Um dos principais vencedores da 82ª edição do Globo de Ouro, que aconteceu neste domingo (5) nos Estados Unidos, também se tornou a maior polêmica de 2025 até agora – sim, estamos falando do filme Emília Pérez.
O longa metragem protagonizado por Karla Sofía Gascón, Zoë Saldaña e a cantora pop Selena Gomez chegou à premiação como grande favorito com dez indicações, e faturou quatro estatuetas, incluindo Melhor Filme Musical ou Comédia, Melhor Canção Original e Melhor Atriz Coadjuvante para Zoë.
Mas o que deixou os latino-americanos revoltados foi mesmo o prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira para Emília Pérez (derrotando o brasileiro Ainda Estou Aqui, aliás).
Isso porque o musical conta uma história mexicana, mas foi produzido pela França e tem um elenco formado quase todo por artistas norte-americanas, com muitas cenas faladas em inglês.
Além disso, o filme foi criticado por “romantizar” a história de um cartel de tráfico de drogas, crime que na vida real já causou milhares de mortes no México. Vem com a gente entender essa polêmica que gerou mais um cancelamento de Selena Gomez na internet!
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Diretora de elenco disse que não encontrou atrizes mexicanas “boas o suficiente”
Com estreia no Brasil marcada para 6 de fevereiro, Emilia Pérez foi exibido pela primeira vez no renomado Festival de Cannes, da França, e se tornou rapidamente um dos principais cotados ao Oscar, o principal prêmio do cinema nos EUA.
Escrito e dirigido por Jacques Audiard (O Profeta, Ferrugem e Osso), o musical conta a história de uma advogada (Zoë Saldaña) que é contratada para ajudar um chefe de cartel (Karla Sofía Gascón) a abandonar os negócios e realizar a transição de gênero, tornando-se uma mulher.
Acontece que Karla é uma atriz espanhola, e Zoë e Selena, apesar de terem ascendência latina, deixaram a desejar na fluência do espanhol, como você pode ver nesta cena de Gomez que viralizou nas redes sociais, gerando muitas críticas à cantora.
Mas a polêmica ainda aumenta! Em entrevista ao canal do Sindicato de Atores dos EUA (SAG) no YouTube, a diretora de elenco de Emilia Pérez, Carla Hool, disse que não encontrou no México atrizes boas o suficiente para os papeis (via IGN):
“Nós olhamos em toda a América Latina, mas não era um papel fácil… encontrar uma atriz trans que atuasse e cantasse muito bem. […] Audiard olhou para todas igualmente. Ele não queria necessariamente atrizes de renome, só os melhores nomes para os papeis. E acabaram sendo Selena, Zoë e Karla”.
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Mexicanos e comunidade LGBT+ rejeitaram história de Emilia Pérez
Apenas uma atriz mexicana aparece com certo destaque no filme. Adriana Paz, de 44 anos, fez um papel secundário no longa e não foi indicada para nenhuma premiação, ao contrário de suas colegas internacionais.
Além da questão do elenco, cineastas do México apontaram a irresponsabilidade dos produtores de Emilia Pérez ao “eximir” uma traficante de drogas simplesmente por ter transicionado de gênero.
O diretor de televisão Héctor Guillén, por exemplo, disse no X que o filme é “racista e eurocentrista”, e que não cabe fazer um musical romântico para um tema que já deixou quase 500 mil mortos e centenas de desaparecidos no país.
Outra crítica ao longa metragem diz respeito à representação da comunidade LGBT+. A organização internacional Aliança Gay e Lésbica Contra Difamação chegou a divulgar uma carta afirmando que o filme mostra “uma ideia de transgeneridade baseada completamente na imaginação cis”.
Você pode assistir acima ao trailer de Emilia Pérez e tirar suas próprias conclusões quando o filme estrear na Netflix no Brasil, no próximo mês.
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