Nos últimos anos, a presença de bandas nas paradas musicais, como a Hot 100 da Billboard, tornou-se cada vez mais rara. O último momento de dominância de projetos musicais coletivos foi nas décadas de 1980 e 1990, quando grupos como Boyz II Men, Backstreet Boys e Spice Girls dominavam as listas. Hoje, artistas solo têm predominado e as bandas, que antes eram figuras centrais na indústria, se tornaram uma exceção.
A última vez que uma banda alcançou o topo da Hot 100 foi em 2022, com “Heat Waves” do Glass Animals. Analisando as últimas três décadas, nota-se que as participações de grupos caíram drasticamente. O cenário atual, moldado por diversas transformações na indústria, tornou o trabalho coletivo menos atraente tanto para artistas quanto para gravadoras.
Transformação da indústria musical
O declínio das bandas nas paradas reflete mudanças estruturais na música. O rock, um dos principais gêneros a impulsionar os grupos, perdeu força comercialmente, dando espaço para o pop e o hip-hop, gêneros majoritariamente dominados por artistas solo.
Ao mesmo tempo, a tecnologia musical avançou, permitindo que um único artista crie músicas com a sonoridade de uma banda, sem a necessidade de outros músicos. Aplicativos e softwares como GarageBand e BeatStars facilitaram esse processo.
Além disso, as redes sociais mudaram a forma de divulgação musical. Plataformas como TikTok e Instagram priorizam o indivíduo, recompensando o engajamento pessoal em detrimento de colaborações.
Isso levou a uma cultura em que os artistas constroem carreiras independentes, focados em suas próprias presenças online. O apelo por uma identidade única tem feito as gravadoras investirem cada vez mais em artistas solo.
O declínio das bandas nas paradas musicais
Nos últimos 30 anos, a presença de bandas nas paradas da Billboard caiu de forma drástica. Em 1994, aproximadamente 30% das músicas no Top 10 da Hot 100 eram de bandas ou grupos. Hoje, esse número está próximo de zero. Em 2024, nenhuma banda figurou no Top 10 da Hot 100 como artista principal durante os primeiros seis meses.
Esse declínio reflete mudanças no gosto do público e na indústria musical. Entre 2018 e 2023, menos de 8% dos hits do Top 10 foram de bandas, um contraste marcante com o auge das décadas anteriores, quando nomes como U2, Nirvana e Red Hot Chili Peppers eram presenças constantes no topo das paradas.
Atualmente, até bandas que mantêm relevância, como Coldplay, têm lançado colaborações com artistas solo, sinalizando uma mudança na maneira como as bandas tentam se manter no radar do público.
Mudanças no cenário para bandas de rock
O desaparecimento das bandas das paradas, especialmente as de rock, reflete um ponto baixo para o gênero no aspecto comercial. Enquanto bandas como The Beatles, Queen e Rolling Stones dominaram os anos 60 e 70, hoje o rock tem um impacto muito menor nos charts.
Em 2023, Coldplay e The 1975 foram algumas das poucas bandas a figurar no Top 50 de turnês mais lucrativas nos Estados Unidos, de acordo com a Billboard Boxscore, indicando que o sucesso atual das bandas é muito mais visível ao vivo do que nas paradas de singles.
Esses números destacam uma tendência que se consolidou ao longo dos anos: as bandas de rock, que já foram o coração da música mundial, agora encontram mais dificuldade em alcançar o sucesso comercial nas paradas de singles.
5 motivos pelos quais as bandas estão longe das paradas
Rock em baixa
Um dos fatores mais evidentes é o declínio do rock. Gênero que sempre esteve atrelado à formação de bandas, o rock tem perdido espaço. Sem o mesmo apelo comercial, os grupos de rock encontram mais dificuldade em competir nas paradas.
Tecnologia
Avanços tecnológicos possibilitaram que artistas solo reproduzissem sons que antes demandavam uma banda completa. Com softwares acessíveis, artistas conseguem gravar e produzir músicas sozinhos, dispensando colaboradores.
Redes sociais
O uso massivo das redes sociais contribuiu para o declínio das bandas. Essas plataformas recompensam mais a autenticidade individual, tornando mais vantajoso para os artistas construir carreiras solo. Grupos, por outro lado, enfrentam o desafio de criar conteúdos coesos que engajem coletivamente.
Custos
Além disso, manter uma banda é caro. As gravadoras precisam investir mais para sustentar um grupo, já que os lucros são divididos entre vários membros, tornando o modelo financeiro menos atraente.
Bandas acabam
Por fim, a falta de consistência entre os membros de uma banda muitas vezes leva à dissolução. O trabalho coletivo exige um alinhamento que pode ser difícil de manter, resultando em rupturas ou dissoluções – gerando, dessa forma, vários outros artistas solo. É natural, portanto, que eles sejam muito mais numerosos.
Ainda assim, as bandas continuam resistindo e sua atração permanece forte, especialmente devido à energia contagiante que entregam, tanto em gravações de estúdio quanto, principalmente, em apresentações ao vivo.
Mesmo que sua presença nas paradas tenha diminuído, o poder de uma performance coletiva e a química entre os integrantes no palco garantem que o formato de banda nunca perca seu apelo. Seja em turnês lotadas ou em momentos de estúdio, grupos musicais sempre irão cativar o público!
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