Três meses após o Katrina devastar New Orleans, a cidade começa a dar sinais de voltar a ter a magia que a mistura de tantas culturas geraram naquele lugar. E vemos a população surpresa, abrindo suas janelas, para ver uma brass band passando anunciando que iam colocar um pouco de funk por ali, sorrindo de novo.
Ver como as pessoas comuns, que viviam direta ou indiretamente da cena musical de New Orleans, tentaram buscar de volta sua vida é o objetivo de uma das séries que mais me empolgaram para ver nos últimos anos: “Treme”.
Sim, caro leitor. Estamos falando de uma série de TV na coluna de cinema. Mas convenhamos, a HBO não é simplesmente TV. Um canal que nos trouxe séries como “Band of Brothers”, “Roma”, “Game of Thrones”, “Six Feet Under” e “Sopranos” não é qualquer um.
E “Treme” não é qualquer um. Quem me apresentou a série foi minha namorada, que é grande fã de “The Wire”, outra série dos mesmos criadores e que possui um espírito realista quase sujo, mostrando um Estados Unidos que conhecemos pelos filmes e pelo que a cultura pop nos mostra sob um outro ponto de vista, de outras pessoas, de outros lugares.
E mostrar os seres humanos por trás da “magia” que emana só de falar em New Orleans e do esforço deles para viver do jazz, da culinária ou até do carnaval é belíssimo e imperdível.
Você que está aí lendo e tem uma banda ou simplesmente ama música, corre atrás dessa série e vem ver com a gente. Estamos ainda no começo e empolgadíssimos com a trama e com a matadora trilha sonora. A vontade é de correr atrás de todos os discos de jazz do mundo e saber como aquelas pessoas conseguem criar aquilo de um modo tão fantástico.
Sério, imperdível.