TMDQA! nos EUA
Começa agora uma série de publicações aqui no Tenho Mais Discos Que Amigos! diretamente da “Terra do Tio Sam”: TMDQA! nos EUA.
Tony Aiex, editor-chefe do site, está em viagem por aquele país durante o mês de Abril e vai trazer diversos conteúdos exclusivos para você, querido leitor.
Na primeira publicação da série, Tony fez uma resenha de como foi o show do Green Day em Nova York, no último domingo, 07 de Abril.
E com um ar de mistério, Aiex pediu para avisar que na próxima semana estará em Indio, na Califórnia…
Green Day no Barclays Center, no Brooklyn, Nova York
Dia 07/04
Após cancelar todos os seus shows de 2012 devido a um problema de Billie Joe Armstrong com álcool e remédios controlados, o Green Day voltou à atividade com uma turnê que está passando pelos Estados Unidos e irá para a Europa na temporada de festivais.
A grande pergunta que paira sobre essas apresentações é: como está o show após o período de Armstrong em uma clínica de reabilitação? O TMDQA! esteve em Nova York, no último domingo, 07 de Abril, para ver uma dessas performances.
Veja logo abaixo como foi a festa, que teve abertura do Best Coast.
Best Coast
Com pouco menos de 10 minutos de atraso, o Best Coast subiu ao palco do Barclays Center para um ginásio cuja pista tinha menos da metade de sua capacidade completa, assim como as suas arquibancadas.
Bethany Cosentino parecia empolgada em estar ali tocando para aquele público. Ela até disse: “é uma loucura estar aqui, com tanta gente”, mas não parecia conseguir passar a empolgação para a plateia.
Nas poucas vezes que interagiu com quem ali estava, sendo uma delas de forma forçada por um problema técnico com o baixo, ela mesmo dizia no microfone que não era uma boa pessoa para conversar e que não sabia fazer aquilo muito bem.
O público estava aguardando pelo Green Day e a banda parecia estar correndo com o set para acabá-lo o mais cedo possível, o que resultou em um show onde os pontos altos foram as músicas populares do grupo, como “The Only Place” e “Boyfriend”, que fechou o set.
O Best Coast é uma banda com músicas bastante sólidas e um show que, para seus fãs, é muito agradável, como pôde ser visto no Planeta Terra, mas abrir para o Green Day parece ter sido uma escolha um tanto quanto esquisita.
Setlist:
1. “Crazy for You”
2. “Goodbye”
3. “Summer Mood”
4. “Last Year”
5. “The Only Place”
6. “Why I Cry”
7. “Our Deal”
8. “I Want To”
9. “Do You Love Me Like You Used To”
10. “When I’m with You”
11. “Boyfriend”
Green Day
(KEVIN P. COUGHLIN/NEW YORK DAILY NEWS)
O show do Green Day começou antes mesmo da banda subir ao palco, quando o sistema de som do ginásio tocou “Bohemian Rhapsody” do Queen e o local inteiro cantou a música do início ao fim.
Na sequência veio “Blitzkrieg Bop” do Ramones e o já tradicional coelho rosa da banda subiu ao palco, andando por ele como se estivesse bêbado, e antecedeu a entrada do trio.
A banda abriu com “99 Revolutions” que veio seguida de “Know Your Enemy”. Logo na segunda música, Armstrong já começou a chamar fãs ao palco e o fez com uma criança, apontada pelo baixista Mike Dirnt, para cantar com ele. Após participar da canção até seu final, o menino, orientado pelo vocalista, correu e pulou em cima do público, em um “stage dive” aplaudidíssimo por todo o ginásio, que lotou as arquibancadas, mas deixou a pista com mais da metade de seu espaço livre.
(KEVIN P. COUGHLIN/NEW YORK DAILY NEWS)
Com um longo período de estrada, o Green Day tornou-se uma banda de fases, e isso ficou bem claro ao ver a reação do público, que cantava e berrava algumas músicas e em outras dançava e via o fã ao lado berrando e cantando.
Após uma série de músicas de American Idiot como “Letterbomb”, “Holiday” e “Boulevard Of Broken Dreams”, Billie Joe pegou sua tradicional Fender azul e começou a viajar ao passado com sons como “Burnout” e “Welcome To Paradise”, de Dookie e “Geek Stink Breath” de Insomniac. Foi aí que os fãs mais velhos do grupo foram à loucura e mesmo aqueles que não cantavam as músicas, se divertiam com o show, muito em função de Armstrong estar em plena forma e conduzir a plateia como poucos líderes de banda por aí.
