Obras de lendas do Folk, Rock e MPB

10 discos incríveis que estão completando 60 anos em 2024

Confira os trabalhos de artistas internacionais e nacionais lançados em 1964 que se destacaram na indústria

10 discos incríveis que estão completando 60 anos em 2024
Divulgação

Em 1964, a cena musical passou por algumas transformações. Foi um ano marcado por trabalhos que refletiam as mudanças sociais, políticas e culturais que estavam acontecendo naquele período.

Há 60 anos, novos estilos e movimentos estavam surgindo em diferentes partes do mundo e muitos deles se tornaram grandes marcos na história da música. Na cena internacional temos como exemplo os Beatles, que viraram astros internacionais naquele ano e lideraram a Invasão Britânica no mercado musical dos Estados Unidos.

Os amantes da música também acompanharam a ascensão do movimento Folk, com cantores como Bob Dylan sendo considerados importantes vozes de protesto, abordando temas sociais e políticos em suas obras.

Já no Brasil, enquanto alguns músicos foram impactados pelo regime autoritário da ditadura militar instaurada no país em 1964, a cena musical viu crescer a fusão de estilos como a Bossa Nova, que começou a ser experimentada com elementos de outros gêneros.

Além disso, o mercado presenciou a consolidação de movimentos como a Jovem Guarda, que havia começado em 1962 com artistas como Roberto Carlos e Erasmo Carlos e que se tornou uma das principais manifestações da MPB durante este período. Com forte apelo à juventude, o movimento ficou marcado por letras românticas e por uma sonoridade com influências do Rock internacional.

Alguns discos sensacionais que foram lançados nesta época estão completando 60 anos em 2024 e por isso, te convidamos para revisitar e celebrar algumas dessas obras na lista abaixo. Vem com a gente!

10 discos incríveis que estão completando 60 anos em 2024

1 – Bob Dylan – The Times They Are A-Changin’

A fase em que Bob Dylan estava começando a se dedicar intensamente às letras políticas foi marcada pelo lançamento do seu terceiro disco de estúdio, The Times They Are A-Changin’. Enquanto alguns amigos do músico o aconselhavam a se manter longe da música de protesto, Dylan argumentou que a mensagem era mais importante do que a música.

Desde que foi disponibilizada, a faixa-título influencia a visão de pessoas sobre a sociedade e muitos artistas a regravaram, mostrando o sucesso da canção que foi escrita por Bob como uma tentativa de criar um hino de mudança para a época. O disco foi o primeiro de Dylan composto apenas por músicas autorais.

2 – The Beatles – A Hard Day’s Night

O disco A Hard Day’s Night foi lançado pelos Beatles no mesmo ano em que o elogiado grupo britânico liderou a Invasão Britânica no mercado musical dos EUA. Diferente dos dois primeiros álbuns dos Fab Four, todas as 13 faixas do terceiro disco de estúdio do grupo foram escritas por John Lennon e Paul McCartney.

A versão britânica de A Hard Day’s Night apresentou no lado um as músicas da trilha sonora do filme de mesmo nome, enquanto sua versão americana contou com uma lista de faixas diferentes que incluía seleções da trilha sonora do filme de George Martin. Além da faixa-título, o disco apresentou o sucesso “Can’t Buy Me Love”, que também marcou a carreira do quarteto.

3 – Dionne Warwick – Anyone Who Had a Heart

Anyone Who Had a Heart foi o segundo disco de estúdio lançado por Dionne Warwick e marcou a parceria de peso entre a cantora e a dupla de compositores Burt Bacharach e Hal David, que tinham um abordagem musical inovadora misturando elementos de jazz com música clássica e pop, reproduzindo uma sonoridade que se refletiu nas canções do álbum de Warwick.

O álbum mostrou toda a potência vocal de Dionne, que foi desde performances mais suaves até interpretações mais poderosas e apresentou ao público canções de sucesso como a faixa-título e o single “Walk On By”.

4 – Stan Getz e João Gilberto – Getz/Gilberto

Marcando uma nova fase da Bossa Nova, João Gilberto se uniu ao saxofonista americano Stan Getz para lançar o disco Getz/Gilberto.

A obra que ainda contou com a participação do icônico pianista e compositor Tom Jobim apresentou ao público canções renomadas como “Desafinado”, “Corcovado” e “Garota de Ipanema”, com essas duas últimas contando com a participação de Astrud Gilberto.

