Meus Discos, Meus Amigos: Antonio Augusto (Hearts Bleed Blue)

Conversamos com o idealizador de um dos selos mais bacanas do país.

Meus Discos, Meus Amigos: Antonio Augusto (Hearts Bleed Blue)

Antonio Augusto, da Hearts Bleed Blue

Há pouco mais de dois anos foi inaugurado no Brasil um dos selos mais legais e mais intimamente relacionados aos discos de vinil que o Brasil tem hoje.

Trata-se da Hearts Bleed Blue, gravadora que é capitaneada por Antonio Augusto e que tem lançado uma série de novos discos de vinil e de reedições de bandas de punk rock e rock alternativo e, em sua maioria, em cores, mesclas, acabamentos e misturas que chamam bastante a atenção e são comercializados a preços mais do que honestos.

Além da gravadora que carrega o slogan “Música para Colecionar”, Antonio ainda tem uma revista digital e impressa chamada Curto Circuito que é distribuída gratuitamente e a loja da HBB, que também vende produtos de fora do selo.

Convidamos o cara para o quadro “Meus Discos, Meus Amigos”, e ele conversou com a gente sobre sua coleção, as bandas que anda ouvindo e, é claro, todo o seu trabalho com a música.

 

TMDQA!: Qual o disco de vinil mais importante da sua coleção?
Antonio: Orphan Works do Samiam. LP Duplo com capa gatefold em vinil preto e branco. São versões ao vivo, gravações em rádios e sobras de estúdio dos discos Clumsy e You Are Freaking Are Me Out. São músicas que marcaram um período importante na minha formação, e que me fazem voltar ao rumo quando perco o meu foco.

TMDQA!: O que você acha da volta dos discos de vinil?
Antonio: Não diria que é uma volta dos discos, pois para muitos ele nunca os deixou. Acredito que as luzes dos holofotes agora estão focadas nos discos de vinil, e por um tempo que não sabemos estimar. E mesmo que essas luzes se apagarem novamente, o vinil vai continuar a existir, pois existem muitos envolvidos nele: fábricas, gravadoras, músicos, lojistas, amantes e colecionadores.

O mesmo acontece com o CD e os formatos digitais. São apenas mídias reprodutoras de música. Elas podem sofrer mudanças ou até deixarem de existir algum dia, mas enquanto houver um artista querendo registrar sua composição, vamos ter algum(s) formato(s) de mídia para reprodução.

TMDQA!: Qual foi seu primeiro disco (vinil/CD/K7)?
Antonio: Meu primeiro LP foi o Led Zeppelin IV, comprado num sebo da Teodoro Sampaio, em São Paulo.

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TMDQA!: Que bandas você tem ouvido ultimamente?
Antonio: Amanhã talvez a resposta não seja a mesma, mas com certeza estarei ouvindo alguma banda do selo. E digo isso pois realmente gosto dos artistas da casa – a ponto de produzir centenas de discos: Dead Fish e Zander (juntos num split), Blind Pigs, Dance Of Days, Zumbis do Espaço, Carbona, Zero Zero, Morto Pela Escola, Os Últimos Românticos da Rua Augusta, Parachamas, Horace Green, Bayside Kings, Clearview, Taunting Glaciers, Anzol, Zebra Zebra, Leprechaun, Tor Tauil e Seek Terror.

Aqui no selo produzimos a revista Curto Circuito, e o Henrike, vocalista do Blind Pigs, tem uma coluna onde escreve sobre selos e bandas de punk rock ao redor do mundo. A cada nova edição separo um tempo para conferir a lista completa. Já passaram bons nomes dos EUA, Reino Unido, Itália, Austrália… Além disso também acompanho os discos produzidos por três diferentes selos: Bridge 9, Run For Cover e Topshelf – que curiosamente são de Boston, EUA.

Se fosse para indicar algo hoje a listinha seria o seguinte: Os Últimos Românticos Da Rua Augusta (folk), Pity Sex (shoegaze) e Hounds & Harlots (street punk).

TMDQA!: Como surgiu a Hearts Bleed Blue?
Antonio: Existem duas coisas em que realmente gosto de investir meu tempo: Música e Artes Gráficas. Passei longos 10 anos remoendo a vontade de montar um pequeno negócio onde pudesse trabalhar com essas duas paixões juntas. Hoje faz um pouco mais de 2 anos desde que comecei essa empreitada, que contou com a ajuda de amigos, parceiros e, principalmente, com o apoio da minha esposa – que me incentiva a seguir com projetos malucos em que a maioria desacredita.

Desde o começo do ano contamos com o Alexandre M. (Parachamas) no time da HBB. Apesar de uma estrutura pequena, temos em catálogo de mais de 35 títulos produzidos pela Hearts Bleed Blue, uma loja online com mais de 700 títulos ativos e uma revista (impressa e digital) com publicação bimestral e distribuição gratuita. Para o futuro os planos incluem a mudança para um espaço maior, mesclando o ambiente de trabalho com uma loja física e um espaço para pequenas apresentações de bandas.

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TMDQA!: Como tem sido a resposta das pessoas aos discos que vocês têm lançado?
Antonio: A resposta não poderia ser melhor! Criamos uma relação direta com o consumidor de disco através de nossa própria loja, onde contamos com um catálogo que vai além dos discos produzidos no selo. Cada vez mais percebemos que as pessoas estão famintas por títulos musicais, e não só pelo vinil. Muitos buscam também por CDs e DVDs.

TMDQA!: Como são os trâmites todos para lançar um disco bacana aqui no Brasil? Vocês têm feito lá fora muita coisa legal com vinil colorido, manchado, etc.
Antonio: Optamos por produzir lá fora justamente por essas diversas formas de acabamento que podemos dar ao disco, e ter um produto que transforme a música num bem colecionável. Mas como um todo o processo é lento e doloroso, ainda estamos longe de escapar da burocracia e exigências fiscais brasileiras.

Hearts Bleed Blue

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Você pode encontrar os produtos da Hearts Bleed Blue disponíveis na loja virtual do selo clicando aqui.

http://www.youtube.com/watch?v=tGM4OL9NS_4]

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