Ouça os primeiros singles

TMDQA! Entrevista: Alessia Cara promete jornada pelo amor e passagem do tempo com novo álbum "Love & Hyperbole"

Após parceria com John Mayer, cantora canadense conversou com a gente sobre shows no Brasil e influência de Amy Winehouse

TMDQA! Entrevista: Alessia Cara promete jornada pelo amor e passagem do tempo com novo álbum "Love & Hyperbole"
Imagem: Divulgação

Alessia Cara nunca escondeu suas emoções, inseguranças e reflexões sobre a juventude, e por isso mesmo se tornou um ícone do Pop para quem está na faixa dos 20 aos 30 anos, especialmente.

A cantora canadense explodiu em 2015 com o single “Here”, faixa do álbum Know-It-All que, como o título diz, descreve aquela fase “sabe-tudo” da adolescência, lembra? Depois veio The Pains of Growing (2018), uma brincadeira com as “dores internas” que todos sentimos nessa época da vida.

O disco In The Meantime, de 2021, parecia ter um conceito inacabado (propositalmente, é claro), como se Alessia estivesse em um “limbo temporal”.

Toda essa narrativa será amarrada em fevereiro de 2025, quando a artista irá lançar Love & Hyperbole, o quarto álbum da carreira, mas o primeiro em que ela sentiu que realmente teve liberdade artística e experiências saudáveis para relatar.

Parceria com John Mayer e influência de Amy Winehouse

Alessia já lançou duas músicas do novo álbum, “Dead Man” e “(Isn’t It) Obvious”, esta última em parceria com John Mayer que reflete o desejo da canadense de ter mais instrumentação ao vivo e mais estilos musicais nos seus discos.

Na entrevista exclusiva que o Tenho Mais Discos Que Amigos! conduziu com Alessia Cara, ela falou sobre a influência de artistas como Amy Winehouse e Paramore, sobre visões mais amadurecidas sobre o amor e o tempo e, claro, sobre a possibilidade de ela vir ao Brasil em 2025.

Leia esse papo na íntegra abaixo!

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TMDQA! Entrevista: Alessia Cara

TMDQA!: Somos de um portal chamado Tenho Mais Discos Que Amigos!, então é claro que eu vou perguntar mais tarde se você também tem mais discos que amigos! Mas, primeiro, quero dizer que sou muito fã da sua música. O seu medley de Destiny’s Child no YouTube, eu preciso assistir aquilo pelo menos uma vez por dia!

Alessia: [Risos] Ah, isso é tão legal! Obrigada!

TMDQA!: A minha primeira pergunta é sobre o novo single “(Isn’t It) Obvious”, em parceria com John Mayer. Ele fez um post lindo no Instagram dizendo que você deu tanta liberdade artística que ele acabou tentando técnicas na guitarra que nunca tinha tocado antes. Isso deve ter “explodido a sua mente”, mas de certa forma você também explodiu a mente dele com essa música. Como foi para você fazer essa parceria, em específico?

Alessia: Cara, sim, isso foi uma loucura. Eu não esperava que ele fosse publicar isso. E o fato de que eu no feed dele, e não só nos stories… Eu fiquei tipo, ‘meu deus, estou no feed dele!’. Quer dizer, é muito engraçado porque ele disse algumas vezes pra mim, e depois publicamente, que eu dei muita liberdade criativa. Como se não fosse o John Mayer, como se fosse difícil para ele ter liberdade criativa! [Risos] A realidade é que, por mais que eu gostasse de receber crédito por isso, tudo que ele tocava soava incrível para mim.

Na verdade, eu estava apenas incentivando ele a tocar mais e mais. Não precisei orientá-lo de forma alguma. Tudo que ele tocava soava absolutamente incrível, então é muito fácil dar a ele liberdade criativa. Achei que foi muito generoso da parte dele dizer isso. No geral, a experiência geral de trabalhar com ele foi assim, ele sempre foi muito gentil comigo e generoso com o tempo que ele dedicou [à parceria com Alessia], o que eu respeito e aprecio demais. Então, sim, acho que há definitivamente um respeito mútuo.

TMDQA!: Essa música e o single anterior, “Dead Man”, mostram você experimentando novos estilos como o Pop Jazz e o Pop Soul, com muitos instrumentos de sopro, e claro, o solo de Rock feito por John Mayer. Como essa instrumentação ao vivo influenciou o seu jeito de compor?

Alessia: Honestamente, eu já queria fazer um álbum assim havia muito tempo. Eu até tentei, mas talvez ainda não tenha tido a liberdade de fazer, ou a maturidade para fazer. Mas acho que Love & Hyperbole é definitivamente um reflexo de todas as músicas que eu sempre gostei de ouvir – e ainda ouço – e que mais me inspiram.

