Mulheres que quebraram barreiras e redefiniram o papel feminino no Rock

Punk e Feminismo: 10 mulheres que transformaram a cena

Nomes como Kathleen Hanna, Debbie Harry e Joan Jett fizeram história no Rock And Roll

Bikini Kill e Joan Jett
Créditos: Aline Krupkoski

O punk sempre foi mais do que um gênero musical; é uma cultura de resistência, rebeldia e contestação às normas sociais.

Surgido nos Anos 70 em um contexto de crises políticas e econômicas, o punk deu voz a jovens marginalizados e descontentes, muitas vezes ignorados pela sociedade.

No entanto, apesar de sua postura anárquica e antissistema, a cena inicial era amplamente dominada por homens, deixando pouco espaço para as mulheres se expressarem. Foi nesse ambiente que artistas pioneiras começaram a desafiar o status quo, utilizando a música como ferramenta de empoderamento, denúncia e transformação.

Nos Anos 90, o movimento Riot Grrrl surgiu para romper de vez com as barreiras de gênero no punk, unindo arte e ativismo feminista.

Liderado por bandas como Bikini Kill e Bratmobile, o Riot Grrrl trouxe à tona discussões sobre abuso, direitos reprodutivos, sexualidade e igualdade, enquanto criava uma rede global de apoio para mulheres na música. Além das letras diretas e combativas, o movimento popularizou zines como forma de comunicação e resistência, consolidando o punk como um espaço onde vozes femininas podiam finalmente ser ouvidas e respeitadas. Essa união entre punk e feminismo inspirou gerações e abriu caminho para que artistas mulheres redefinissem o papel da mulher na música e na sociedade.

Nessa lista, iremos relembrar 10 figuras femininas que marcaram a história do punk, quebrando barreiras e redefinindo o que significa ser mulher na cena.

Vem com a gente!

1 – Kathleen Hanna (Bikini Kill)

Bikini Kill Riot Fest 2019
Foto: Aline Krupkoski

Kathleen Hanna foi a líder do movimento Riot Grrrl nos anos 1990, usando o Bikini Kill como plataforma para confrontar questões como violência contra a mulher e machismo.

Suas letras diretas e sua performance intensa inspiraram uma geração a lutar por igualdade e criar espaços seguros para mulheres na música. Após o fim do Bikini Kill na década de 1990, Kathleen formou o Le Tigre, banda que uniu sons eletrônicos a letras políticas, consolidando ainda mais sua presença como uma voz ativista e criativa na música.

Kathleen continua a ser uma figura influente no cenário musical e feminista. Recentemente, liderou a reunião do Bikini Kill, que realizou uma turnê mundial, incluindo apresentações no Brasil em março de 2024.

Além de sua atuação musical, Kathleen promove discussões sobre saúde e feminismo, compartilhando sua experiência com a doença de Lyme e inspirando outras mulheres a enfrentarem desafios pessoais e sociais.

2 – Poly Styrene (X-Ray Spex)

Poly Styrene
Foto: Anorak London

Poly Styrene foi uma das primeiras mulheres negras a ganhar destaque na cena punk britânica. Líder do X-Ray Spex, sua presença era revolucionária: com um estilo visual marcante e letras que falavam sobre consumismo, identidade e alienação, ela desafiava os padrões de beleza e comportamento. Seu álbum Germfree Adolescents é considerado um marco do punk.

Poly faleceu em 2011 em decorrência de um câncer de mama, mas seu legado permanece vivo e influente. Reconhecida como uma das figuras mais inovadoras do punk, sua vida e obra foram celebradas no documentário Poly Styrene: I Am a Cliché (2021), codirigido por sua filha Celeste Bell.

3 – Debbie Harry (Blondie)

Debbie Harry Blondie no Popload Festival
Foto por Stephanie Hahne

Debbie Harry desempenhou um papel crucial em levar o punk ao mainstream nos anos 1970, liderando o Blondie com uma mistura única de carisma, sensualidade e atitude rebelde. Em uma cena amplamente dominada por homens, ela se destacou como uma das primeiras mulheres a liderar uma banda de forma marcante, abrindo portas para futuras gerações de artistas femininas.

Atualmente, Debbie continua à frente do Blondie, lançando novos álbuns e realizando turnês globais. Além de sua contribuição contínua à música, ela utiliza sua visibilidade para apoiar causas sociais, sendo uma defensora ativa de questões ambientais e dos direitos LGBTQIA+, reforçando seu papel como uma figura inspiradora dentro e fora dos palcos.

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  • 368 Pages – 09/29/2022 (Publication Date) – Alta Life (Publisher)

4 – Joan Jett (The Runaways, Joan Jett & The Blackhearts)

Joan Jett Riot Fest 2013
Foto: Aline Krupkoski

Joan Jett começou sua carreira com o The Runaways nos anos 1970 e se tornou uma das vozes mais reconhecidas do punk rock e hard rock. Ao fundar sua própria gravadora, Blackheart Records, desafiou a indústria musical e abriu caminho para outras mulheres. Uma pioneira em todos os sentidos.

Joan segue em turnê com os Blackhearts, lançando novos materiais e participando de projetos culturais. Sua gravadora continua promovendo artistas independentes, mantendo vivo o espírito “faça você mesmo” do punk.

5 – Viv Albertine (The Slits)

Viv Albertine Wikipedia
Foto: Wikipedia

Viv Albertine foi uma figura essencial da cena punk dos anos 1970, destacando-se como guitarrista do The Slits. Antes disso, fundou o Flowers of Romance com Sid Vicious e participou de projetos como New Age Steppers e Flying Lizards, ampliando sua influência no punk e pós-punk. Nos anos 2000, retornou como artista solo, lançando o álbum The Vermilion Border em 2012.

