Nomes se destacam na cena atual

Lançamentos nacionais: Barragem, Erik Lenfair, Michelle Abu e Zândhio Huku

Barragem lança novo EP
Crédito: divulgação

O trio paulistano Barragem está de volta com seu novo EP, Julgamento, que apresenta três músicas, incluindo a faixa-título, e une diversas influências do Metal para devidamente abordar os temas nefastos que traz nas letras das faixas.

Entre os assuntos abordados nas composições estão a manipulação do negacionismo, as desnecessárias mortes de brasileiros durante a pandemia e a rápida expansão de pensamentos retrógrados pelo neopentecostalismo no país.

Para o novo trabalho, o grupo se inspirou em nomes como Mastodon, Elder, Suicidal Tendencies, Sepultura, Rage Against the Machine e KoRn, como comenta o baterista e compositor Guilherme Jorge:

“São todas bandas que trouxeram algo de diferente para a música pesada. E a ideia era essa, trazer o peso que as músicas pediam, prestar reverência ao tipo de música que eu mais ouvi na vida, e ao mesmo tempo fazer isso de maneira que soe como novidade. É uma maneira de colocar para fora todo o ódio que sentimos ao ver a promoção da desgraça alheia ser tão capitalizada. O ápice disso para mim foi definitivamente a pandemia, vendo aquelas pessoas que só abraçaram o negacionismo porque estavam em condições menos vulneráveis. E quem acreditou e morreu por isso? E quem não acreditou mas teve seus esforços de preservação prejudicados?”.

Erik Lenfair

O artista Erik Lenfair explorou uma direção musical mais divertida e ousada para navegar pelas fronteiras entre o Pop Alternativo e Mainstream em “Pillow Prince”, quarto single do novo projeto do cantor e compositor.

Natural do Rio de Janeiro, Erik cita nomes como Britney Spears, Heidi Montag e Lindsay Lohan como influências, além de vozes do Jazz, como Frank Sinatra e Billie Holiday, e bandas como The Smiths e The Beach Boys.

Atualmente, ele trabalha em seu disco completo previsto para sair neste segundo semestre do ano.

Michelle Abu

A multi-instrumentista Michelle Abu apresentou o clipe de “Sertão de Dentro”, que conta com a participação de José Paes de Lira, o Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), recitando a poesia que aparece no final da música “Nega”, do Baianos e Novos Caetanos.

Nos anos 1970, o trio formado pelo mestre da comédia Chico Anisio, Arnauld Rodrigues e Renato Piau fazia uma brincadeira com o grupo Novos Baianos e o próprio Caetano Veloso, satirizando o tropicalismo e a ditadura.

No entanto, em “Sertão de Dentro”, o que era uma sátira vira algo bem mais profundo com as discussões sobre inteligência artificial, deep fakes e fake news tomando conta do debate na sociedade atual. A zabumba, nesse sentido, foi o ponto principal para a criação da música, e se entrelaça com a história de Michelle, como ela mesma conta:

“Criei essa música a partir da zabumba. Ela surgiu pelo amor que sinto pelas festas de junho, mais especificamente o São João, Xangô menino. Desde pequena na Bahia eu sempre viajava para o interior, pela Chapada Diamantina pra viver essas festas e sentir essa energia. Quando comecei a tocar zabumba, tudo fez sentido pra mim. Essa música me traz a memória desses lugares que sempre foram a minha casa, que é o interior da Bahia. Além disso, sou devota de Xangô (ou São João) e tenho um amor imenso por toda a cultura que essas festas promovem.”

Zândhio Huku

O cantor, compositor e multi-instrumentista indígena Zândhio Huku, conhecido por seu trabalho a frente da banda Arandu Arakuaa, liberou o clipe da música “Alma de Socó”.

Em seu trabalho solo, Zândhio realiza uma imersão sonora através de um passeio por suas influências em música indígena e regional que têm permeado toda sua carreira. Ao comentar sobre o conceito da canção, ele afirma:

“A letra da música aborda de forma sutil como o fato de eu ter me tornado órfão de mãe ainda na infância contribuiu para acentuar mais ainda minha personalidade introspectiva, e como o contato com a natureza e as artes tem sido forte aliado nesse processo de busca por cura interna, e consequentemente tornando-se importantes referenciais para meu processo criativo”.