Ampliando suas reflexões

Emicida irá ministrar curso sobre o Brasil em universidade dos EUA

Rapper brasileiro dará curso na Universidade de Pittsburgh entre os dias 25 e 27 de Setembro

Emicida
Foto por Wendy Andrade

Um dos nomes mais relevantes do Rap nacional, Emicida vai fazer uma nova incursão pela educação internacional nesta semana.

Entre os dias 25 e 27 de Setembro, ele ministrará na Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), o curso “Brasil, é tudo pra ontem”, que apresentará perspectivas diferentes para a sociedade e a cultura brasileira.

O conteúdo é inspirado no processo de pesquisa e produção do disco AmarElo, lançado em Outubro de 2019 e aclamado tanto pelo público quanto pela crítica.

As aulas são voltadas para alunos do Centro de Estudos Latino-Americanos (CLAS) da instituição – frente que promove programas de formação acadêmica multidisciplinar especializados nas diversas comunidades diaspóricas de origem latino-americana e caribenha.

A novidade chega após Emicida ter sido mestre em uma cátedra insurgente na Universidade de Coimbra (Portugal) em 2021, tornando o cantor, compositor, rapper e pensador contemporâneo destaque entre os artistas que buscam pensar a realidade do Brasil.

Mais uma grande conquista!

Emicida ministrará curso em universidade americana

A vivência de Emicida na periferia de São Paulo também fez com que ele ampliasse as possibilidades de formato na hora de propor reflexões sobre a sociedade, movimento que o levou ao meio acadêmico.

Em Pittsburgh, o curso proposto será dividido em quatro encontros, sustentados pela pesquisa do artista a respeito do país, como Emicida conta:

“Quando eu tive aquela primeira experiência em Coimbra, me conectei com uma série de pessoas de vários lugares do mundo. Participar de um ambiente de efervescência de ideias, onde pude trocar perspectivas do que uma mesma coisa representa para cada um dos presentes, me fez voltar para o Brasil maior do que eu fui – em termos de conhecimento. O objetivo central é que as pessoas saiam das conferências com a certeza de que podem observar uma narrativa por diversos ângulos. A maldição da historiografia é definir quem está certo e quem está errado. Se os alunos saírem se sentindo provocados a ver a história do Brasil por perspectivas diferentes da hegemônica, eu vou considerar uma grande conquista.”

O convite para a nova investida acadêmica de Emicida partiu da diretora do Centro de Estudos Latino-Americanos e professora de História da Universidade de Pittsburgh, Keila Grinberg. Também brasileira, ela comenta:

“A ideia de convidar o Emicida para ministrar o curso surgiu a partir do filme AmarElo, que eu sempre uso nas minhas aulas de História do Brasil. Emicida tem uma interpretação original e poderosa da história e da cultura brasileira que precisa ser conhecida no mundo inteiro. É particularmente importante que ele esteja vindo dar aulas aqui na comemoração de 60 anos do Centro de Estudos Latino-Americanos. O centro foi criado durante a Guerra Fria, em uma época de relações hierárquicas e assimétricas entre os Estados Unidos e a América Latina. É fundamental mostrarmos o quanto esta perspectiva mudou e o que os brasileiros têm a ensinar. E ninguém melhor do que o Emicida para fazer isto.”

Estaremos muito bem representados!

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