indie nos anos 1980, o Sonic Youth emplacou naquela virada de década o seu álbum mais importante, o icônico Goo. Com faixas como “Kool Thing” e “Dirty Boots”, uma abordagem experimental e guitarras em afinações não convencionais, a banda de Kim Gordon definiu as bases para muita coisa que viria em diante.
Outro álbum fundamental daquele ano é Repeater, o primeiro do Fugazi, lendas do Post Hardcore norte-americano. Com ex-integrantes do Minor Threat liderados por Ian MacKaye, eles trouxeram a estética faça você mesmo para os anos 90 com pedradas como “Blueprint”, “Merchandise” e a faixa-título, que combinam pura agressividade de som e mensagem.
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Agosto de 1990 foi dominado pelo Rock Alternativo
Até que chegamos às semanas decisivas para o Rock Alternativo nesse recheado ano de 1990, quando três discos incríveis foram lançados num período de apenas oito dias.
Começou em 13 de agosto, quando o Pixies divulgou Bossanova, terceiro álbum da carreira e sucessor do aclamado Doolittle. A banda de Black Francis aprofundou ainda mais sua mistura de Punk com temas surrealistas e ambientações sonoras, e ainda aquele toque de Surf Rock. Músicas como “Allison”, “Velouria” e “Dig for Fire” marcaram profundamente toda a década.
Na semana seguinte, um certo Layne Staley tomou o mundo do Rock de assalto com a sua voz impressionante, harmonizada com as melodias suaves de Jerry Cantrell – o mesmo que fazia alguns dos riffs de guitarra mais sombrios que já tínhamos escutado. Facelift, a estreia do Alice in Chains, é daqueles álbuns perfeitos do início ao fim, com pedradas como “Man in the Box”, “We Die Young”, “Bleed the Freak”, “Love, Hate, Love” e “It Ain’t Like That”, músicas que se juntaram às do Soundgarden como precursoras do Grunge.
Mas o disco dividiu as atenções naquele 21 de agosto com o Rock mais funkeado e psicodélico do Jane’s Addiction, que lançava o segundo e mais importante trabalho da carreira, Ritual de lo Habitual. Por sua mescla de estilos e produção cheia de experimentações, este álbum de Perry Farrell e companhia talvez tenha sido o que mais abriu possibilidades para a cena de Rock Alternativo da época, graças a faixas inesquecíveis como “Been Caught Stealing”, “Stop!” e “Three Days”.
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Década seria marcada pelo Rock Alternativo
Só de ler os parágrafos anteriores, você provavelmente já lembrou de bandas que vieram depois com sonoridades parecidas com essas, né? É o caso do Grunge, é claro, que foi tomado de assalto pelo Pearl Jam e o Nirvana a partir de 1991.
O Shoegaze também ganhou cada vez mais força com nomes como My Bloody Valentine e Slowdive; os músicos do Reino Unido criaram o Britpop, representados por Oasis, Blur e Pulp, e outro estilo também se tornou altamente popular até os dias de hoje – o Indie Rock de Weezer, Phoenix e Strokes.
Nada é por acaso, amigos! E aí, qual desses álbuns clássicos do ano de 1990 você vai escolher pra ouvir hoje?
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