Existe algo realmente especial em ouvir uma música que parece estar sendo tocada ao vivo, na mesma sala em que você está. Faixas que soam como se todos os músicos estivessem juntos, sabe? Eu senti que realmente queria fazer isso, e estou muito feliz por ter conseguido dessa vez. [O novo álbum] Soa exatamente como as músicas que eu amo ouvir.

TMDQA!: Você pensa em lançar mais singles antes do álbum completo, em fevereiro?

Alessia: Acho que sim. Sim, esse é definitivamente o objetivo. Pelo menos mais um. Quer dizer, tem tantas músicas nesse disco que eu amo muito, de verdade, e que eu adoraria dar um pouco de espaço para elas. Então, com certeza, haverá mais uma. Mas se eu puder lançar ainda mais singles, seria incrível.

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TMDQA!: Nós temos mais ou menos a mesma idade, e eu percebi que os títulos das suas músicas e discos têm várias referencias ao tempo, como “The Pains of Growing” e “In The Meantime”. Fazendo uma relação com “(Isn’t It) Obvious”, o que você diria que está “óbvio” pra você a esta altura da sua vida e carreira?

Alessia: Oh, essa é uma excelente pergunta. Sim, acho que o tempo para mim é algo muito importante. É a coisa em que penso provavelmente mais do que qualquer outra coisa neste mundo, a passagem do tempo e a impermanência das coisas. Então eu acho que o que parece mais ‘óbvio’ para mim agora é que o tempo está sempre correndo. E quanto mais velhos ficamos, mais rápido ele corre.

Estou muito consciente disso, consciente de que nada dura para sempre. Cada momento que temos é como se, no segundo em que acontece, já estivesse no passado. Nunca mais vai se repetir. E há muita tristeza nisso, mas esse pensamento também me ajuda a viver minha vida de uma maneira melhor. Antes, talvez eu não tivesse uma abordagem tão ‘útil’ com o meu tempo.

TMDQA!: Você diria que o amor também entrou como tema central da sua obra, por causa do título Love & Hyperbole?

Alessia: Acho que sim, agora que experimentei diferentes versões de amor saudável, amor por mim mesma, um amor romântico saudável ou até mesmo o amor nos meus relacionamentos familiares e amizades. Mas acredito que o tempo e o amor andam de mãos dadas. Você deve passar o seu tempo dando e recebendo o máximo de amor possível.

Eu sei que isso soa meio clichê, kumbaya ou algo assim [risos], mas é a realidade. Acho que é um pensamento que ajuda a nos impulsionar na vida. É a única coisa que é universal e que todos nós podemos sentir e nos relacionar. E acho que é isso que deve nos impulsionar.

TMDQA!: Sim, é verdade! Aliás, eu estava lá no Lollapalooza Brasil 2022, quando você se conectou demais com o nosso público tocando covers de Djavan e João Gilberto. É claro que os fãs brasileiros querem saber os planos para a turnê de Love & Hyperbole em 2025. Você pretende vir para a América Latina também?

Alessia: Meu deus, sim, seria um sonho! Eu ainda não fiz shows na América do Sul que fossem realmente meus, eu só toquei em festivais. Aquela foi, na verdade, a primeira vez que estive aí.

Assim que me apresentei [no Lollapalooza], pensei: eu preciso voltar e fazer meu próprio show. O público latino é tão amoroso e expressivo de uma forma que não se vê em nenhum outro lugar. Eu adoraria voltar e fazer um show de verdade.

3 discos que mudaram a vida de Alessia Cara

TMDQA!: A minha última pergunta: como eu disse, o nome do nosso site é Tenho Mais Discos Que Amigos!. Você pode citar três álbuns que são como melhores amigos pra você?

Alessia: Caramba… tem um milhão! Eu digo isso o tempo todo, mas Back to Black da Amy Winehouse é uma grande referência mim. Eu amo, amo, amo esse álbum. Também adoro Rumours. do Fleetwood Mac, esse é um dos discos mais incríveis de todos os tempos.

Hum… qual outro álbum é ótimo? Ah, cara, são tantos. Bem, tem um mais recente que é o After Laughter, do Paramore.

TMDQA!: Sim! Adoro esse!

Alessia: Sim! Eu sei que não é um álbum antigo, mas é muito bom. É um disco que eu costumo voltar pra ele, especialmente agora que tenho quase 30 anos, sinto que me identifico ainda mais com as músicas. Adoro esse álbum.

TMDQA!: Ótimas escolhas! É isso então, Alessia, parabéns pelas músicas novas e eu espero falar com você novamente em breve!

Alessia: Muito obrigada!