Uma das maiores demonstrações de amor pela vida, a adoção ajuda milhares de crianças e adolescentes a terem uma chance de integrar uma família, e vários casos na música brasileira e mundial podem ser uma boa fonte de inspiração!
Cantores brasileiros da MPB ao Funk, como Milton Nascimento, Gonzaguinha, Mr. Catra e MC Binn, tiveram a oportunidade de recomeçar a vida com uma família que incentivou seus talentos artísticos. Lá fora, mestres do Rock como Eric Clapton e John Lennon, e nomes do Rap como Keyshia Cole e Ice-T também passaram por situações como essa, algumas mais delicadas e outras muito bonitas.
Nesta lista especial, conheça a história de acolhimento desses e outros artistas que retribuíram demais à sociedade com a sua arte!
Dados da adoção no Brasil
Vale destacar que, segundo dados de 2020 do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, o Brasil ainda tem quase 5 mil crianças e adolescentes aguardando adoção, e mais de 30 mil famílias habilitadas para esse processo (via Agência Brasil).
10 músicos que foram adotados
Gonzaguinha
Provavelmente o caso de adoção mais famoso da música brasileira, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior se tornou um dos maiores compositores do país depois de entrar para a família do “Rei do Baião”, o grande Luiz Gonzaga (ou simplesmente “Gonzagão”).
Autor de clássicos como “O Que É O Que É?” e “Explode Coração”, Gonzaguinha ficou órfão de mãe aos dois anos e acabou sendo registrado por Luiz Gonzaga e pela cantora e dançarina Odaléia Guedes, mas foi criado mesmo pelos padrinhos Henrique e Dina Xavier. Ele praticamente não teve contato com Gonzagão até os 16 anos de idade.
Debbie Harry (Blondie)
Vocalista do Blondie e responsável por grandes clássicos dos anos 1980, como “Heart of Glass” e “One Way Or Another”, Deborah Ann Harry nasceu como Angela Trimble em 1945, na Flórida, e foi adotada com apenas três meses de vida.
Ela fez sucesso como modelo e depois como cantora de Rock em várias bandas independentes até transformar a cena com o Blondie. Mais tarde Debbie conseguiu localizar a mãe biológica, uma pianista de música clássica, mas ela não teve interesse em manter uma relação com a vocalista.
Milton Nascimento
Uma história incrível, repleta de sofrimento mas também de muito amor, marcou a infância de um dos maiores músicos que o Brasil já teve. Milton Silva Campos do Nascimento é filho de uma faxineira que foi abandonada pelo namorado quando estava grávida, no Rio de Janeiro. Maria do Carmo do Nascimento tinha depressão e faleceu de tuberculose quando Milton tinha apenas dois anos.
A avó também era empregada doméstica e trabalhava para a professora de música Lília Silva Campos, que não conseguia engravidar. Foi ela quem criou de fato o cantor em Minas Gerais, sob a condição de manter o nome de batismo e visitar a avó no Rio. Milton cresceu com dois irmãos também adotados, e Lília foi fundamental para o interesse dele pela música desde cedo.
Mostrando a importância que a adoção teve em sua vida, Milton também adotou seu filho, Augusto Kesrouani Nascimento, em 2017. Hoje com 31 anos, o rapaz compartilha muitos registros do (aposentado!) pai e alegra a internet.
Ice-T
O rapper norte-americano Ice-T tem uma história diferente de todos os outros artistas desta lista. Nascido Tracy Lauren Marrow em 1958, ele foi criado pelos pais em Nova Jersey, mas Solomon e Alice Marrow faleceram cedo demais – a mãe quando o cantor tinha 8 anos e o pai aos 12 anos, ambos por um ataque cardíaco.
Tracy se mudou para a casa de uma tia em Los Angeles e passou a dividir o quarto com seu primo Earl, que apresentou a ele o Heavy Metal. Aos 22 anos, depois de servir o Exército e se envolver na criminalidade das ruas, ele decidiu se dedicar à carreira de DJ e se tornou Ice-T, rapper responsável por álbuns fundamentais como Power (1988), O.G. Original Gangster (1991), e mais sete discos como vocalista da banda de Metal Body Count.
Mr. Catra
A fama por ter dezenas de filhos rendeu a Mr. Catra algumas críticas perjorativas, mas também refletia o bom coração de alguém que passou pela mesma situação na infância. O funkeiro carioca nasceu Wagner Costa em 1968 no Morro do Borel, no Rio, e foi adotado quando criança pelo casal Gracy e Edgard Luiz Pinaud, que viviam no Alto da Boa Vista e tinham melhores condições financeiras.
