Texto e Fotos por Thanira Rates
Muita gente ignora completamente o fato que Mike Inez e Sean Kinney sempre contribuíram muito para o Alice In Chains ao longo dos 20 anos, e ambos têm até talvez muito mais créditos nas escritas das músicas que Layne Staley. É chato como as pessoas rotulam a banda como “de tributo”, apenas com um cantor diferente. O vocalista William DuVall, que gravou os dois últimos álbuns com o AIC é carismático e competente, vem conquistando desde 2005 cada vez mais antigos fãs da banda que nao podiam nem ouvir falar de AIC com outro vocal, além da nova geração de público. Vestir a camisa AIC e os sapatos de Staley nao é tarefa fácil, mas William tem se mostrado muito competente, sem se anular e, pelo contrário, de todos os shows que vi com Duvall, esse foi o que mais percebi sua energia e controle total no palco. Não, ele não é um par perfeito com Cantrell, mas pode-se dizer que é uma peça muito importante no quarteto.
Depois de duas performances promissoras de convidados especiais como o Walking Papers (banda formada pelo ex baterista do Screaming Trees, Barrett Martin e pelo baixista Duff McKagan) e a banda dos mascarados suecos do Ghost (onde Dave Grohl tocou com suas varinhas mágicas), a multidão aguardava o Alice in Chains com muita expectativa, e não foram decepcionados.
No set da noite gelada no icônico Alexandra Palace no norte de Londres apresentado por Jerry Cantrell e companhia, havia material antigo, como músicas do excepcional album Dirt de 92 se misturando facilmente com canções mais novas, como “Hollow” e “Stone” do álbum lançado esse ano, The Devil Put Dinosaurs Here.
A banda começou a noite com a sequência a todo vapor com “Them Bones”, “Damn That River”, “Check My Brain” e “Again”. Os hits “Man in the Box”, “Down in a Hole”, “We Die Young” e “No Excuses” também fizeram parte do respertório que agradou a gregos e troianos. No meio do set jogaram “Rotten Apple”, e apesar de nunca ter comparado Duvall com Layne, a similaridade era tanta que arrepiou a alma. Via-se pessoas chorando em volta. O set terminou com a dobradinha classica “Would?” e “Rooster”. O show teve também elementos visuais em telões no background, mantendo o público hipnotizado.
É evidente que o Alice in Chains entrou em uma nova era. Enquanto eles mantêm claramente a identidade única dos vocais harmônicos e guitarras melancólicas raivosas que foi grande responsável para a sua ascensão à fama, mostra-se que o sucesso de The Devil Put Dinosaurs Here pode ser o próximo passo para a banda produzir mais um futuro hino do rock.
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