Salvador é uma cidade repleta de pontos turísticos encantadores, mas sua história vai muito além disso. Entendendo que a capital baiana é múltipla e contrastante, o cantor baiano Filipe Freire incentivou seus fãs a expandir seu olhar sobre a cidade no clipe de “Salva, Salvador”.
A narrativa da obra que apresenta uma letra reflexiva acompanha um personagem observador que decide pausar seu cotidiano para explorar detalhes mais profundos da cidade em que vive. Ao atravessar cenários que estão sempre passando por transformações, ele contempla Salvador de sua maneira mais crua, incluindo ambientes com vida, cor, ritmos próprios e formados por pessoas, lutas e memórias.
Ao TMDQA!, Filipe apontou o que o motivou a explorar esse contexto da capital baiana no belíssimo clipe de “Salva, Salvador”:
“Salvador guarda tantos segredos e histórias, nas subidas e descidas. Existe um contraste de realidades, de experiências. São várias ‘Salvadores’ dentro de uma só, e a impressão que tenho é que é difícil contemplar todas elas. Mas a nossa intenção foi provocar, trazer um pouco dessas camadas através do audiovisual.”
Em nota à imprensa, o diretor do clipe Renan Benedito também refletiu sobre os cenários e situações de Salvador que são retratadas no vídeo:
“Como profissional das margens dessa cidade, meu objetivo é retratar, por meio das imagens, a importância e a grandeza dessa Salvador invisível, onde 1kg de peixe vale 30 centavos nos dias de fartura, onde cavalos descansam à beira-mar ou estão pelo asfalto em busca de comida. Enquanto alguns gatos caçam na cidade, outros se alimentam do peixe sem precisar pescar. Salvador se divide entre a alta e a baixa, mas sua luz encanta a todos. Seu povo fala com os olhos, sem precisar abrir a boca.”
Filipe Freire e a inspiração proporcionada por Salvador
Afirmando que Salvador tem uma maneira própria de inspirar os artistas da cidade, Freire apontou de que forma a cidade influencia sua criação musical:
“As pessoas aqui são criativas, brincalhonas, espontâneas. Aqui tem o fervo de misturar as coisas. Dar a chance de experimentar algo novo. Eu me conecto justamente com essa diversidade sonora.
O batuque, o tambor, a palma, o canto em coro, o desejo de movimentar. As minhas composições nascem frequentemente de uma levada de pagode ou arrocha. E vou modificando com o processo. Essa liberdade experimental faz com que eu me sinta à vontade pra fazer músicas que namoram o ijexá, reggae, pop, coupe decale (Costa do Marfim), funk. E eventualmente terá um bolero. Vale tudo que em algum momento me tocou a ponto de me inspirar a fazer uma música.”
Falando especificamente sobre o processo criativo de “Salva, Salvador”, que apresenta uma sonoridade dançante e um ritmo envolvente, o músico explicou:
“Na construção de ‘Salva, Salvador’ a ideia melódica partiu de um reggaeton, sem letra, apenas melodia. Mas no processo de produção com Ângelo Canja, guitarrista e um dos produtores da faixa, percebemos que ela funcionou bem no pagodão arrastado. Surgiram timbres eletrônicos e um gancho de sintetizador meio anos 80. Esse improviso fez a música ser o que ela é. É como uma comédia de teatro, o público e o ‘imprevisto’ constroem o espetáculo, junto aos atores.”
A seguir, confira o clipe de “Salva, Salvador” ou ouça, logo abaixo, a música na playlist TMDQA! Brasil!
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