Após a morte de sua mãe em 2014, Viv afastou-se da música para dedicar-se à escrita. Nesse mesmo ano, publicou seu primeiro livro de memórias, Clothes, Clothes, Clothes. Music, Music, Music. Boys, Boys, Boys., amplamente celebrado pela crítica.

Em 2018, lançou seu segundo livro de memórias, To Throw Away Unopened, explorando o relacionamento complexo com sua mãe. Essas obras consolidaram sua posição como uma voz essencial não apenas na cultura punk, mas também na literatura contemporânea.

6 – Siouxsie Sioux (Siouxsie and the Banshees)

Siouxsie Sioux Wikipedia
Foto: Wikipedia

Siouxsie Sioux é uma pioneira do punk e pós-punk, cuja liderança no Siouxsie and the Banshees redefiniu o papel das mulheres na música. Com letras que exploravam independência e empoderamento, e um estilo visual arrojado, ela desafiou os estereótipos femininos em uma cena dominada por homens. Sua postura de autonomia criativa e força inspirou gerações de artistas, como PJ Harvey e Karen O, e consolidou seu legado como um ícone feminista que abriu caminho para mulheres ocuparem o centro do palco com autenticidade e poder.

Em 2022, Siouxsie and the Banshees lançou All Souls, uma compilação que revisita momentos marcantes de sua carreira. Após uma década longe dos palcos, Siouxsie Sioux fez um breve retorno com shows em 2023, celebrando sua influência na música e sua conexão com os fãs.

7 – Patti Smith

Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

Patti Smith, a “poetisa do punk”, é uma das artistas mais influentes da música e literatura. Com o álbum Horses (1975), ela revolucionou o punk ao misturar poesia, rock e uma atitude subversiva. Além da música, Patti é autora premiada de livros como Só garotos (2010), que narra sua amizade com Robert Mapplethorpe, e Linha M (2016), uma reflexão sobre sua vida criativa.

Ativista comprometida, Patti aborda temas como direitos humanos e justiça social, e suas apresentações combinam música e poesia com intensidade única. Em 2025, ela retorna ao Brasil para um show no Teatro Cultura Artística, em São Paulo, ao lado do Soundwalk Collective, reforçando seu legado como uma das vozes mais marcantes de sua geração.

Horses [Disco de Vinil]
  • 8 pistas no total.
  • Etiqueta de música: Arista 2017

8 – Tobi Vail (Bikini Kill)

Tobi Vail por Raph Pour-Hashemi
Foto: Raph Pour-Hashemi | Reprodução Instagram

Tobi Vail é uma figura central no punk feminista e no movimento Riot Grrrl. Como baterista e cofundadora do Bikini Kill, sua performance crua e intensa se tornou um símbolo da força e independência feminina em uma cena dominada por homens. Além de seu impacto musical, Vail foi uma das principais articuladoras do movimento, editando zines como o Jigsaw, que abordavam temas como feminismo, sexualidade e o papel das mulheres na música. Esses zines não apenas conectaram mulheres ao redor do mundo, mas também serviram como ferramentas para espalhar a mensagem de empoderamento e resistência.

Atualmente, Tobi segue ativa com o Bikini Kill, participando de turnês que revitalizam o espírito do Riot Grrrl para novas gerações. Paralelamente, ela se dedica a projetos feministas e à produção de zines, fortalecendo a cultura DIY e inspirando mulheres a conquistarem seu espaço na música e na arte.

The Riot Grrrl Collection
  • 362 Pages – 06/11/2013 (Publication Date) – Feminist Press (Publisher)

9 – Allison Wolfe (Bratmobile)

Bratmobile - Wikipedia
Foto: Wikipedia

Allison Wolfe é uma figura central do movimento Riot Grrrl. Como vocalista do Bratmobile, ela transformou a raiva e a frustração de jovens mulheres em músicas curtas, diretas e cheias de energia, que se tornaram símbolos de resistência feminista. Além de sua atuação na música, Wolfe esteve profundamente envolvida em zines e coletivos feministas, defendendo a ideia de que mulheres podem ocupar qualquer espaço na música e na sociedade.

Após o Bratmobile, Allison integrou bandas como Cold Cold Hearts, Partyline e Sex Stains, cada uma contribuindo de maneira única para a evolução do punk feminista. Wolfe continua participando de eventos e iniciativas que celebram o legado do Riot Grrrl, promovendo espaços inclusivos e fortalecendo a cultura DIY, reafirmando seu compromisso com o empoderamento feminino na música e além.

Riot Grrrl: Revolution Girl Style Now!
  • 189 Pages – 11/20/2007 (Publication Date) – Black Dog Publishing (Publisher)

10 – Wendy O. Williams (The Plasmatics)

Wendy Williams via spotify
Foto: Spotify

Wendy O. Williams foi uma das figuras mais icônicas do punk e heavy metal, liderando o The Plasmatics com performances ousadas que desafiavam normas sociais e culturais. Conhecida por sua teatralidade extrema e críticas afiadas à censura e ao consumismo, marcou a música com álbuns como New Hope for the Wretched (1980) e Coup d’État (1982), consolidando-se como símbolo de resistência e liberdade de expressão.

Após o fim do The Plasmatics, Wendy lançou uma carreira solo, destacando-se com o álbum WOW (1984), produzido por Gene Simmons, do Kiss, e recebeu uma indicação ao Grammy. Wendy faleceu tragicamente em 1998, mas sua atitude destemida e sua contribuição à música continuam a inspirar artistas, consolidando seu legado como um ícone da liberdade criativa.

New Hope the Wretched: Metal Priestess
  • 04/10/2001 (Publication Date) – Plasmatics Media (Publisher)

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