Catra estudou nos melhores colégios e desenvolveu seu talento primeiro como guitarrista de Rock na banda O Beco, e depois como cantor de sucessos sobre ostentação, como “Adultério”, mas também sobre a realidade de onde ele realmente nasceu, como “Cachorro”. Ele faleceu em 2018, aos 49 anos.
John Lennon (Beatles)
Pode ser uma surpresa para alguns, mas um dos integrantes do Fab Four viveu uma primeira infância complicada que terminou com a tia lutando pela sua guarda. John Lennon era filho de um mercador que vivia no mar e apenas enviava cheques para a mãe criá-lo sozinho. Aos seis anos, seu pai retornou e ameaçou levar John para outro país, e o garoto teria sido forçado a escolher um dos pais.
Lennon acabou indo morar com os tios Mimi e George Smith, mas a mãe Julia Lennon (que até virou nome de música dos Beatles) visitava sempre e foi a responsável por sua educação musical. Ela tocava álbuns de Elvis Presley para ele e ainda o ensinou a tocar banjo. John não teve contato com o pai por mais de 20 anos.
Emílio Santiago
Intérprete dos clássicos “Saigon” e “Verdade Chinesa”, Emílio Santiago nasceu em 1946 em uma família humilde e foi adotado com apenas seis dias de vida. A mãe adotiva foi fundamental para o interesse dele por música, mostrando grandes cantores da MPB no rádio desde cedo, e também para que ele valorizasse os pais biológicos, com quem nunca deixou de conviver.
O primeiro caminho que ele seguiu foi o Direito, mas sua paixão por cantar o fez vencer alguns programas de calouros no início dos anos 1970, e depois do primeiro álbum – autointitulado de 1975 -, a fama de Emílio Santiago só cresceu. Ele faleceu em 2013, deixando versões imortais de faixas como “Flor de Lis”, “As Rosas Não Falam” e “Trocando em Miúdos”.
Keyshia Cole
Keyshia Myeshia Johnson nasceu na Califórnia em 1981, mas a mãe tinha problemas com dependência química e os amigos da família Leon e Yvonne Cole a adotaram aos dois anos de idade, mudando seu sobrenome. Com apenas 12 anos – e já um enorme talento musical – ela gravou com MC Hammer, autor do clássico “U Can’t Touch This”, e formou uma amizade com a lenda do Rap Tupac Shakur.
O primeiro álbum solo, The Way It Is, saiu em 2005 já com “Love”, que se tornou um mega-hit do R&B moderno, e depois vieram mais sucessos como “Let It Go” e “Last Night”. Com sete álbuns lançados, Keyshia optou por uma aposentadoria precoce da música em 2022 para se dedicar aos negócios e à família. Ela só conheceu o pai biológico aos 34 anos.
MC Binn
Aos 30 anos de idade, MC Binn tem ganhado cada vez mais destaque no mundo do Funk e na mídia, tanto que precisou mudar o nome artístico MC Bin Laden depois da parceria com o Gorillaz e destaque internacional. Na participação dele no Big Brother Brasil 2024, quando ficou em 8º lugar, o cantor passou a falar mais sobre sua infância difícil, a adoção e a importância de cuidar da saúde mental.
Mas seu nome mesmo é Jefferson dos Santos, nascido em uma família com história complicada num distrito pobre de São Paulo. Seus pais se separaram quando ele tinha 9 anos, e aos 11 ele foi expulso de casa e precisou trabalhar como vendedor ambulante. Foi só com 18 anos que ele foi adotado pela pastora Mariza Ventura, que o incentivou a transformar suas dores em música – mesmo que fosse no Funk proibidão.
Nas redes sociais, as constantes demonstrações de carinho de Binn para sua mãe emocionam muita gente o tempo todo. É bonito de ver!
Eric Clapton
Considerado um dos maiores guitarristas de todos os tempos, Eric Clapton teve uma infância confusa, mas nem por isso faltou amor. Filho de um soldado que estava na guerra quando ele nasceu, o músico foi criado pela avó e o segundo marido dela. Até os 9 anos de idade, Clapton acreditava que eles eram seus verdadeiros pais, e que as fotos da mãe espalhadas pela casa eram de uma irmã.
Os avós o presentearam com um violão aos 13 anos, e ele passou a praticar acordes de Blues com os álbuns de Muddy Waters, Robert Johnson e B.B. King que eram tocados em casa. Ele começou se apresentando em pubs de Londres, e logo se tornou um astro com bandas como Yardbirds, Cream e em carreira solo.
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