2024 foi um ano daqueles. Com tantos acontecimentos ao redor do mundo – bons e ruins – e um ritmo frenético que ditou a forma como levamos a vida, a música teve um papel fundamental para nos manter conectados ao que nos faz bem.
Como te mostramos na nossa seleção dos 50 melhores Discos Nacionais de 2024, a produção aqui no Brasil foi incrível. No âmbito internacional não foi diferente: do Rap ao Metal, fomos presenteados com grandes álbuns que desafiaram os limites da indústria e colocaram diferentes vertentes sob o holofote em cada momento.
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Entre grandes nomes que retornaram com lançamentos especiais, revelações que deram ótimos primeiros passos, virais que mostraram qualidade que vai além do engajamento e até revoluções musicais dentro de gêneros já consagrados, bandas e artistas internacionais tiveram um 2024 bastante movimentado.
Selecionar apenas 50 discos para representarem este ano foi um grande desafio, mas logo abaixo você pode conferir como ficou a lista do TMDQA! para os 50 Melhores Discos Internacionais de 2024!
50-41
50. Shaboozey – Where I’ve Been, Isn’t Where I’m Going
Com seu estilo único que mistura Rap e Country, Shaboozey encontrou uma sonoridade radiofônica e diferente que lhe deu um dos maiores sucessos do ano com “A Bar Song (Tipsy)”. Vale a pena ouvir o disco inteiro!
49. David Gilmour – Luck and Strange
De volta em ótima forma, o lendário David Gilmour entregou boas composições em um disco de caráter mais intimista. Luck and Strange não é nem perto do auge do guitarrista, mas mostra que ele ainda tem muito a oferecer – se quiser.
48. The Jesus and Mary Chain – Glasgow Eyes
Ícone dos Anos 80, a banda escocesa não se prendeu no passado para Glasgow Eyes, que mostra uma evolução sonora do The Jesus and Mary Chain sem perder sua essência. Não tem grandes hits, mas é um álbum bom para ser ouvido do começo ao fim!
47. Brittany Howard – What Now
Cada vez soando mais natural em sua carreira solo, Brittany Howard acertou em cheio com seu segundo disco. What Now tem uma visceralidade maior do que o antecessor Jaime, destacando os vocais poderosos de Howard em meio a influências que vão do Blues ao Soul.
46. AWOLNATION – The Phantom Five
Celebrando o próprio legado, o AWOLNATION lançou o que deve ser seu último disco de estúdio com destaques como “Panoramic View” e “Jump Sit Stand March”, com participação de Emily Armstrong – hoje vocalista do Linkin Park.
45. The Lemon Twigs – A Dream Is All We Know
Uma das bandas mais interessantes da cena atual, o The Lemon Twigs encontra em seu disco mais recente aquela sonoridade do Rock clássico que consegue conversar com o Pop. Destaques para “My Golden Years” e “In the Eyes of the Girl”, que tem participação de Sean Ono Lennon.
44. Soccer Mommy – Evergreen
Em seu quarto disco de estúdio, Soccer Mommy repete a receita de sucesso dos antecessores com uma sonoridade gostosa, apostando em guitarras que comandam a atmosfera Indie de suas composições. Ótimo para deixar rolando enquanto faz tarefas diárias!
43. Ben Böhmer – Bloom
Muito conhecido por suas ótimas apresentações ao vivo, Ben Böhmer entregou um de seus discos mais concisos e bem construídos em Bloom, mostrando como ainda é possível experimentar novos sons na música eletrônica.
42. Trent Reznor & Atticus Ross – Challengers
A trilha sonora de Challengers (ou Rivais, em português) mostra que a dupla do Nine Inch Nails segue em ótima forma, explorando sonoridades eletrônicas e dando o tom estético do filme dirigido por Luca Guadagnino e estrelado por Zendaya.
41. twenty one pilots – Clancy
Um dos discos mais aguardados do ano, Clancy viu o twenty one pilots explorar novas e boas direções enquanto referencia seus momentos mais consagrados. “Overcompensate”, “Next Semester” e “Navigating” são bons destaques.
