Os Anos 70 foram um período revolucionário na história da música, tanto por conta das novas bandas que surgiram ao longo da década como por grupos que consolidaram seus nomes depois de lançarem seus trabalhos mais marcantes.
E não estamos falando isso apenas por conta dos discos disponibilizados por grandes nomes como Pink Floyd, Rolling Stones, Black Sabbath, Janis Joplin, The Clash e muitos outros, mas também pelas artes das capas que acompanharam esses importantes trabalhos.
Através das obras lançadas na década de 70, o público teve acesso a estéticas que vão desde fotos e designs elaborados e complexos até imagens e criações mais simples que, de alguma forma, causaram o impacto necessário para se tornarem símbolos culturais.
Muitas dessas artes que ilustraram discos seminais inspiraram e continuam fascinando diferentes gerações. Ao mesmo tempo em que algumas delas expressam elementos que marcaram os Anos 70, outras são como extensões dos artistas, revelando detalhes de suas identidades sonoras.
A seguir, confira uma lista com 10 capas de discos dos anos 70 que se tornaram símbolos culturais e marcaram a história da música!
10 capas de discos dos Anos 70 que marcaram a história da música
1 – Black Sabbath – Black Sabbath
A capa do disco de estreia autointitulado do Black Sabbath apresenta uma fotografia tirada no Mapledurham Watermill, situado no Rio Tâmisa em Oxfordshire, Inglaterra, registrada pelo fotógrafo Keith Macmillan, creditado no álbum como “Keef”.
A imagem apresenta a modelo Louisa Livingstone, cuja identidade só foi amplamente conhecida em 2020, vestindo uma capa preta em frente a um moinho. De acordo com o fotógrafo, ela não estava usando nada por baixo da capa.
Além da foto escolhida, o profissional fez algumas experimentações “um pouco mais ousadas” mas que não funcionaram para a proposta mais sombria que a banda pretendia passar com a obra.
2 – Miles Davis – Bitches Brew
A arte que ilustra o disco Bitches Brew, lançado em 1970 pelo brilhante e saudoso trompetista Miles Davis, foi criada pelo pintor alemão Mati Klarwein, conhecido por suas obras inspiradas no surrealismo e na cultura pop, mas que também refletem seu interesse em divindades e simbolismo.
A capa de Bitches Brew é um ótimo exemplo: a pintura é dividida ao meio em duas partes, uma correspondendo à frente do disco e outra à contracapa. Na imagem principal, é possível ver duas pessoas negras abraçadas próximas ao mar, sendo que uma delas tem seu cabelo conectado com o trovão que vem das nuvens e que também une o céu e o mar.
A obra ainda conta com um rosto encarando o horizonte, refletindo a amplitude criativa do disco e a pintura surreal pode ser um retrato da sonoridade apresentada por Davis, que ia do Jazz ao Rock em segundos.
3 – Janis Joplin – Pearl
A capa do segundo e último álbum solo de estúdio de Janis Joplin, Pearl, é um belíssimo retrato da artista em seu estado mais verdadeiro e simples. A imagem apresenta uma foto capturada por Barry Feinstein em Los Angeles, que mostra a cantora reclinada em seu sofá da era vitoriana enquanto segura uma bebida e esbanja um grande sorriso.
A foto acompanha o trabalho que foi lançado três meses após a morte prematura de Joplin em 4 de outubro de 1970 e que alcançou a posição nº 1 na Billboard 200, mantendo essa posição por nove semanas.
4 – The Rolling Stones – Sticky Fingers
Para o seu disco Sticky Fingers, os Rolling Stones escolheram uma imagem ousada fotografada por Billy Name que mostra a virilha de um homem em jeans apertados. Enquanto o nome foi estilizado pelo artista pop Andy Warhol, o design ficou por conta de John Pasche.
Muitos admiradores do grupo britânico acreditavam que a foto fosse de Mick Jagger, mas na verdade quem posou para o retrato foi o modelo Joe Dallesandro, famoso no círculo de Warhol.
Inclusive, a capa do disco de vinil original apresentava um zíper funcional que, ao ser aberto, revelava uma imagem de subcapa de cuecas brancas. Após queixas de que o zíper danificava o vinil, ele foi reposicionado para o centro da capa.
5 – Marvin Gaye – What’s Going On
Marvin Gaye apostou em uma foto simples e ao mesmo tempo poderosa para ilustrar seu emblemático disco What’s Going On. A obra, considerada uma das mais influentes da Black Music, é acompanhada por uma capa que mostra uma foto do cantor em primeiro plano com uma expressão contemplativa, registrada por James Hendin.
