Antes de partir cedo demais em 1997, o talentosíssimo Jeff Buckley presenteou os amantes de música com seu primeiro e único disco de estúdio, Grace, que se tornou um dos melhores trabalhos da história.
Além das faixas autorais, a obra apresenta uma cover que se tornou o maior sucesso de sua breve carreira. Estamos falando da versão épica de Buckley para o hino “Hallelujah”, de Leonard Cohen, considerada por muitos como a gravação definitiva da composição.
Jeff também chegou a trabalhar em outras releituras ao longo de sua trajetória antes de falecer aos 30 anos, vítima de um afogamento acidental no Rio Mississippi. Através de suas covers, é possível conhecer um pouco do gosto musical do lendário artista e ao mesmo tempo apreciar seu incrível talento.
O portal Far Out reuniu algumas das melhores versões registradas pelo músico, que mostram todo o seu potencial artístico. Confira a seguir!
5 covers incríveis na voz de Jeff Buckley
The Smiths – “I Know It’s Over”
Enquanto trabalhava no que seria o seu segundo disco de estúdio, Sketches for My Sweetheart the Drunk, Jeff Buckley demonstrou sua admiração ao The Smiths. Tanto que, durante as sessões de gravação, registrou versões de “The Boy With The Thorn In His Side” e “I Know It’s Over”.
Certa vez, a mãe de Buckley, Mary Guibert, comentou sobre a gravação de “I Know It’s Over”. Para ela, apesar da versão original ser encantadora, ela conseguiu ficar ainda mais emocionante na voz do jovem músico:
“Jeff era um grande fã dos Smiths. Ele achava que Morrissey era uma lenda viva, então essa música foi uma escolha muito significativa.”
Jevetta Steele – “Calling You”
Provavelmente depois de ter visto o filme Bagdad Cafe, de 1987, ou de ter ouvido uma das belíssimas versões de Céline Dion, Buckley regravou a faixa “Calling You”, canção que foi originalmente gravada por Jevetta Steele para o filme mencionado acima e escrita por Bob Telson.
Enquanto sua versão original tem uma sonoridade mais voltada ao R&B, Jeff fez sua releitura acompanhado somente por sua guitarra. Sua belíssima interpretação, repleta de emoção, deixa qualquer ouvinte pensar, facilmente, que esta poderia ter sido uma música escrita por ele.
Nina Simone – “If You Knew”
Sempre que tinha chance, Jeff Buckley aproveitava para enaltecer o trabalho da icônica Nina Simone. Além de ter incluído uma versão de “Lilac Wine”, que ficou popular com a regravação de Simone, em seu disco Grace, o músico também fazia questão de colocar canções da cantora em seus repertórios ao vivo.
Um dos incríveis registros das covers de Jeff, que chegou até a se descrever como “o filho ilegítimo distorcido de Nina Simone”, foi sua interpretação ao vivo de “If You Knew”, capturada no café Sin-é no East Village de Nova York, em que é possível ver o astro do Rock se transformando em um encantador músico de soul.
Edith Piaf – “Je N’en Connais Pas La Fin”
Na mesma gravação ao vivo citada acima, Buckley também demonstrou sua admiração pela música francesa ao fazer uma cover do clássico “Je N’en Connais Pas La Fin”, que se popularizou na voz da lendária Edith Piaf.
Mesmo cantando em uma língua na qual ele não era fluente, Jeff consegue transmitir muitos sentimentos através de sua voz enquanto é acompanhado apenas por um dedilhado na guitarra.
Bob Dylan – “Mama, You’ve Been On My Mind”
Outro artista bastante admirado por Jeff Buckley era o emblemático Bob Dylan. O músico fez covers de diversas faixas da lenda folk, e uma das mais especiais lançadas por ele foi uma versão de “Mama, You’ve Been On My Mind”.
Através de seus poderosos vocais e acompanhado por sua guitarra, Jeff parece conseguir transmitir a história da música de uma maneira singular, como nem mesmo o próprio Dylan foi capaz de fazer.
A relação entre Buckley e Dylan também foi marcada por um mal entendido, depois que Jeff supostamente personificou o artista no palco. Após ter ouvido boatos de que teria insultado Bob, Jeff tentou de todas as formas se desculpar com o artista, e chegou a fazer um pedido público, na esperança de que chegasse até um de seus ídolos.
Ele disse:
“Isso me mata saber que o que quer que eles tenham dito a você é o que você pensa que eu penso de você. Não que eu te ame. Não que eu sempre tenha ouvido você e levado a música comigo para onde quer que eu vá.”
A versão abaixo sem dúvida alguma deixa clara toda essa admiração!
