Criar uma obra que traga tanto orgulho a ponto de querer que ela continue relevante por muito tempo é um grande desafio para diversos artistas.
Mesmo que muitas pessoas criem conexões ou enxerguem potencial em determinados materiais, podem existir diversos motivos para que aquele músico não queira que aquela obra fique marcada em sua carreira.
Considerando desde razões pessoais até vergonha do conteúdo ou simplesmente por querer seguir uma nova direção artística, muitos artistas tentam se distanciar de certas canções.
A seguir, confira uma lista, reunida pelo Far Out, com músicas que artistas tentaram apagar da história. Descubra também a razão pelas quais elas foram renegadas por eles e decida se é melhor elas ficarem no passado mesmo!
10 músicas que artistas quiseram deletar da história
The Clash – “Cut the Crap”
Se teve um trabalho que foi renegado por alguma banda, este é Cut the Crap, lançado pela lendária banda de Punk The Clash como seu sexto e último álbum de estúdio em 1985. A obra foi o primeiro e único disco a ser gravado após a demissão de Topper Headon do grupo em 1982 e a saída de Mick Jones em 1983. Por isso, muitos consideraram o álbum como um trabalho solo do vocalista e guitarrista Joe Strummer.
Com exceção do single “This Is England”, todas as outras músicas deixaram a desejar e boa parte do enfraquecimento técnico e artístico do disco se deu pela desilusão de Strummer com o grupo.
Cut the Crap foi tão rejeitado pelo The Clash que não chegou a ser incluído nem em seu gigantesco box set, que contou com todos os álbuns da banda, e não foi sequer mencionado no documentário sobre a carreira do grupo, Westway to the World (2000).
Oasis – “Sunday Morning Call”
O Oasis apresentou ao público diversos clássicos que até hoje são celebrados tanto pelos fãs como pelos irmãos Gallagher, mas não é segredo que, se Noel Gallagher pudesse descartar uma música da discografia do grupo, seria “Sunday Morning Call”.
A canção foi lançada como o terceiro e último single do quarto álbum de estúdio do Oasis, Standing on the Shoulder of Giants, mas a aversão do músico britânico com a faixa foi tão grande que ele a incluiu na coletânea Time Flies… 1994–2009 como uma faixa oculta colocada no final do disco 2, e este foi também o único single a não ser creditado na arte do álbum.
Alice in Chains – “Iron Gland”
O Alice in Chains incluiu em seu segundo disco de estúdio, Dirt, a faixa “Iron Gland” – descrita no álbum oficialmente como “Sem título” – apenas para que o guitarrista Jerry Cantrell nunca mais tocasse o riff que ele apresenta na faixa.
Seus companheiros de banda ficaram irritados com a quantidade de vezes que o músico tocou o riff da faixa de 43 segundos e por isso aceitaram colocá-lo no álbum. A música, que faz referência a “Iron Man” do Black Sabbath, ainda conta com Tom Araya do Slayer nos vocais, junto ao saudoso Layne Staley.
Wham! – “Bad Boys”
A dupla pop inglesa Wham! apostou em uma estratégia que não funcionou muito bem ao lançar a faixa “Bad Boys” em 1983. Isso porque a música escrita e coproduzida pelo integrante George Michael, que comandava o duo com Andrew Ridgeley, era praticamente uma cópia do sucesso lançado pelo grupo no ano anterior, “Young Guns (Go For It!)”.
A semelhança entre as faixas irritou Michael e, por isso, ele não fez nenhuma questão de chamar atenção para ela. Seu único trabalho foi incluí-la no álbum de compilação The Final, que reuniu as músicas apresentadas pela banda em seu show de despedida realizado em 1986.
Deftones – “Back To School”
Chino Moreno ficou incomodado nos anos 2000 após a gravadora Maverick pedir para que o Deftones modificasse a faixa “Pink Maggit”, que encerrava o emblemático disco White Pony.
Para descontar sua raiva, o icônico vocalista criou a canção “Back to School”, provando seu ponto de que era fácil escrever um hit de Nu-Metal caso esse fosse o intuito de sua banda, e a música foi tocada em raros momentos pelo grupo.
