NOVOS HORIZONTES

Protagonismo do rap no Rock in Rio demonstra futuro promissor do gênero no país

Desde o primeiro dia do maior festival da América Latina, o rap provou ser o “novo rock” e ditou o ritmo do Rock in Rio

Pra Sempre Rap Rock in Rio
Foto: Rock in Rio

O Rock in Rio é um dos mais importantes eventos da música em todo o mundo. O festival reflete as mudanças da indústria e, ao longo dos seus 40 anos, tornou-se um ponto de convergência entre culturas, gerações e os mais diferentes gêneros musicais. E é possível prospectar o futuro através da presença massiva do rap neste ano.

Quando o festival foi criado em 1985, o rock era o estilo que dominava a indústria e dialogava diretamente com a juventude. 40 anos depois, a edição deste ano do Rock in Rio mostra que um novo gênero ocupou esse espaço: o rap.

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Neste ano, é possível apontar o rap como um dos grandes destaques do RiR. Desde a primeira sexta-feira, no dia 13, o gênero foi o grande fio condutor da edição. O norte-americano Travis Scott, por exemplo, reuniu mais de 100 mil pessoas para assisti-lo, criando uma atmosfera insana do começo ao fim de sua apresentação de pouco mais de 90 minutos.

Inclusive, ao longo dos sete dias, rappers brasileiros também trouxeram shows marcantes para o público. O showman Matuê fez um grande espetáculo ao apresentar seu novo álbum 333. O festival também uniu Kayblack e Veigh pela primeira vez no palco, onde os dois simularam uma disputa e fizeram uma performance singular.

O gênero também foi destaque em palcos secundários. Enquanto o funkeiro MC Hariel denunciou os desmatamentos criminosos pelo país, MC Cabelinho apresentou seus hits mais famosos junto com o Coral das Favelas, dentro de uma nova roupagem pensada para o evento.

Além disso, no último sábado (21), o festival prestigiou a música brasileira e o rap foi homenageado duas vezes, sendo uma delas através do trap. No encontro Pra Sempre Rap, Rincon Sapiência, Karol Conká, Xamã, Criolo, D2, Djonga e Rael subiram ao palco, apresentando o melhor show da noite.

A importância do rap no Rock in Rio

A presença do rap no Rock in Rio, um dos maiores e mais prestigiados festivais do mundo, carrega um simbolismo profundo. O rap, nascido nas periferias e que viveu anos marginalizado, surge agora em um palco que, historicamente, celebrava gêneros mais convencionais.

Essa transição não é apenas uma mudança de gosto musical; é, na verdade, um movimento existencial e cultural que reflete a própria luta do rap por reconhecimento durante décadas.

A entrada do rap no Rock in Rio também nos lembra que a música, assim como a sociedade, está em constante movimento. O que antes estava à margem, agora está no centro, e o rap é a linguagem universal desse momento. Como o próprio Veigh disse: o rap é o novo rock.

O rap agora pode demonstrar sua força que, durante anos, foi invisibilizada. E sob os holofotes da nova indústria, nossos artistas têm demonstrado o potencial do gênero, seja dominando as plataformas de streaming como têm feito, seja ditando o ritmo do maior festival de música do mundo.

E o palco do Rock in Rio, que antes pertencia ao convencional, nessa edição de 40 anos, pertenceu ao rap.

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