Após falar que não tocava essa música há um bom tempo, a banda mandou ver em “Knowledge”, cover da influente banda punk Operation Ivy que está no primeiro álbum do grupo, 1,039/Smoothed Out Slappy Hours. Com ela também veio o tradicional convite para mais um fã tocar com a banda, e ele apareceu na forma da garota Stephanie, que não apenas tocou guitarra com o grupo mas também ganhou beijo de BJ na boca e levou a guitarra pra casa.
Outra música do primeiro disco veio na forma de “Going To Pasalacqua”, que antecedeu uma pequena cover de “Highway To Hell” do AC/DC e a música “Brain Stew”.
Durante as músicas e antes delas, Billie Joe fazia questão de entreter. Em vários momentos ele disse que a vida é difícil mas que ali, naquele momento, ninguém deveria pensar em trabalho, escola ou obrigações. Ele também jogou água na plateia, papel higiênico com uma arma feita especialmente para isso e, em um dos pontos altos do show, mandou a equipe desligar todas as luzes do palco, pegou uma lanterna e iluminou as arquibancadas. Como se não fosse o suficiente, ele conduziu uma “ola” com a lanterna que funcionou perfeitamente.
“St. Jimmy” foi tocada na sequência e com Billie Joe, sem a guitarra, cantando e correndo pelo palco todo se abaixando várias vezes e até mesmo se ajoelhando, fazendo reverência ao público pela participação. A impressão que dá é que após ter passado por uma situação complicada, Armstrong está entendendo como tem nas mãos algo desejado por tantos.
(KEVIN P. COUGHLIN/NEW YORK DAILY NEWS)
Mais uma sequência de Dookie veio na forma da trinca “Longview / Basket Case / She” e a primeira teve outra convidada especial. Outra garota chamada Stephanie que veio da plateia para cantar a música como se não houvesse amanhã. Não havia muita afinação e a menina soltou vários berros, mas foi aplaudida pelo público inteiro.
Em “King For A Day” veio a tradicional festa onde os integrantes da banda colocam chapéus e se divertem ao mesmo tempo que divertem o público. O medley com a tradicional canção “Shout” que traz trechos de clássicos como “Satisfaction” dos Stones e “Hey Jude”, dos Beatles, é bacana mas já começou a se mostrar desgastado já que aparece em todos os shows do grupo há um bom tempo.
Para fechar o set antes do bis, “Minority”, cantada a plenos pulmões pelo público que erguia seus dedos médios com vigor ao gritar “Fuck Them All” sem pensar duas vezes.
Faltavam dois clássicos de American Idiot, o disco onde estão as músicas que parecem inflamar mais a plateia durante o show, e ambos vieram logo de cara. “American Idiot” e a épica canção de quase 10 minutos “Jesus Of Suburbia” abriram o bis como abrem o disco e deixaram todos ali extasiados com as 25 canções executadas naquela noite.
Após a sensacional explosão da música anterior, veio uma balada pra fechar, e a escolhida foi “Brutal Love”, do mais recente álbum da banda, Tré!. Confesso que o efeito ficou bastante bonito com os celulares pra lá e pra cá e os isqueiros, mas praticamente ninguém ali cantou a canção, o que seria bastante diferente com um clássico como “Good Riddance (Time Of Your Life)”, por exemplo.
Foi um grande show de uma grande banda ao vivo que sabe entreter e fazer espetáculo, não à toa eram vistos fãs de 8 a 50 anos no Barclays Center, e a parada de Billie Joe para reabilitação não parece ter afetado o grupo. O único porém é que daqui a pouco as músicas, medleys e piadas terão que ser mudados, para que o surpreendente não deixe de ser assim.
Setlist:
1. “99 Revolutions”
2. “Know Your Enemy”
3. “Stay the Night”
4. “Stop When the Red Lights Flash”
5. “Letterbomb”
6. “Oh Love”
7. “Holiday”
8. “Boulevard of Broken Dreams”
9. “Burnout”
10. “Welcome to Paradise”
11. “Geek Stink Breath”
12. “Knowledge”
13. “When I Come Around”
14. “Going to Pasalaqua”
15. “Highway to Hell”
16. “Brain Stew”
17. “St Jimmy”
18. “Longview”
19. “Basket Case”
20. “She”
21. “King For a Day”
22. “Shout/Satisfaction/Hey Jude”
23. “X-Kid”
24. “Minority”
Encore
25. “American Idiot”
26. “Jesus of Suburbia”
27. “Brutal Love”