40-31
40. Lenny Kravitz – Blue Electric Light
Seis anos depois de seu último lançamento, Lenny Kravitz voltou em grande estilo. Blue Electric Light traz o que há de melhor na sonoridade de Kravitz, com muito groove na base do Rock and Roll – os exemplos mais claros são as ótimas “TK421” e “Honey”.
39. Mdou Moctar – Funeral for Justice
Músico tuaregue, Mdou Moctar surgiu como uma grande revelação por unir a sonoridade tradicional de sua cultura com o Rock clássico. Agora, em Funeral for Justice, prova mais uma vez que consegue seguir interessante mesmo quando não há mais o aspecto de novidade.
38. Nick Cave and the Bad Seeds – Wild God
Conhecido por sua sonoridade melancólica, especialmente nos últimos anos, Nick Cave faz uma mudança radical em Wild God e traz uma visão única de otimismo que mostra a intimidade de um homem que parece estar se reencontrando com a felicidade de viver e soube traduzir isso em música.
37. Adrianne Lenker – Bright Future
Líder do Big Thief, Adrianne Lenker tem se encontrado cada vez mais em sua carreira solo. Bright Future é um belíssimo álbum que soa ao mesmo tempo delicado e potente, tão profundo quanto fácil de ouvir.
36. Amyl and the Sniffers – Cartoon Darkness
Uma das principais revelações do Punk nos últimos anos, a banda australiana Amyl and the Sniffers mostra mais uma vez por que tem se destacado tanto em Cartoon Darkness, que consegue trazer a alma Punk junto de uma sonoridade Pub Rock, popularizada pelo AC/DC há muitos anos.
35. Halsey – The Great Impersonator
O conceito de The Great Impersonator mostra que Halsey não teve vergonha de admitir suas inspirações, já que até homenageou bandas e artistas que foram referências para o trabalho. O resultado é uma viagem no tempo para quem viveu os Anos 90 e 2000, com alguns destaques como “Ego” e “Lonely Is the Muse” mostrando a versatilidade de Halsey.
34. Jamie xx – In Waves
Os fãs de The xx estão doidos por um novo trabalho da banda, mas In Waves mostra que a fase de Jamie xx é totalmente voltada para outra sonoridade. Perfeito para a pista de dança, o disco é ao mesmo tempo dançante e introspectivo, trazendo uma sensação única ao ouvinte.
33. ScHoolboy Q – Blue Lips
Em um ano que pareceu pouco inspirado na cena do Rap internacional, ScHoolboy Q lançou seu melhor disco. Blue Lips mostra o rapper mais maduro do que nunca, e faixas como “THank god 4 me” e “Yeern 101” são ao mesmo tempo provocantes e envolventes. Infelizmente, o pouco sucesso comercial é sintomático.
32. Kim Gordon – The Collective
Verdadeira lenda da música conhecida por seu trabalho com o Sonic Youth, Kim Gordon é famosa por suas experimentações sonoras. The Collective segue a mesma linha, com foco no Rap e música eletrônica, e músicas como “BYE BYE” provam que Gordon segue inspirada mesmo anos após o fim do grupo.
31. The Smile – Wall of Eyes
Os fãs de Radiohead vão ter que continuar esperando por um retorno, porque o The Smile parece estar a todo vapor. Wall of Eyes, um dos dois discos lançados pela banda em 2024, é a prova de que Thom Yorke e Jonny Greenwood podem estar vivendo um auge criativo, produzindo mais do que nunca e encontrando sonoridades novas nas próprias carreiras – como na excelente “Friend of a Friend”.
30-21
30. The Linda Lindas – No Obligation
Com as integrantes mais jovens dessa lista, a ótima banda The Linda Lindas tinha um desafio nas mãos, já que viralizou através de seus vídeos ao vivo mesmo antes de lançar gravações de estúdio. No Obligation atendeu as expectativas e vai da aspereza do Punk até a beleza do Shoegaze em alto nível.
29. St. Vincent – All Born Screaming
Mais experimental do que nunca, St. Vincent mostrou que ainda há muito a explorar no Rock com uma sonoridade que incorpora elementos eletrônicos sem abrir mão do peso em All Born Screaming.
28. SeeYouSpaceCowboy – Coup de Grâce
Quem viveu o auge do Post-Hardcore nos anos 2000 e 2010 precisa ouvir Coup de Grâce, terceiro disco do SeeYouSpaceCowboy e uma verdadeira viagem no tempo a alguns anos no passado. Destaque para “Subtle Whispers To Take Your Breath Away” e “Lubricant Like Kerosene”.
27. Waxahatchee – Tigers Blood
Sempre destaque nas listas de final de ano quando nos oferece sua belíssima voz e suas composições intimistas e maduras, Waxahatchee está de volta com o delicioso Tigers Blood, disco perfeito para pegar a estrada sozinho.
26. Clairo – Charm
Clairo surgiu como um fenômeno da cena Bedroom Pop, mas Charm prova que a cantora pode ir muito além disso. Incorporando influências de R&B, Jazz e Soul, a sonoridade setentista é o grande chamariz por aqui – representada muito bem por uma capa que poderia tranquilamente estampar um vinil brasileiro daquela década.
25. Bôa – Whiplash
Depois de viralizar com “Duvet”, faixa lançada em 1998, a banda Bôa voltou a ter inspirações para um lançamento inédito e o resultado é o ótimo Whiplash, que faz um bom trabalho de não apenas repetir a sonoridade do sucesso, incluindo novos elementos e mostrando que a banda retomou uma criatividade exemplar.
24. Destroy Boys – Funeral Soundtrack #4
Assim como o disco da The Linda Lindas, o quarto álbum do ótimo grupo californiano Destroy Boys foi produzido por Carlos de la Garza, e parece que ele tem o dom de tirar o que há de melhor das performances ao vivo da banda em estúdio. O resultado é um álbum intenso e poderoso sobre as adversidades da vida adulta.
23. Bring Me The Horizon – POST HUMAN: NeX GEn
Muito aguardado pelos fãs do Bring Me The Horizon, NeX GEn é o segundo capítulo de uma saga que vai se mostrando cada vez mais ambiciosa. Com sonoridade futurista e expansiva, o álbum dividiu opiniões mas, inegavelmente, representa mais uma inovação sonora do BMTH, ao mesmo tempo em que a banda homenageia o Pop Punk e Emo.
22. The Last Dinner Party – Prelude to Ecstasy
Uma das grandes revelações da cena alternativa, o The Last Dinner Party tomou o mundo da música de assalto logo com seu primeiro single, “Nothing Matters”. Prelude to Ecstasy é a prova de que a banda veio para ficar, com uma sonoridade única e uma estética pra lá de atraente.
21. Poppy – Negative Spaces
Transformada em um fenômeno do Metal de forma quase repentina, Poppy vem fazendo jus à fama. Negative Spaces é um grande acerto da cantora, que pode melhor ser definido como um disco de Pop Metal – ao mesmo tempo em que traz peso, suas melodias irresistíveis são o grande diferencial.
20-11
20. Mannequin Pussy – I Got Heaven
Quando bem feita, a mistura de Punk e Indie é imbatível! Em seu quarto disco de estúdio, a banda norte-americana Mannequin Pussy conseguiu dosar esses dois elementos e ainda adicionar camadas de Pop Punk ao resultado final. Discão!
19. The Marías – Submarine
Etéreo e envolvente, Submarine é o segundo álbum da banda The Marías. A obra faz um ótimo trabalho de criar uma atmosfera da qual o ouvinte não consegue fugir – é como se estivéssemos presos, do começo ao fim, em uma história que precisamos seguir ouvindo até o álbum acabar.
18. Tyler, The Creator – CHROMAKOPIA
Dar play em um disco de Tyler, The Creator é certeza de ser surpreendido. CHROMAKOPIA é um novo marco na carreira do artista, que não se preocupa tanto com coesão e aposta em experimentações a todo vapor. Destaque para “NOID”, uma das várias faixas a ter o brasileiro Pedro Martins na guitarra.
17. Jack White – No Name
Voltando às raízes do Rock and Roll, No Name é um grande acerto de Jack White tanto em sonoridade quanto em promoção. De forma orgânica, o álbum atraiu interesse e mostrou aquela sonoridade de garagem que conquistou tanta gente nos primeiros anos de White Stripes. Não é exagero dizer que é o melhor trabalho solo de Jack para quem era fã da banda!
16. Kendrick Lamar – GNX
MUSTARD! Depois de um ano recheado de diss tracks, Kendrick Lamar ainda guardou uma surpresa para o final. GNX é um disco que mostra um Kendrick visceral e já se tornou instantaneamente parte da cultura popular. Chama atenção a influência do Gangsta Rap noventista, representada também por várias referências visuais no clipe de “squabble up”.
15. Kali Uchis – OrquídeasParte 2
Com o fenômeno que se tornou o Reggaeton, é difícil ver um álbum se destacar tanto como aconteceu com Orquídeas. O mais recente trabalho de Kali Uchis é uma aula de como incorporar o ritmo de forma única, como em “Muñekita”, e também de não se restringir a rótulos, resultando em composições incríveis como “Igual Que Un Ángel”
14. Billie Eilish – HIT ME HARD AND SOFT
Não há mais dúvidas de que Billie Eilish veio pra ficar. A cada sucesso, a cantora parece se renovar – e HIT ME HARD AND SOFT é um daqueles discos que merece ser ouvido do começo ao fim, mesmo que tenha rendido ótimos singles como “BIRDS OF A FEATHER” e “CHIHIRO”.
13. Beth Gibbons – Lives Outgrown
Depois de mais de uma década trabalhando em seu disco de estreia solo, Beth Gibbons nos deu um verdadeiro presente com Lives Outgrown. O álbum da vocalista do Portishead vai agradar fãs do grupo, sim, mas mostra Gibbons se recusando a ficar presa a um rótulo e buscando uma sonoridade mais sóbria e guiada por guitarras e violões.
12. The Cure – Songs of a Lost World
Outro álbum que ficou sendo aguardado por anos, Songs of a Lost World não decepcionou os fãs de The Cure. Melancólico e sombrio como apenas Robert Smith e companhia sabem fazer, o trabalho se colocou imediatamente como um dos mais incríveis de uma banda com um catálogo invejável.
11. The Plot in You – Vol. 1-3
Apesar de não ser exatamente um disco, os três EPs lançados em 2024 pelo The Plot in You totalizam nove faixas e 31 minutos incríveis, como se cada composição tivesse tido o cuidado necessário para andar com as próprias pernas. Destaque para as performances vocais de Landon Tewers, que mostra um alcance impressionante.
10. Linkin Park – From Zero
O inesperado retorno do Linkin Park foi um dos capítulos mais marcantes da música em 2024. A banda ficou conhecida por unir tribos, conseguindo colocar até mesmo aqueles mais resistentes ao Rock e Metal para bater cabeça com hits como “Numb” e “In the End”, que, diga-se de passagem, foram muito bem repaginados nas versões com Emily Armstrong.
Mais do que isso, no entanto, a nova formação da banda – que também conta com Colin Brittain na bateria – fez questão de mostrar que a sintonia está em dia no estúdio, e From Zerofoi um álbum capaz de capturar aquela essência que só o Linkin Park tem através de novos clássicos como “The Emptiness Machine” e “Heavy Is the Crown”, composição que estaria entre as melhores de qualquer álbum da banda.
9. Sabrina Carpenter – Short n’ Sweet
Não dá pra negar: a rainha do Pop em 2024 foi Sabrina Carpenter. Seja com “Espresso”, “Taste” ou “Please Please Please”, ficou difícil de escapar da loirinha que fez um trabalho perfeito em entregar uma sonoridade ao mesmo tempo radiofônica e única. Se diferenciar dentro da indústria Pop é, realmente, um feito e tanto.
Como um todo, Short n’ Sweet foi uma espetacular construção de identidade para uma cantora que já tem alguns bons anos de indústria. Essa experiência certamente ajudou na criação de um disco envolvente, que recupera influências do passado, usa muito bem as guitarras e a sonoridade orgânica e cria um álbum que a elevou consideravelmente de patamar.
8. Fontaines D.C. – Romance
Há algum tempo louvada com uma das bandas mais interessantes de sua geração, o Fontaines D.C. parece se desafiar a cada álbum a mostrar que veio pra ficar. A estreia dos irlandeses em 2019, com Dogrel, os colocou como queridinhos da crítica; de lá pra cá, parece que eles não se intimidaram com nenhuma recepção e Romance é a prova de que eles continuam fazendo o que fazem de melhor a cada lançamento.
Trabalhar com James Ford, produtor que tem nomes como Arctic Monkeys e Blur no currículo, foi uma decisão extremamente acertada. Aqui, a sonoridade da banda parece ter resgatado alguns elementos do Britpop, além de momentos que lembram o Indie pioneiro do The Smiths, por exemplo. Essa gama de influências resulta em uma sonoridade ao mesmo tempo extremamente familiar e única, já que o grupo faz questão de dar sua roupagem própria a tudo isso.
7. Green Day – Saviors
Maior banda Punk da história se contarmos longevidade, influência e público, o Green Day voltou à melhor forma em 2024. Saviors é o melhor disco de Billie Joe Armstrong e companhia desde American Idiot(2004) e faz uma ponte incrível entre o seu início de carreira, a Era de Ouro nos Anos 90 e o presente, com influências que passam pelo Garage Rock, Indie e mais.
“Bobby Sox” é uma das grandes músicas do ano, com um clipe à altura e que mostra que, além de tudo, o grupo continua conseguindo se divertir com seu trabalho depois de quase 40 anos de carreira.
6. Charli XCX – BRAT
Enquanto fenômeno cultural, BRAT merecia ser o disco do ano – afinal de contas, foi impossível fugir da estética que apostou no simples e acabou tomando conta das redes sociais, principalmente através de memes. O universo que Charli XCX construiu para seu novo disco foi fundamental para colocá-la em um patamar único na indústria no momento, já que se mostra diferente de qualquer outra Popstar – se é que podemos chamá-la dessa forma.
Musicalmente falando, BRAT também tem ótimos destaques, ainda que seu impacto nesse sentido seja um pouco menor. A cultura clubber foi uma inspiração gigantesca para este trabalho, como fica claro em “360”, e BRAT cumpre o papel de ser um verdadeiro hinário para uma geração que estava muito carente disso.
5. Beyoncé – COWBOY CARTER
Se havia alguma dúvida sobre Beyoncé ser capaz de fazer um excelente disco de qualquer gênero que queira, COWBOY CARTER veio para saná-la. O segundo ato de RENAISSANCE é extremamente peculiar, já que foge completamente da estética do primeiro, mas as aventuras de Beyoncé pelo Country só provaram mais uma vez que ela realmente é uma rainha.
A completa ausência de medo de quebrar barreiras é uma vitória constante de Beyoncé, que já havia mostrado uma direção totalmente diferente em relação à sua própria carreira quando apostou na Dance Music/Disco no primeiro ato de RENAISSANCE. Mal podemos esperar para ver o que vem por aí no próximo capítulo dessa carreira!
4. Nilüfer Yanya – My Method Actor
Se você ainda não conhece, precisa conhecer Nilüfer Yanya. Até agora, a jovem britânica acertou em tudo que fez na carreira – e My Method Actor é o mais recente e mais maduro capítulo dessa jornada que vem se mostrando cada vez mais envolvente e interessante.
Músicas como “Method Actor” mostram como a cantora é perfeitamente capaz de equilibrar a melodia suave de sua doce voz com o peso de guitarras que rasgam a alma do ouvinte. A experimentação também é marca registrada da britânica, que não tem medo de ousar em composições que desafiam os limites da rotulação de gêneros.
3. Vampire Weekend – Only God Was Above Us
A medalha de bronze vai para o Vampire Weekend, que segue promovendo pequenas revoluções no Indie Rock a cada lançamento. Only God Was Above Us faz um trabalho fantástico de incorporar algumas das melhores melodias compostas por Ezra Koenig e seus companheiros de banda até hoje, a começar por faixas como “Capricorn”.
Um dos grandes símbolos desse trabalho é “Classical”, canção que aposta em uma mistura da sonoridade acústica do violão com guitarras elétricas e um contrabaixo clássico para criar algo que dificilmente você vai ouvir em qualquer outro álbum por aí, sem mencionar o trecho mais experimental com direito a solo de saxofone e uma base de piano fortemente inspirada pelo Jazz.
2. Doechii – Alligator Bites Never Heal
Depois de viralizar há alguns anos, Doechii ganhou um contrato com a Top Dawg Entertainment – conhecida por ter sido a casa de Kendrick Lamar por muitos anos – e a chance de provar que não seria apenas mais um sucesso passageiro das redes sociais.
Em Alligator Bites Never Heal, é exatamente isso que ela faz. Chamado oficialmente de mixtape, o trabalho recupera elementos fundamentais do Rap e mostra que Doechii tem muito estudo e sabe bem demais o que está realizando com suas composições. O resultado é um álbum indicado ao Grammy, que a coloca como a possível grande revelação da nova geração do gênero.
O principal single do disco, “NISSAN ALTIMA”, vê a cantora cuspindo barras que dão inveja a qualquer marmanjo da velha guarda. Para além disso, outros pontos altos do disco, como “DENIAL IS A RIVER”, apostam muito na performance de Doechii, que consegue se mostrar uma artista completa e plural com suas interpretações que funcionam às vezes até como esquetes – um grande exemplo é a apresentação no Tiny Desk, eleito por muitos o melhor do ano e que se destacou por ser perfeitamente coreografado entre todas as partes envolvidas, incluindo uma banda impressionante.
Alligator Bites Never Heal mostra que Doechii veio pra ficar, e o sarrafo será ainda mais alto na próxima empreitada da rapper. Mas o que já foi feito até agora prova que não há ninguém melhor para encarar esse desafio.
1. Knocked Loose – You Won’t Go Before You’re Supposed To
Já faz alguns anos que o Rock e o Metal estão se aproximando novamente da nova geração. Diversas bandas têm conseguido apresentar uma estética que se conecta com essas pessoas, sem falar no revival de movimentos como o Nu Metal, e isso tem feito a música pesada quebrar barreiras antes inimagináveis. O melhor exemplo disso, sem dúvidas, é o novo álbum do Knocked Loose.
Musicalmente falando, You Won’t Go Before You Supposed To é uma pedrada do começo ao fim – como já era de se esperar de uma banda que vem sendo promovida nos últimos anos por nomes da geração passada como Corey Taylor, do Slipknot. Aqui, o Knocked Loose amadurece seu som, torna-o mais maleável e acessível e, ainda assim, mantém a agressividade que se tornou marca registrada do grupo de Hardcore.
O impressionante é justamente isso: mesmo sendo provavelmente a banda mais agressiva de seu tempo, o que poderia ter confinado o grupo ao underground indefinidamente, algo faz com que a banda consiga espaço até mesmo na televisão dos EUA, chocando alguns e abrindo as portas de um novo mundo para outros.
É difícil explicar por que isso funciona tão bem com o Knocked Loose enquanto outras bandas que seguem receitas similares não conseguem o mesmo. Talvez seja a estética, perfeitamente trabalhada desde a capa do álbum até os clipes; talvez sejam as parcerias com nomes como Poppy e Motionless in White, que ajudam a derrubar barreiras; mas talvez a grande graça seja realmente o fato do grupo ter encontrado esse fator inexplicável que os transformou em um fenômeno.
Pelo impacto cultural, pela relevância e, acima de tudo, pela sonoridade extremamente única, desafiadora e convincente, o Knocked Loose leva a medalha de ouro do TMDQA! em 2024 e coroa um ano gigantesco para a música pesada, que caminha para cada vez mais lugares que nunca pensamos que ela chegaria.
OUÇA O TOP 50 DISCOS INTERNACIONAIS EM UMA PLAYLIST
Se você ficou curioso para ouvir os 50 discos internacionais que separamos acima, criamos uma playlist com um destaque de cada álbum mencionado.