Nenhuma estrela na longa estrada vai me guiar... 💫

Resenha: "Nenhuma Estrela" é o melhor dos dois mundos do Terno Rei

Quinto álbum de estúdio da banda paulista surpreende em sonoridade e estética; entenda

Banda Terno Rei, em registro feito por Fernando Mendes
Foto por Fernando Mendes

Poucas bandas alcançam um equilíbrio tão refinado entre amadurecimento e frescor criativo quanto a Terno Rei faz em Nenhuma Estrela (2025), seu quinto álbum de estúdio. O trabalho será lançado hoje, 15 de abril, às 21 horas, via Balaclava Records e reúne 13 faixas inéditas, marcando a fase mais madura do grupo paulistano – e o ápice de sua discografia.

Com produção assinada por Gustavo Schirmer – também presente nas apresentações ao vivo da banda – e mixagem de Nicolas Vernhes, conhecido por seus trabalhos com bandas como Animal Collective e The War on Drugs, o resultado é um álbum coeso e envolvente, no qual cada detalhe é milimetricamente desenhado para emocionar — mas sem excessos.

O TMDQA! ouviu o disco em antecipado, e traz pontos de destaque nesta resenha. Vamos lá?

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Sofisticados e consolidados

Desde a virada criativa com Violeta (2019), que revelou hits como “São Paulo” e “Luzes de Natal”, o quarteto formado por Ale Sater (voz e baixo), Bruno Paschoal (guitarra e sintetizadores), Greg Maya (guitarra) e Luis Cardoso (bateria) vem lapidando uma sonoridade que trafega entre o dream pop, o pós-punk e o indie rock brasileiro. Nenhuma Estrela sintetiza esse processo com sofisticação, equilibrando melancolia, romantismo e texturas sonoras que remetem tanto aos anos 1980 quanto ao presente.

Os singles “Nada Igual”, “Próxima Parada” e “Nenhuma Estrela” já davam pistas do que vinha por aí: refrães fortes, ambientações nostálgicas e letras confessionais – marca registrada da banda. Faixas como “Casa Vazia”, “Acordo” e “Programação Normal” reforçam esse olhar introspectivo sobre relações, tempo e memória.

Mas há também surpresas: a dançante “Tempo”, com participação especial de Clara Borges (Paira), traz um groove sutil e moderno, enquanto “32” oferece reflexões sobre amadurecimento e passagem do tempo. Em “Relógio”, a presença de Lô Borges conecta o disco ao legado mineiro do Clube da Esquina, fundindo passado e presente em uma faixa de beleza delicada e atemporal.

Uma verdadeira mesclagem que traz classe, respeito e principalmente músicas incríveis.

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Terno Rei: mais fortes do que nunca

Nenhuma Estrela traz o melhor de cada fase anterior que o grupo de São Paulo já apresentou.

Segundo Ale, este é “o disco preferido da banda”. O processo criativo, feito com calma e carinho, transparece na precisão das composições e arranjos robustos. “Acho que estamos na nossa melhor fase. A gente se conhece há muito tempo, e mantemos uma força criativa, então as coisas saem muito fácil”, afirmou.

Sater completou, em entrevista com o TMDQA! que será disponibilizada na íntegra em breve:

“Eu acho que é um disco que reflete uma maturidade nossa como grupo e como músicos, e eu tô muito feliz pelo lançamento.”

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Nenhuma Estrela: pronto para guiar o futuro!

Responsáveis por uma chama que enche a música independente contemporânea brasileira, é inegável a sutileza do Terno Rei em uma trajetória de 15 anos.

Nenhuma Estrela é, enfim, o melhor dos dois mundos do Terno Rei: a melancolia urbana e elegante que os consagrou, e um novo sopro de ousadia estética que os posiciona entre os nomes mais relevantes da música alternativa brasileira atual. Um álbum para ouvir com fones de ouvido em um quarto escuro — ou cantar em coro com o público de um festival. Um disco vívido e atemporal, clássico instantâneo.

Com muitas novidades para celebrar esta era, a banda já anunciou as primeiras datas da turnê Nenhuma Estrela, que teve seu pontapé inicial num show emocionante no palco do Lollapalooza Brasil – onde estivemos presentes como parceiros editoriais do festival. Ingressos e mais informações podem ser conferidos aqui.

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