“Ah, que decepção de novo” – é assim que Iconoclasta, novo projeto de Matheus Who, inicia. Aos 25 anos de idade, o carioca surpreende o público ao fugir do convencional e entregar um disco com experimentações e relatos que servem de espelho para jovens que beiram a fase dos vinte-e-poucos anos.
Se antes conhecíamos um menino que emergiu do sonho de fazer música juntando uma banda no quarto de sua casa, agora vemos um jovem adulto vivenciando a vida. A diferença entre o artista que lançou Youth Culture (2018) e viralizou com a Carmen no finado X/Twitter e o que lança seu segundo disco solo agora em 2024 é notória, indo muito além da música.
Iconoclasta foi anunciado pelos singles “Mais Nada” e “Copa”, cada um explorando elementos que vão além de seu tradicional indie, e nós pudemos ouvi-lo antecipadamente. Vem conferir a resenha!
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Urgências da juventude
“A versão que viverá pra sempre é sobre uma mistura de tristeza, beleza e o caos. O caos de ter 20 e poucos anos e sua vida virar de cabeça pra baixo em pouco tempo”, explica Matheus.
Realmente, não existe definição melhor para este trabalho. Com essa fala, ele quis destacar que metade do disco foi reescrito no fim das gravações, em nome de transmitir sua emoção mais sincera e honesta possível. Em “Caras Bonitas”, por exemplo, podemos ouvir:
“O dia em que eu te defendi / O dia em que eu tive que descobrir pelo Elvis / Que você mentiu por meses“
As camadas que constroem essa atmosfera são incríveis, seja pelas produções ou pela capa do projeto. Ser um jovem morando em outro estado, com seus sucessos e falhas em relacionamento, uma vida para tocar… Tudo se volta para o ouvinte ter uma identificação imediata com o material consumido.
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Iconoclasta comprova que Matheus Who merece destaque no cenário nacional
Identidade, relacionamentos, sexualidade, pertencimento… De maneira leve, Matheus Who atravessa os temas acolhendo os ouvintes, mesmo que suas composições possam assustar à primeira ouvida.
O sucessor de A Dobra no Espaço-tempo (2021) vai além do bedroom pop de Mac DeMarco, trazendo também elementos do jazz, shoegaze e muita brasilidade. Soa como algo que Elliot Smith faria, se fosse brasileiro.
Iconoclasta chega ao mundo servindo dramaticidade e acolhimento na mesma medida. Mesmo narrando suas dificuldades pelas 11 faixas do disco, o trabalho relembra a humanidade de forma mais pura, numa tentativa de dizer que “tudo passa”.
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