Após “Back to School” ter se tornado a faixa de abertura do relançamento de White Pony, Moreno lamentou a presença da música e a definiu como um “erro”, reforçando que a criou após a gravadora apontar que o grupo havia “perdido seu peso e que não havia mais singles no álbum”.
“Primeiro, eu queria enfiar essa ideia na minha bunda, mas então pensei: ‘Vou mostrar a esses filhos da puta como é fácil criar um single de sucesso’. E então eu fiz um rap de uma parte de hip hop naquela música, nós a encurtamos e meia hora depois, o single de sucesso estava pronto para rolar”, revelou o vocalista.
Paul McCartney – “Bip Bop”
Após o fim dos Beatles, Paul McCartney quis explorar uma nova sonoridade no disco de estreia do Wings, mas acabou lançando uma faixa em Wild Life da qual ele se arrepende profundamente: “Bip Bop”.
Em algumas ocasiões, Macca já declarou que sempre odiou a música simples em que o lendário músico aparece brincando com um riff. Certa vez, ele apontou sobre a faixa: “eu não consigo ouvi-la; ela simplesmente não leva a lugar nenhum”.
J. Cole – “7 Minute Drill”
Em um caso recente, J. Cole teve neste ano de 2024 a infeliz ideia de tentar rebater a diss de Kendrick Lamar, “Like That” – em que o rapper fala dele e de Drake – lançando a decepcionante faixa “7 Minute Drill”. Cole fracassou não apenas em tentar criticar os últimos trabalhos lançados por Lamar como também fez péssimas escolhas das palavras usadas em seus versos.
Não demorou muito para que o rapper reconhecesse seu erro e, após admitir que o lançamento da faixa foi uma das decisões mais idiotas que ele já teve, ele a removeu dos serviços de streaming no disco Might Delete Later.
The Beatles – “Her Majesty”
Se dependesse de Paul McCartney, a faixa “Her Majesty”, que encerra o lendário Abbey Road, último disco gravado pelos Beatles, teria sido descartada. A música é a menor da discografia do icônico quarteto, com 25 segundos de duração, e foi incluída inicialmente entre “Mean Mr Mustard” e ” Polythene Pam”; no entanto, Macca achou que a canção interrompeu o fluxo entre as faixas e sugeriu que ela fosse removida.
O operador de fitas, John Kurlander, que tinha sido instruído por seus superiores a não jogar fora nenhum material dos Beatles, acabou retirando a música da posição que Paul pediu e a colocou no final da fita de edição. Quando a banda ouviu o resultado, eles acharam engraçado o suficiente para mantê-la no disco, ainda que contra a vontade de McCartney.
Metallica – “Escape”
Apesar do clássico “Fade to Black” ter sido considerado por fãs mais puristas do Metallica na época do seu lançamento como uma música mais comercial, a verdadeira canção definida pelo grupo como algo feito para obter números e servir como material para chamar a atenção de outras gravadoras foi “Escape”.
Por sua pegada mais radiofônica, a música que integrou o segundo disco de estúdio do grupo, Ride the Lightning, lançado em 1984, deixou a desejar – e até hoje é difícil fazer com que James Hetfield e seus companheiros gostem da faixa.
Van Halen – “Between Us Two”
Fechamos a lista com um caso diferente, de uma música que ficou desaparecida por muitos anos mas finalmente ganhou vida recentemente. Em 1990, o Van Halen gravou uma série de músicas para a trilha sonora do filme Twister, incluindo a balada “Between Us Two”. Porém, a música foi descartada e acabou sendo arquivada.
Depois de muitos anos de expectativa dos fãs, Alex Van Halen compartilhou este ano a música que escreveu junto com seu irmão, o lendário e saudoso Eddie Van Halen. A canção “Unfinished / Between Us Two” foi a última a ser trabalhada pelos artistas e apresenta um som instrumental de seis minutos que mistura violões acústicos e guitarras.
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