Após ter ganhado força nos Anos 90, o Indie Rock continuou fazendo bastante sucesso nos Anos 2000 com bandas que contribuíram para a evolução do gênero musical.
Mas o que também se manteve como um destaque da cena Indie foram os clipes que acompanhavam os trabalhos desse gênero, que agora contavam com uma sonoridade mais crua e autêntica.
Além de serem um apoio para a divulgação dos singles das bandas, essas produções foram responsáveis por ajudar a definir a estética que a cena do Indie Rock adotou ao longo dos anos 2000.
Nos clipes lançados por bandas como The Strokes, The White Stripes, The Killers, OK Go, MGMT e outros grupos influentes, é possível perceber produções que vão desde ideias mais simples até narrativas não convencionais e experimentais, com visuais imaginativos que complementam o contexto das letras das músicas.
Reunimos a seguir uma lista com 10 clipes que definiram a estética do Indie Rock e que podem te trazer algumas memórias ou te apresentar novos enredos com os quais você não teve contato. Confira abaixo!
10 clipes que definiram a estética do Indie Rock nos Anos 2000
1 – The Strokes – “Last Nite” (2001)
Julian Casablancas pode até não aguentar mais ouvir “Last Nite”, mas o single lançado pelo The Strokes em 2001 foi um dos principais responsáveis pelo sucesso do disco de estreia do grupo, Is This It, e por colocar o Indie Rock de volta no mainstream.
A faixa com elementos do garage rock ganhou um clipe dirigido por Roman Coppola (filho do cineasta Francis Ford Coppola) que apresenta um conceito simples: a banda aparece tocando em um estúdio e, através de edições básicas, o clipe reflete a estética mais crua que inspirou seu som.
Não à toa, até hoje, “Last Nite” e seu clipe são considerados alguns dos acontecimentos mais influentes do Indie Rock.
2 – The White Stripes – “Seven Nation Army” (2003)
Em 2003, o The White Stripes, duo formado pelos talentosíssimos Meg e Jack White, marcou uma geração com seu clássico “Seven Nation Army” – e o incrível clipe foi vencedor do prêmio de Melhor Edição em um Vídeo no MTV Video Music Awards de 2003.
O vídeo, dirigido por Alex Courtes e Martin Fourgerol, se tornou referência para diversos outros clipes e ajudou a moldar a estética do Indie Rock nos anos 2000 principalmente por prender a atenção do espectador ao mostrar um fluxo contínuo de imagens que lembram o resultado de um caleidoscópio. No registro, são formados triângulos pretos, brancos e vermelhos espelhados, em uma referência ao amor de Jack pelo número três.
O clipe ainda intercala imagens dos artistas tocando com esqueletos marchando e um elefante – fazendo referência ao nome do disco em que a música apareceu, Elephant.
3 – Yeah Yeah Yeahs – “Maps” (2003)
Viral no TikTok atualmente, o hit “Maps”, do Yeah Yeah Yeahs, reflete sobre o relacionamento da vocalista Karen O à época com o vocalista do grupo Liars, Angus Andrews, e o curioso é que essa relação também influenciou no elogiado clipe da música.
No vídeo, a banda aparece tocando no ginásio de uma escola e, no decorrer da apresentação, a cantora vai ficando visivelmente emocionada até que derrama algumas lágrimas.
Karen O conta que Andrews deveria ter ido até o local das filmagens, que estavam acontecendo logo antes do início de uma turnê de sua banda, mas ele só apareceu três horas depois do horário marcado – o que acabou deixando a cantora realmente emocionada durante a gravação do clipe.
4 – Franz Ferdinand – “Take Me Out” (2004)
A banda escocesa Franz Ferdinand apostou em um clipe super criativo para divulgar seu single de sucesso “Take Me Out” em 2004. A faixa que conta com um riff marcante foi retratada através de uma animação com referências do dadaísmo e também dos filmes de Busby Berkeley, além de trazer elementos das propagandas soviéticas.
Segundo o vocalista Alex Kapranos, a banda desejava produzir um vídeo pop com o objetivo de entreter seus telespectadores mais de uma vez, apresentando elementos que os fizessem querer voltar a assistir ao clipe.
Além de uma montagem com imagens da banda em um ambiente 3D, o vídeo ainda contou com elementos animados e imagens de máquinas e formas geométricas.