O disco, que serve de inspiração para diferentes gerações, apresenta reflexões sobre morte, depressão, injustiças sociais e histórias de guerra em suas letras de protesto. Seu material foi tão impactante que sua faixa título atingiu o primeiro lugar da lista de R&B da Billboard e ainda garantiu três canções no Top 10 Pop Hits da Billboard.
6 – Led Zeppelin – Led Zeppelin IV
O Led Zeppelin escolheu como capa do seu quarto disco de estúdio, Led Zeppelin IV, uma imagem baseada em uma pintura a óleo encontrada por Jimmy Page em uma loja em Reading, Inglaterra.
A imagem mostra um homem idoso curvado carregando galhos e, apesar de já terem sido apontadas diversas interpretações, uma das mais reproduzidas é que a pintura simboliza a importância de cuidar da Terra, em vez de apenas explorá-la e destruí-la.
Em 2023, o pesquisador Brian Edwards identificou o homem da imagem, que se chama Lot Long e era um trabalhador da era vitoriana, em uma fotografia do século XIX tirada por Ernest Farmer. Atualmente, ela integra uma exposição no Museu de Wiltshire, no Reino Unido.
- Vinil
- Importado
- Europeu
7 – Pink Floyd – The Dark Side of the Moon
A capa do disco The Dark Side of the Moon do Pink Floyd é uma prova do impacto que um design minimalista pode causar. Inspirado pelos shows ao vivo da banda e simbolizando a complexidade das letras e músicas apresentadas no disco, Storm Thorgerson e a equipe de design da Hipgnosis criaram a imagem de um prisma que refrata a luz branca em um espectro de cores contra o fundo preto.
A imagem se tornou um verdadeiro símbolo não apenas do rock progressivo, como da cultura pop e segue sendo enaltecida como uma das capas mais icônicas da década de 70 e da história da música.
8 – Ramones – Ramones
A capa do disco de estreia autointitulado dos Ramones mostra os integrantes da banda posando com rostos inexpressivos, vestindo jaquetas de couro e jeans rasgados – que representavam a simplicidade e o despojamento do Punk Rock – enquanto estavam em pé contra a parede de tijolos de um jardim comunitário privado chamado Albert’s Garden, localizado no bairro Bowery, na cidade de Nova York.
O registro feito por Roberta Bayley tornou-se uma das imagens mais emblemáticas do movimento Punk e, além de refletir a atitude direta e crua da banda, influenciou as capas de seus futuros trabalhos, que em sua maioria contaram com uma foto da banda na capa principal.
- Vinil
- Importado
- Europeu
9 – Joy Division – Unknown Pleasures
O Joy Division causou bastante burburinho ao incluir na capa do seu disco de estreia apenas um gráfico enigmático de ondas, ao invés do nome da banda e uma foto dos músicos.
A capa escolhida pela banda pós-punk inglesa retrata um gráfico das emissões de rádio de um pulsar, uma estrela de nêutrons rotativa, descoberto pela astrônoma Jocelyn Bell Burnell.
A imagem que se tornou um dos símbolos mais aclamados da era pós-punk foi sugerida por Bernard Sumner e o design minimalista de Peter Saville foi responsável por transformar a capa em uma das imagens mais marcantes da cultura pop e da música alternativa.
10 – The Clash – London Calling
A capa do icônico disco London Calling, do The Clash, traz uma fotografia do baixista Paul Simonon quebrando seu Fender Precision Bass durante um show no Palladium, em Nova York, em 1979. A foto foi tirada por Pennie Smith, que só aceitou seu uso na capa após Joe Strummer e o designer Ray Lowry insistirem apontando que seria uma boa imagem para ilustrar o álbum.
Em 2002, a foto de Smith foi eleita a melhor fotografia de rock and roll pela revista Q, que apontou que o retrato “captura o momento definitivo do rock’n’roll – a perda total de controle”. A tipografia do disco, aliás, foi uma homenagem de Lowry à capa do álbum de estreia autointitulado de Elvis Presley.
A capa foi nomeada a nona melhor de todos os tempos pela revista Q em 2001 e ainda ficou entre as dez escolhidas pelo Royal Mail para um conjunto de selos postais “Classic Album Cover” emitidos em janeiro de 2010. Icônica!
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