Resenha: Arcade Fire no Rio de Janeiro (04/04/14)

Resenha por Gabriel von Borell
Fotos por Néstor J. Beremblum/T4F

Quase 10 anos depois de sua primeira apresentação em solo carioca, realizada em 2010 no extinto Tim Festival, os canadenses do Arcade Fire finalmente voltaram ao Rio de Janeiro, na última sexta-feira (4), para a felicidade dos fãs da Cidade Maravilhosa, que há bastante tempo clamavam pelo retorno da banda ao Brasil. E essa volta não poderia ter sido melhor.

Com repertório concentrado no álbum mais recente do grupo, Reflektor (2013), a apresentação no Citibank Hall, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, foi marcada pela animação e simpatia contagiante do Arcade Fire e a incrível energia trocada com a plateia carioca do primeiro ao último minuto.

O show da banda começou pontualmente às 22h30, quando o vocalista Win Butler surgiu no palco junto com mais 11 músicos que deram um verdadeiro espetáculo de apuro técnico e versatilidade musical. Praticamente todos se revezavam entre os diversos instrumentos distribuídos por toda a extensão do palco, criando uma intensa e hipnotizante movimentação para os integrantes trocarem de instrumentos. Depois de abrir a apresentação com a faixa-título de seu disco mais recente com direito a imagens no telão do filme brasileiro de 1959 “Orfeu Negro”, Win Butler e cia emendaram em outra canção de Reflektor, “Flashbulb Eyes“, que manteve a empolgação do público. Na sequência, o Arcade Fire apresentou a faixa de seu primeiro álbum, Funeral (2005), “Neighborhood #3“, que causou comoção ainda maior na plateia.

Enquanto a banda liderada por Win dava sequência ao show, o vocalista mostrava para o plateia carioca que os canadenses podem ser muito quentes e receptivos. O cantor distribuiu “obrigados” em português ao longa da apresentação, manifestou a felicidade de estar de volta ao Brasil e até puxou o celular de um fã que estava próximo à grade para filmar a público a sua frente fazer gracinhas com o telefone colado na testa. Na continuidade da apresentação do Arcade Fire vieram músicas mais antigas como “Rebellion (Lies)“, “We Used to Wait” e “The Suburbs” e canções do último álbum como “Joan of Arc“. Antes de “The Suburbs”, por exemplo, Win fez questão de dizer o quanto era maravilhoso estar de volta ao Rio de Janeiro, uma de suas cidades preferidas no mundo, segundo o próprio. “Essa canção é sobre o que o Brasil vai parecer depois da Copa do Mundo”, declarou o cantor.