“Garota de Ipanema”, claro, se tornou um hino da música brasileira e, além de ter recebido o Grammy de Gravação do Ano, foi responsável por dar o pontapé inicial da carreira de Astrud Gilberto.

Getz/Gilberto ficou conhecido por ser o disco que popularizou a Bossa Nova ao redor do mundo e é um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos na categoria Jazz.

5 – The Rolling Stones – The Rolling Stones

Os Rolling Stones apresentaram à cena do Rock uma nova abordagem do gênero com seu disco de estreia autointitulado. Mesmo incluindo algumas covers no álbum, a banda mostrou sua identidade ao apresentar uma sonoridade mais crua com influência do Blues e do R&B, que atraiu os olhares de quem buscava inovação.

Apesar de Mick Jagger e Keith Richards ainda serem considerados compositores novatos naquela época, os músicos começaram a apresentar suas habilidades na faixa “Tell Me (You’re Coming Back)”. Ainda que tenha feito apenas sucesso modesto, o disco foi essencial como porta de entrada para a história brilhante que a banda ainda iria construir nos próximos anos.

6 – The Kinks – Kinks

Enquanto a Invasão Britânica estava em seu auge, a banda The Kinks lançou seu disco de estreia homônimo apostando em novas sonoridades, ousando um pouco mais em comparação com os outros grupos britânicos de sucesso da época.

O trabalho, que apresentou uma releitura de “Beautiful Delilah” de Chuck Berry, dividiu as opiniões das críticas. Alguns veículos apontaram o álbum como um destaque da música proto-punk, enquanto outros chamam a obra de inconsistente. De um jeito ou de outro, marcou sua pegada na história!

7 – Roberto Carlos – É Proibido Fumar

Em 1964, Roberto Carlos, que era um dos símbolos do movimento da Jovem Guarda, lançou seu terceiro disco de estúdio. É Proibido Fumar mostra o músico capixaba apostando bem mais no Rock após a repercussão positiva do seu disco anterior, Splish Splash.

A tracklist do disco apresentou grandes hits como a faixa-título, que conta com a participação do saudoso Erasmo Carlos, e “O Calhambeque”, uma versão em português de “Road Hog”, de John e Gwen Loudermilk.

8 – Elza Soares – Na Roda do Samba

Na Roda do Samba, quinto disco de estúdio da lendária e saudosa Elza Soares, foi lançado em 1964 pela Odeon e contou com a produção musical de Lyrio Panicali (que também trabalhou com Agnaldo Timóteo, Taiguara e Tito Madi) e com a direção artística de Milton Miranda.

O álbum sucessor de Sambossa (1963) teve orquestrações de Severino Araújo e apresentou músicas que se destacaram na carreira de Elza como “Princesa Isabel” e “Pressentimento”.

Esta última continuou integrando os repertórios da artista até meados de 2015, quando ela apresentou a elogiada turnê A Mulher do Fim do Mundo.

9 – Otis Redding – Pain in My Heart

Otis Redding, que é considerado um dos artistas mais influentes do Soul e R&B, lançou seu disco de estreia Pain in My Heart em 1964. A obra inclui quatro singles de sucesso, lançados pelo artista em 1962 e 1963: “These Arms of Mine”, “That’s What My Heart Needs”, “Security” e a faixa-título.

Além das músicas principais, o álbum também mostrou a brilhante performance de Otis interpretando clássicos como “Lucille”, de Little Richard, “Stand by Me”, de Ben E. King e mais.

10 – The Beach Boys – All Summer Long

All Summer Long é o sexto disco de estúdio lançado pelo grupo norte-americano Beach Boys e ficou conhecido por ser a primeira obra da banda que abordava somente temas como carros e surfe. Por outro lado, a banda apresentou canções semi-autobiográficas como “I Get Around”, mencionando experiências de um típico adolescente do sul da Califórnia, tema que foi bastante explorado na faixa-título.

O trabalho foi gravado durante o auge da Beatlemania e da Invasão Britânica e boa parte de seu material foi produzido e escrito pelo vocalista Brian Wilson, que tentou elevar a qualidade do repertório e do som da banda após a fraca repercussão do disco anterior, Shut Down Volume 2.

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