“Guerra Mundial Z” é um dos filmes mais esperados do ano. Não é o maior blockbuster do ano, mas a sua campanha de marketing foi tão bem feita que conseguiu ofuscar até o lançamento do novo filme do Super-Homem.
Mais ou menos dois meses atrás participei de uma cabine de imprensa da Paramount onde foi projetado 15 min de footage do filme, além de ganhar o livro adaptado. E o que vi na tela era realmente empolgante. Foram 15 minutos de zumbis cruéis, com uma transmissão epidêmica rápida, ágeis e a ação com um senso de urgência impressionante.
Saí daquela sala empolgado, achando que o filme de Marc Foster ia ser uma diversão pipoca, dessas para ver com os amigos. Pois é, pelo tom que estou levando esse papo já dá pra sentir que não é.
Estrelado por Brad Pitt, o filme é uma adaptação do livro de mesmo nome de Max Brooks e conta a história de Gerry Lane, um investigador da ONU no meio de um Apocalipse Zumbi: no livro, vendo os fatos após o desastre; no filme, durante. E aí que começa a errar o filme.
Ao descartar as tramas individuais que geram um paronama mundial (tal qual “Babel”), o filme transforma o personagem de Pitt num super-herói absurdamente sortudo, já que as soluções dos problemas não são fruto do talento dele, mas de um movimento de deus ex machina que incomoda muito no fim.
A família, que deveria ser a motivação do personagem, só parece ser importante de verdade no começo do filme – em uma das sequências que salvam o filme de ser uma completa perda de tempo.
Com os atores nada bem, uma direção a la Michael Bay e uma edição bizarra que ou torna tudo tão rápido quanto as sequências de ação dos Transformers ou tão lento quando um documentário sobre folhas caindo, o filme é, até agora, a decepção do ano.
Não honra o divertido caleidoscópio humano e político que o livro cria e transforma zumbis em mais uma coisa das quais os americanos podem salvar o mundo. Guerra Local Z.