Ao lado do Rage Against the Machine, o guitarrista Tom Morello lançou uma série de hinos de protesto e um dos principais deles foi a poderosa faixa “Killing In The Name”.
Neste domingo (3), o icônico artista e ativista político relatou em sua conta do Twitter/X que precisou explicar a letra da música citada acima após uma pessoa ter compartilhado o que ela havia entendido da mensagem da canção lançada em 1992.
Ele declarou:
“Nunca deixa de me surpreender quantas pessoas que ouviram RATM estão no modo Paul Ryan, tendo literalmente NENHUMA compreensão de qualquer coisa que a banda era e ainda menos compreensão de onde qualquer um de nós poderia se posicionar em questões contemporâneas.
Recentemente estava conversando com um casal em um restaurante com grandes fãs de ‘Killing In The Name‘. A simpática mulher disse: ‘Eu amo essa música. Ela me ajudou a ficar furioso contra meus pais e mais tarde contra a vacina!’. Eu disse: ‘Senhora, essa música é sobre policiais racistas que frequentemente se comportam como a Ku Klux Klan a serviço da supremacia branca histórica e são lacaios lambedores de botas e bandidos da classe dominante capitalista racista’. Ela ficou sentada lá mastigando e piscando, mastigando e piscando.”
Tom Morello e o significado de “Killing In The Name”
Em 2020, Tom Morello participou do podcast Rolling Stone Music Now e por lá revelou como nasceu “Killing In The Name”, que se tornou um dos maiores sucessos da carreira do Rage Against the Machine.
O guitarrista apontou que a letra, “uma das mais brilhantes compostas por Zack de la Rocha“, se refere ao abolicionista Frederick Douglass, que afirmou que o momento que se tornou livre não foi quando foi solto fisicamente de suas amarras, mas sim quando o mestre disse “sim” e ele disse “não”. Ele acrescentou:
“Essa é a essência de ‘foda-se, não vou fazer o que você me diz’. E é por isso que é encorajador ouvi-lo gritar para os capangas federais que estão atirando gás lacrimogêneo contra cidadãos americanos.”
Ele estava se referindo a uma manifestação feita por americanos em que eles cantaram a música durante o protesto. Na entrevista, Morello também contou sobre a criação do instrumental da faixa que integrou o disco de estreia homônimo do grupo, lançado em 1992, e você pode saber os detalhes aqui.
Rage Against the Machine
Para a tristeza de muitos fãs, no início deste ano os admiradores entenderam que o RATM encerrou suas atividades após o baterista Brad Wilk compartilhar um texto em tom de despedida agradecendo “todo mundo que já nos apoiou algum dia” e basicamente cravando que o grupo não voltaria mais aos palcos.
Com o possível fim do grupo, os fãs brasileiros só tiveram a oportunidade de assistir ao show da banda uma única vez. Tom Morello e seus companheiros desembarcaram no Brasil em 2010 para tocar no Festival SWU, que aconteceu em Itu, São Paulo, e você pode relembrar esse show na íntegra clicando aqui.