5 – Modest Mouse – “Float On” (2004)
O Modest Mouse lançou em 2004 seu single vencedor do Grammy de Melhor Canção de Rock de 2005, “Float On”, misturando guitarras com toques de psicodelia e pop alternativo e resultando em uma sonoridade que marcou o Indie Rock dos anos 2000.
Para acompanhar a faixa mais experimental, veio um clipe que é retratado no estilo de um livro pop-up, com a banda vestindo roupas ao melhor estilo virada do século em ambientes aleatórios como fazendas e o fundo do mar.
Este estilo visual usado no clipe de “Float On” contribuiu para a popularização de uma estética surrealista e de sonhos dentro do Indie Rock. Naquele período, era comum as bandas adotarem produções mais simples e ao mesmo tempo impactantes para seus clipes, se distanciando das produções grandiosas de artistas do mainstream.
6 – The Killers – “Mr. Brightside” (2004)
Talvez você não saiba, mas o hit de 2004 do The Killers ganhou dois clipes após o seu lançamento. A maioria das pessoas conhece a segunda versão do vídeo, que apresenta uma produção colorida e dançante, inspirada no filme Moulin Rouge! de 2001.
Esta versão do clipe de “Mr. Brightside” ajudou a música a se tornar uma das mais influentes do Indie Rock dos anos 2000, levando o The Killers a ganhar um MTV VMA em 2005 como Melhor Novo Artista em um Vídeo.
7 – OK Go – “Here It Goes Again” (2005)
O quarteto OK Go provou ter muita coordenação motora com o incrível clipe de “Here It Goes Again” em 2005.
O vídeo simplesmente conta com uma das cenas mais bem coreografadas de um clipe dos anos 2000, na qual os integrantes da banda norte-americana aparecem dançando em cima e entre oito esteiras que foram estrategicamente posicionadas enquanto vestem roupas sociais e acompanham o ritmo acelerado da ótima canção.
Tornando a produção dirigida por Trish Sie – irmã do vocalista Damian Kulash – ainda mais surpreendente, o vídeo foi filmado em uma única tomada contínua, depois dos músicos terem tentado gravar dezessete vezes.
O registro de “Here It Goes Again” se tornou um dos primeiros sucessos virais no YouTube, acumulando 900 mil visualizações em um único dia e levando o OK Go a executar a “dança da esteira” no MTV Video Music Awards.
8 – MGMT – “Time To Pretend” (2007)
Para retratar a temática do seu single de sucesso de 2007, “Time To Pretend”, o MGMT adotou uma estética surrealista que explora a desconstrução da realidade e as contradições da vida moderna.
O vídeo, dirigido por Ray Tintori, é marcado por efeitos visualmente “grosseiros”, como bordas de tela verde irregulares e uma manipulação exagerada das imagens. Porém, esses recursos transmitem uma sensação de experimentação e autenticidade, que eram alguns dos aspectos do Indie Rock naquele período.
Além disso, a banda ainda fez referências ao filme The Holy Mountain (1973), de Alejandro Jodorowsky, e ao romance Lord of the Flies (1954), de William Golding, dialogando com uma geração de fãs interessados em outros tipos de arte.
9 – Arctic Monkeys – “Fluorescent Adolescent” (2007)
Lançada como single do segundo disco de estúdio do Arctic Monkeys, “Fluorescent Adolescent” tem um clipe icônico focado em uma briga entre um grupo de palhaços e um grupo de não-palhaços em um armazém abandonado.
Em determinado momento, os supostos líderes de cada grupo têm um flashback que revela que eles eram amigos na infância, o que não impede um final chocante.
A repercussão do clipe foi tanta que levou os integrantes do Arctic Monkeys a se vestirem de palhaço durante uma apresentação ao vivo memorável de “Fluorescent Adolescent”. Na ocasião, inclusive, o vocalista Alex Turner aparece com a mesma pintura de rosto e as mesmas roupas usadas pelo palhaço principal do clipe.
10 – Vampire Weekend – “A-Punk” (2008)
Dirigido por Garth Jennings, o clipe de “A-Punk”, do Vampire Weekend, é um vídeo em stop-motion acelerado da banda apresentando a faixa em diferentes cenários, indo de um estúdio até um local com neve e debaixo d’água.
Da mesma forma que ocorreu com o The Strokes no início dos anos 2000, este clipe demonstra o aspecto do it yourself do Indie, com cenas mais cruas e uma estética que reflete a sonoridade da banda.
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