A trilha sonora do longa Meu Casulo de Drywall acaba de ser lançada nas plataformas de streaming, trazendo uma experiência sonora que contribui diretamente para a atmosfera de tensão e luto no suspense teen dirigido por Caroline Fioratti, já em cartaz nos cinemas.
Composta por Flavia Tygel, a trilha é apresentada como um réquiem original, adicionando camadas importantes à narrativa do filme. Ela foi gravada na Rússia, em uma igreja com reverberação natural, e foi produzida em colaboração com a St. Petersburgo Studio Orchestra.
Durante a pandemia, Flavia Tygel explorou o uso de frequências curativas em suas composições, criando uma sonoridade que provoca reações físicas e emocionais no público. O resultado já pode ser conferido nos principais serviços de áudio, com o objetivo que os espectadores continuem acompanhados pelo filme à medida que refletem sobre a história.
Continua após o trailer:
Meu Casulo de Drywall: a volta dos dramas adolescentes ao cinema nacional
Meu Casulo de Drywall estreou em 12 de setembro em diversas cidades do Brasil, com distribuição da Gullane+. Estrelado por Maria Luísa Mendonça e Bella Piero e com participação de Caco Ciocler, o filme retrata as 24 horas que antecedem a morte de Virgínia (Piero), explorando os sentimentos de luto e os segredos das pessoas ao seu redor.
Essa produção da Aurora Filmes em coprodução com a Haikai Filmes acompanha a vida de moradores de um condomínio de alto padrão. A trama começa em uma grande festa na cobertura para comemorar os 17 anos de Virgínia, mas conforme a noite avança, a celebração se transforma em uma verdadeira panela de pressão, cheia de tensões e perigos. A tragédia é iminente, e todos terminarão implicados nessa trama: mãe, pai, amigos, namorados e vizinhos.
A obra aborda temas como solidão e saúde mental, propondo uma reflexão sobre questões atuais. A trilha sonora de Flavia Tygel desempenha um papel importante nessa experiência, ampliando a profundidade emocional do filme e contribuindo para o debate em torno das complexidades da adolescência e dos relacionamentos interpessoais.
Esse retrato honesto era importante para a diretora Caroline Fioratti desde o princípio do projeto. Para isso, ela disponibilizou para a equipe acompanhamento psicológico durante todas as etapas da produção. E resumiu:
“Espero que o filme possa ser um instrumento de diálogo sobre questões como saúde mental e o adoecimento contemporâneo.”
Bella Piero elogiou essa abordagem, mesmo diante do desafio de gravar um filme durante a crise sanitária.
“Naquela época, há quatro anos, o cinema não tinha nem coordenador de intimidade. Então ela foi muito revolucionária, muito empática. Foi muito importante, porque a gente queria o tempo inteiro ser muito responsável e cumprir uma função social para que Meu Casulo de Drywall pudesse chegar aos adolescentes e aos pais e fazer a diferença.”
Frequências curativas e atmosfera emocional
Uma das grandes sacadas da trilha de Meu Casulo de Drywall é a diferença entre as frequências utilizadas. As cordas seguem o padrão de 440Hz, enquanto o coro opera em 432Hz, uma frequência conhecida por desacelerar os batimentos cardíacos.
Essa escolha de afinação busca reforçar a tensão emocional da narrativa e se alinha ao tema de saúde mental abordado no filme. A combinação dessas frequências visa gerar uma resposta introspectiva no ouvinte.
Flavia Tygel relembra o convite para assumir a trilha sonora do filme:
“A Carol me telefonou no início da pandemia contando que estava com o filme pronto, só faltando a música. E então ela pergunta assim, de forma bem direta: ‘Flávia, você compõe música pra concerto??!!!’ Ao que eu respondi prontamente (fingindo toda a normalidade): ‘Claro, Carol!’. Carol havia sincronizado ao filme músicas de compositores clássicos, todas orquestrais, como referência – e lembrando que estávamos na pandemia, ou seja, gravar com orquestra e coro seria um desafio… Persistimos na ideia e fui tentando traduzir o que ela realmente queria.”
Porém, a compositora entendeu que a proposta estava em trazer um acompanhamento ideal para contar aquela história.
“Eu nunca tinha composto uma música dessa magnitude, mas decifrei que a Carol buscava, em última análise, um réquiem original, uma missa fúnebre para ambientar a tragédia moderna que é abordada em seu filme. Então, mergulhei na linguagem e criei a trilha original de Meu Casulo de Drywall, gravada com orquestra e coro remotamente, em St. Petersburgo e com todo o vigor que o filme merece.”
Caroline Fioratti considerou a trilha de Tygel um elemento central para reforçar a mensagem sobre saúde mental no longa, alinhando-se ao Setembro Amarelo. O mês é dedicado à ampliação de pautas sobre depressão e prevenção ao suicídio, desmistificando os temas.
Destinada ao público de Meu Casulo de Drywall e também a todos aqueles que buscam um processo de cura emocional com a ajuda da música, a trilha sonora já está disponível em todas as principais plataformas de streaming.
Confira a trilha sonora abaixo: