Ainda dá tempo

10 bandas e artistas que você precisa ouvir antes de 2024 acabar

Do Rap ao Rock, entre a música nacional e internacional, estes lançamentos merecem sua atenção

Amaro Freitas, Nilüfer Yanya e Doechii estão entre bandas e artistas que você precisa ouvir antes de 2024 acabar
Foto de Amaro Freitas por Micael Hocherman / Foto de Nilüfer Yanya por Molly Daniel

Falta muito pouco para 2024 acabar. Estamos naquele famoso período de interlúdio, entre o Natal e o Ano Novo, que serve muito bem para refletirmos sobre tudo que aconteceu nos últimos 12 meses. Aqui no TMDQA!, claro, a gente adora olhar para trás e ver a retrospectiva musical desse período – e, no caso deste ano, que retrospectiva tivemos!

Entre gigantes e revelações, 2024 nos deu muitas obras incríveis na música. É bem provável que você tenha ouvido falar, por exemplo, do Black Pantera, que viveu um período memorável e acabou eleito Banda do Ano aqui no site, ou do incrível trabalho de Liniker em CAJU, eleito o Disco do Ano aqui no TMDQA! em 2024.

Apesar disso, com tantos novos lançamentos, é provável que um ou outro tenha passado batido pelo seu radar. Mas ainda dá tempo de corrigir isso e, com esse objetivo em mente, separamos por aqui 10 bandas e artistas para os quais você precisa dar uma chance antes do ano acabar.

Nesta seleção, priorizamos nomes que acreditamos que não tiveram a atenção merecida até o momento. Então abre a mente, se prepara e solta o play nas últimas recomendações do ano!

Adorável Clichê

Quem reclama da falta de boas bandas no cenário Indie/Alternativo do Brasil está falando uma besteira enorme. Uma das grandes provas disso é o Adorável Clichê, banda catarinense que vem se estabelecendo há algum tempo como referência neste nicho e acertou em cheio em 2024 com o disco sonhos que nunca morrem.

O álbum é um viagem deliciosa por uma sonoridade ao mesmo tempo melancólica e esperançosa. sonhos que nunca morrem é um daqueles trabalhos que funciona bem tanto quando se propõe a ser intimista quanto quando ousa mais e se envereda por caminhos mais grandiosos – receita perfeita para fazer parte da nossa lista de Melhores Discos Nacionais de 2024, que você pode conferir clicando aqui ou logo abaixo.

Amaro Freitas

Extremamente talentoso, Amaro Freitas pisou em territórios novos em 2024 com o lançamento do disco Y’Y, que foi celebrado no Brasil e, talvez até principalmente, no exterior.

Idealizado após um encontro marcante com a comunidade indígena Sateré-Mawé, no estado do Amazonas, o álbum traduz a atmosfera do local para as ondas sonoras criadas pelo piano inconfundível do artista.

O nome do álbum, inclusive, significa “rio” ou “água” na língua dos indígenas Sateré-Mawé. No processo, Amaro Freitas faz conexões entre a floresta e a diáspora africana, materializando mensagens, lições e sensações sem dizer uma palavra.

Doechii

Depois de viralizar há alguns anos, Doechii ganhou um contrato com a Top Dawg Entertainment – conhecida por ter sido a casa de Kendrick Lamar por muitos anos – e a chance de provar que não seria apenas mais um sucesso passageiro das redes sociais.

Em Alligator Bites Never Heal, é exatamente isso que ela faz. Chamado oficialmente de mixtape, o trabalho recupera elementos fundamentais do Rap e mostra que Doechii tem muito estudo e sabe bem demais o que está realizando com suas composições. O resultado é um álbum indicado ao Grammy, que a coloca como a possível grande revelação da nova geração do gênero.

Alligator Bites Never Heal é um álbum que conquistou até a velha guarda do gênero, o que prova que Doechii veio para ficar.

Febem

2024 foi um ano especial para Febem. Mais uma vez, ele mostrou ser um artista em constante evolução, entregando em Abaixo do Radar uma obra que equilibra introspecção e versatilidade sonora.

No álbum, o rapper reflete sobre sua trajetória, questionando sua subvalorização na cena enquanto se reafirma como uma referência para outros artistas.

Mas Febem não parou por aí. Ele coroou seu ano brilhante com HIGH BOYZ, um EP em colaboração com Sain. A colaboração, aguardada por anos, mostrou a sinergia entre dois dos mais brilhantes talentos da cena.

O projeto tem a leveza de uma obra criada sem pressão, mas impressiona pela qualidade em cada verso e beat, destacando ainda mais o momento áureo de Febem.

Fontaines D.C.

Há algum tempo louvada com uma das bandas mais interessantes de sua geração, o Fontaines D.C. parece se desafiar a cada álbum a mostrar que veio pra ficar. A estreia dos irlandeses em 2019, com Dogrel, os colocou como queridinhos da crítica; de lá pra cá, parece que eles não se intimidaram com nenhuma recepção e Romance é a prova de que eles continuam fazendo o que fazem de melhor a cada lançamento.

Trabalhar com James Ford, produtor que tem nomes como Arctic Monkeys e Blur no currículo, foi uma decisão extremamente acertada. No novo álbum, a sonoridade da banda parece ter resgatado alguns elementos do Britpop, além de momentos que lembram o Indie pioneiro do The Smiths, por exemplo. Essa gama de influências resulta em uma sonoridade ao mesmo tempo extremamente familiar e única, já que o grupo faz questão de dar sua roupagem própria a tudo isso.

Jota.pê

Jota.pê é um daqueles artistas impossíveis de se comparar com outros nomes.

Dono de uma belíssima voz, uma lírica encantadora e a clara vontade de levar música a todos os lugares que passa, o músico teve um ano repleto de grandes e merecidas conquistas que o colocaram em outro patamar na carreira, fazendo sucesso tanto na internet quanto no “mundo real”.

Não à toa, foi ele quem escolhemos como Artista do Ano em 2024 aqui no Tenho Mais Discos Que Amigos! e você pode ler o especial completo para conhecê-lo melhor clicando aqui ou no link abaixo.

Knocked Loose

Confirmando a boa fase da música pesada em 2024, o Knocked Loose acertou em cheio com seu novo disco. You Won’t Go Before You Supposed To é uma pedrada do começo ao fim – mas aqui, a banda amadurece seu som, torna-o mais maleável e acessível e, ainda assim, mantém a agressividade que se tornou marca registrada do grupo de Hardcore.

O impressionante é justamente isso: mesmo sendo provavelmente a banda mais agressiva de seu tempo, o que poderia ter confinado o grupo ao underground indefinidamente, algo faz com que a banda consiga espaço até mesmo na televisão dos EUA, chocando alguns e abrindo as portas de um novo mundo para outros.

Pelo impacto cultural, pela relevância e, acima de tudo, pela sonoridade extremamente única, desafiadora e convincente, o Knocked Loose levou inclusive o título de Melhor Disco Internacional de 2024 aqui no TMDQA! – e você pode conferir a lista completa clicando aqui ou logo abaixo.

Luiza Brina

Luiza Brina foi fundamental em 2024 para provar que ter cuidado com uma obra de arte é fundamental. Construído ao longo de vários anos pela artista, Prece é um disco avassalador, sendo celebrado por veículos nacionais e internacionais por motivos que giram em torno da beleza da obra aliada à conexão quase espiritual que ela proporciona entre artista e ouvinte.

Como o nome do álbum e das faixas bem entregam, suas composições ganham cara de rezas e orações, ainda que Luiza Brina as utilize em vários momentos para falar das questões do mundo físico e não do divino. Prece é um respiro em meio a um ano caótico, e uma prova de que a calma e o cuidado precisam voltar a ter mais espaço na cultura.

Nilüfer Yanya

Se você ainda não conhece, precisa conhecer Nilüfer Yanya. Até agora, a jovem britânica acertou em tudo que fez na carreira – e My Method Actor é o mais recente e mais maduro capítulo dessa jornada que vem se mostrando cada vez mais envolvente e interessante.

Músicas como “Method Actor” mostram como a cantora é perfeitamente capaz de equilibrar a melodia suave de sua doce voz com o peso de guitarras que rasgam a alma do ouvinte. A experimentação também é marca registrada da britânica, que não tem medo de ousar em composições que desafiam os limites da rotulação de gêneros.

The Plot in You

Enquanto o Metalcore e o Post-Hardcore são rotulados por muitos como gêneros com pouca inovação, o The Plot in You chegou para mostrar que ainda há novos caminhos a serem explorados sem necessariamente reinventar a roda.

O acerto da banda começa no formato de seus lançamentos: foram três EPs divulgados ao longo do ano, cada um com três músicas, que resultam em praticamente um disco completo. No entanto, o cuidado individual de cada faixa foi perceptível, e valorizado pelo formato que permitiu que os fãs mergulhassem em cada terço do “álbum” em um momento diferente.

Apesar de ter um ótimo equilíbrio de melodia e peso, o The Plot in You ganha pontos mesmo é com a riqueza de detalhes de suas composições, que ganham mais vida a cada play.

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