Em entrevista ao jornalista Felipe Branco Cruz para a Veja, Nando Reis disse o que pensa a respeito da repercussão de suas manifestações políticas durante a recente turnê de reunião dos Titãs, bem como em seus shows na carreira solo.
Para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro, em diversas datas da excursão de sua antiga banda, realizada entre Abril de 2023 e Março de 2024, o cantor alterou a letra da faixa “Nome aos Bois”, manifesto contra ditadores que mencionava desde sua versão original os nomes de Adolf Hitler e Benito Mussolini.
Na adaptação, o músico de 61 anos incluía o nome de Bolsonaro nos versos para associá-lo a estas figuras sanguinárias da história política mundial. No entanto, sua atitude desagradou parte do público dos Titãs, fazendo com que Nando recebesse diversos ataques pela polêmica provocada.
Ao mencionar um episódio ocorrido em Dezembro passado no festival Prime Rock Brasil, em Curitiba, ele destacou que caiu na armadilha de defender suas próprias convicções (via Igor Miranda):
“Quando tomei uma posição pública enfática a respeito do governo anterior, que foi aquela coisa horrorosa, veio essa beligerância. Sofro ataques até hoje. Cantei em Curitiba e fui vaiado. Caí na armadilha de ir contra minha própria crença de defender a inclusão. Sou um sujeito que defende a diversidade. Admito pontos de vista diferentes. O que não admito é a exclusão.”
Às vezes, é preciso dar a cara para bater mesmo, né?
Nando Reis sofreu ataques durante a turnê de reunião do Titãs
Como lembrou o portal Igor Miranda, Nando também havia falado sobre o assunto com a Folha de S. Paulo, quando frisou que prega a “real liberdade” e reforçou que não apoia nenhum partido:
“[Na turnê do Titãs] fui muito atacado, caluniado, vítima de fake news. Mas a gente se manteve coerente. Foi a oportunidade de reiterar o que sempre fomos, e delinear as semelhanças dos momentos políticos e sociais — o pós-ditadura e o pós-Bolsonaro. Essa direita quer achatar as liberdades individuais e a diversidade e, nesse sentido, pensamos o oposto, defendemos a real liberdade […]. Nunca fui de partido, não sou petista.”
No Festival Verão Massayó, em Janeiro, o artista chegou a pedir a prisão de Bolsonaro e, em entrevista para o Canal Brasil, mandou o recado:
“Quem não gostar do que eu estou dizendo, não goste. Não é preciso gostar, é preciso ter respeito. O que faltou nos quatro anos passados foi respeito. Quem acha que o que eu estou falando é ‘ir além’, essa pessoa está sem noção. Porque o que a gente está falando é recolocar as coisas nos lugares elementares. Não estamos falando nada demais. Respeito ao próximo, chega de racismo, chega de bater em gays… essa coisa absurda.”
Pedido razoável, né?
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