Embora não exista uma receita, há algumas características em comum entre grandes hits da história do Rock, e “Another Brick In The Wall” do Pink Floyd marca todas as caixinhas!
Lançada há quase exatos 45 anos no lendário álbum The Wall (1979), a música tem um riff e um solo de guitarra marcantes, um ritmo que bota todo mundo pra dançar e uma letra altamente cantável – especialmente para crianças.
Neste especial, vamos te contar a história por trás das três partes dessa canção, que estão divididas ao longo do disco conceitual escrito pelo baixista e vocalista Roger Waters com base em sua própria vida.
O conceito por trás de The Wall, do Pink Floyd
O Pink Floyd vinha de uma longa turnê do álbum Animals (1977), e o guitarrista David Gilmour e o tecladista Richard Wright, os outros compositores da banda, aproveitaram a folga para lançar discos solo.
Por isso, Waters foi o único a trazer material inédito para apresentar aos colegas, e acabou tomando o controle criativo de The Wall, uma espécie de Ópera Rock que fala sobre traumas e barreiras emocionais que nós mesmo construímos durante a juventude.
Para o principal single do álbum, o baixista decidiu falar sobre o que considera o principal “tijolo” nesse “muro” que nos separa da realidade: a baixa qualidade do ensino básico nas escolas do Reino Unido.
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Banda não queria coral de crianças para “Another Brick In The Wall”
Na Parte 1 de “Another Brick In The Wall”, que é a terceira faixa do disco, descobrimos que o pai de Pink – personagem principal de The Wall – morreu lutando na Segunda Guerra.
Na sequência vem “The Happiest Days of Our Lives”, música que fala sobre os desafios que os professores também enfrentam em sua vida cotidiana, e aí vem a transição para a Parte 2 de “Another Brick”, que se tornou a mais famosa.
Curiosamente, a música deveria ser apenas um interlúdio com cerca de um minuto de duração, mas o produtor Bob Ezrin viu tanto potencial na canção que decidiu “agir pelas costas” de Waters, que não queria aumentar sua duração.
Ezrin já havia trabalhado com um coral de crianças em “School’s Out”, de Alice Cooper, e decidiu fazer o mesmo com o Pink Floyd. Quando a banda não estava no estúdio, ele convidou pouco mais de 20 estudantes de uma escola próxima, entre 13 e 15 anos de idade, para cantarem o refrão.
Na época, as crianças receberam em troca apenas um ingresso e um disco do Pink Floyd, mas em 1996, graças a uma mudança na lei de royalties, eles passaram a receber dinheiro por cada execução da música, tal qual os intérpretes.
Roger Waters e os traumas de infância
“Another Brick In The Wall” ainda tem uma Parte 3 como a 12ª faixa de The Wall, mas foi a Parte 2 que se tornou imortal – o single vendeu mais de 4 milhões de cópias em todo o mundo e liderou as paradas em vários países como EUA, Canadá, Alemanha e Portugal. Atualmente, é a música mais popular da banda no Spotify, com quase 1 bilhão de plays.
Em entrevista ao programa Top 2000 A-Gogo, Roger Waters disse que a ideia da letra não era apenas criticar os professores, mas também mostrar para os jovens que vale a pena se expressar em qualquer momento da vida:
“Em meados dos anos 1970 foi quando percebi que eu estava apenas vivendo a minha vida, e não me preparando para alguma coisa. Foi a realização de que a vida já tinha começado, eu só não tinha percebido.
Por isso o mais importante nessa música não é a relação das crianças com a escola, e sim a ideia de que você pode construir algo impermeável com os tijolos que tiver à disposição. Quando você é adolescente e começa a ficar arrogante, é importante ter um adulto do lado que te encoraje a falar sobre isso, e não a ficar calado”.
Maior hit do Pink Floyd rendeu dois filmes
Fazendo jus à grandiosidade do disco, o Pink Floyd caprichou na cenografia para a turnê de The Wall, com direito a um muro gigante que se erguia entre a banda e o público. Por isso mesmo, a excursão foi limitada a apenas cinco cidades e 31 apresentações entre 1980 e 1981.
Além disso, o álbum já inspirou dois filmes: uma animação roteirizada pelo próprio Waters com direção de Alan Parker em 1982, com o cantor Bob Geldof no papel de Pink, e outro em 2016 criado pelo cineasta Kyle Misak, mas que não fez o mesmo sucesso.
Roger Waters só gravaria mais um disco com o Pink Floyd, o The Final Cut de 1983, mas sua obra ficaria marcada para sempre como uma das épocas mais conematográficas da história do Rock!
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