Dos hospitais na infância para a imortalidade como músico

A estrela que completou o "Fab Four": a história de como Ringo Starr se juntou aos Beatles

Baterista superou infância difícil e desconfiança dos fãs e empresários para se tornar um dos maiores ícones do Rock

A história de como Ringo Starr se juntou aos Beatles, formando o "Fab Four" clássico
Imagem: Divulgação

Nós já te contamos neste texto sobre o azar de Pete Best, baterista que foi demitido dos Beatles meses antes de explodir a “beatlemania” – agora, precisamos falar da conturbada e improvável história do homem que assumiu as baquetas em seu lugar, Ringo Starr.

Há quase exatos 64 anos, em outubro de 1960, um dos bateristas mais icônicos de todos os tempos (senão “o mais”) fazia sua primeira gravação ao lado de John Lennon, Paul McCartney e George Harrison, participando de uma cover do clássico “Summertime”.

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Mas a trajetória de Ringo com os Beatles começou mesmo dois anos depois, em 1962, e neste artigo vamos relembrar como Richard Starkey, seu nome de batismo, transformou uma infância difícil em uma carreira irretocável!

Ringo Starr passou grande parte da infância em hospitais

Muitos fãs dos Beatles não sabem, mas aos seis anos de idade Ringo Starr apresentou uma série de problemas de saúde que o fariam ficar internado em hospitais por quase três anos.

Primeiro, o músico nascido em Liverpool sofreu de uma apendicite, cuja cirurgia para retirada o deixou em coma por dias, e em recuperação por quase um ano.

Depois, com 8 anos, Ringo contraiu tuberculose e passou mais dois anos internado para se recuperar de uma doença tão grave. Nesse período, o baterista praticamente não frequentou a escola, e frequentemente era vítima de bullying por não ter o conhecimento básico que outras crianças tinham.

Mas como a música é mais forte que qualquer dificuldade, adivinha qual foi a primeira experiência de Ringo como músico? Exatamente, tocando na banda do hospital ao lado de outros pacientes e funcionários!

Entrada nos Beatles veio com muita desconfiança

Com o tempo, Richard Starkey começou a se destacar na cena skiffle de Liverpool – um gênero que mesclava folk com jazz e blues, muito popular entre os jovens britânicos da época – e entrou para a banda Rory Storm and the Hurricanes.

Em maio de 1960, o grupo recebeu a proposta de fazer uma residência em Hamburgo, na Alemanha, que também era reduto para outra banda local chamada… The Beatles. Foi durante essa turnê que Ringo se juntou a John, Paul e George para gravar “Summertime”.

Os músicos mantiveram uma amizade, e dois anos depois o baterista se juntou oficialmente ao “Fab Four” (ou “quarteto fabuloso”), como a formação dos Beatles ficaria conhecida. Mas nem todos os fãs receberam bem a demissão de Pete Best – nem mesmo o próprio produtor da banda, George Martin.

Continua após o vídeo

Muito além da bateria: as músicas que Ringo Starr cantou nos Beatles

Logo nas primeiras gravações de Ringo Starr com os Beatles, quando eles estavam trabalhando nos singles “Love Me Do” e “P.S. I Love You”, o baterista foi substituído pelo músico de sessões Andy White. Como o produtor ainda não confiava plenamente no novo integrante, Starr foi relegado a tocar apenas tamborim e maracas nessas canções.

Mas quando Ringo finalmente gravou a música “Please Please Me”, por coincidência ou não, a banda explodiu na Inglaterra e nos Estados Unidos, dando início à beatlemania.

Como diria o poeta, o resto é história… e a história de Ringo Starr nos Beatles é também como cantor e compositor! Além de influenciar milhões de bateristas com seu estilo objetivo de tocar, ele foi o autor e intérprete de sucessos como “Octopus’s Garden” e “Yellow Submarine”.

Em entrevista à revista Time Out em 2003, Ringo relembrou o momento em que decidiu se aventurar como compositor em meio a Lennon, McCartney e Harrison, que já eram mais experientes nessa arte:

Eu sempre estive envolvido com compositores, então quando eu escrevia alguma coisa, sempre achava que não era bom o suficiente. Além disso, quando comecei a escrever eu não criava nada original, apenas reescrevia outras músicas. Eu dizia ‘vejam, escrevi essa canção!’, e eles só davam risada porque reconheciam outro clássico ali.

Eu tive que esperar para encontrar a minha própria voz, e foi a mesma coisa com o George [Harrison]. Quando você olha para os primeiros álbuns dos Beatles, eram só covers. Depois tivemos a era Lennon-McCartney, e depois algumas músicas do George e uma música minha [por disco]. Eu acho que, se ainda estivéssemos na ativa hoje, teríamos uma divisão igual de composições.

Ringo Starr depois dos Beatles

Ringo Starr lançou 12 álbuns de estúdio com os Beatles, cinco discos ao vivo, 22 filmes e mais de 50 videoclipes. Após o fim da banda em 1970, ele conseguiu iniciar uma carreira solo de sucesso, fez alguns papéis no cinema e rodou o planeta como um dos caras mais queridos do Rock em todos os tempos.

Em 2015, ele foi o último dos Beatles a ser introduzido ao Hall da Fama do Rock por sua carreira solo, mas ao contrário de John, Paul e George, que foram homenageados na categoria “Artistas”, Ringo foi incluído na categoria de “Excelência Musical”, refletindo seu impacto duradouro na arte, no geral.

Definitivamente uma das trajetórias mais incríveis da música. Viva, Ringo!

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