O dia 11 do SWU ficou marcado pelas atrações mais pesadas de todo o festival e o maior público dos 3 dias, o que causou uma série de filas em vários pontos da fazenda Maeda, incluindo na entrada, ponto bastante negativo que fez inclusive com que as pessoas perdessem os primeiros shows do dia.
Outra característica é que mesmo sendo o dia mais cheio, a maioria das pessoas parece ter ido para assistir shows específicos, o que fez com que ao final do dia o local tivesse quantidade bem parecida ou até menor do que os 2 primeiros dias de evento.
Veja agora o que rolou de melhor no último dia do festival e confira fotos exclusivas.
Gloria
Fotos: In Press / SWU
O Gloria subiu ao palco berrando e fazendo a alegria do público, principalmente feminino, que acompanhava a banda e cantava todas as músicas vigorosamente.
Interagindo bastante com o público, sugerindo rodas de pogo e dizendo palavras de motivação aos seus fãs, a banda fez muito barulho e pela reação do público presente merecia até mesmo mais tempo e um espaço mais nobre no line-up do festival do que bandas que viriam na sequência.
De qualquer forma, parabéns ao Gloria, que soube aproveitar bem seu espaço e mandou seu recado.
Crashdiet
O Crashdiet subiu logo após o Gloria, no Palco Ar, e não conseguiu empolgar o público nem perto da maneira que o Gloria o fez. Com seu hard rock e visual glam metal, os suecos pareciam empolgados e tentaram levantar o público, que não respondia bem, a não ser por alguns fãs declarados da banda que cantavam cada uma das músicas.
Para piorar a situação, o set dos caras foi encurtado para que as atrações maiores pudessem começar no horário, e antes mesmo que alguém pudesse começar a tentar entender a banda, o show acabou.
Rahzel
Confesso que fiquei confuso quando vi o Rahzel no palco pela primeira vez, já que tinha acabado de ver 2 bandas de rock pesado e o Palco Água foi tomado por um DJ e um rapper, o próprio Rahzel.
Tocando para fãs de Avenged Sevenfold, Linkin Park, Gloria e afins que estavam grudados às grades do festival, Rahzel trouxe hip hop para um dos palcos principais do festival e até conseguiu uma resposta positiva do público, mas parece nada ter acrescentado ao festival.
Talvez a organização tenha pensado em colocá-lo como um divisor de estilos, já que logo depois viria o Yo La Tengo, mas talvez a ideia não tenha sido das melhores.
Autoramas
Infelizmente devido ao batimento de horários com os palcos principais, consegui ver muito pouco dos shows da tenda Oi Novo Som, mas do que consegui ver, meu destaque foi para o Autoramas.
Volta e meia você lê por aí gente querendo definir o que é um power trio. Da próxima vez, mostre um vídeo do Autoramas pra essa pessoa e pronto, tá mais do que bem explicado.
Gabriel Thomaz, Bacalhau e Flávia Couri sabem muito bem como fazer o melhor do rock’n’roll com uma guitarra, um baixo e uma bateria, e não deixaram o público presente na tenda parar durante um segundo.
Faixas como “Você Sabe” e “Fale Mal De Mim” acompanhadas de dancinhas robóticas dos integrantes da banda levantaram o astral dos presentes e garantiram momentos de diversão a quem estava lá.
Rolou até uma cover de “Surfin’ Bird”, anunciada por Gabriel como uma música romântica, escrita por um lindo homem que sabia das coisas.
Parabéns ao Autoramas, que conseguiu mostrar a que veio no SWU e com certeza fez alguns fãs no fim de tarde do dia 11 do SWU.
Cavalera Conspiracy
Rock pesado, hip hop e novamente rock pesado. Assim continuou o dia 11 do SWU com todo o peso dos irmãos Cavalera e sua conspiração.
Na minha opinião esse foi um dos melhores shows do dia, já que Max e Iggor (agora com dois g no nome) pareciam estar bem à vontade por finalmente tocarem juntos no Brasil novamente e também pelas músicas do Sepultura que eles mandaram durante o set.
“Refuse/Resist” e “Roots, Bloody Roots” (ambas do Sepultura) foram pontos altos do show, mas músicas próprias como “Hex” e a inédita “Warlords” também empolgaram o público, bem como o pedido de Max para que rodas de pogo fossem abertas na multidão durante algumas músicas.
Ao final do show, o baterista Iggor Cavalera levou a família ao palco e agradeceu todos os presentes. Foda!
Setlist não oficial: aqui.
Avenged Sevenfold
Sem dúvida alguma os fãs de Avenged Sevenfold estavam entre os mais ansiosos e representativos na plateia do SWU.
Durante todo último dia do festival, o que mais se via na arena do SWU eram camisetas do A7X e do Linkin Park, e assim que as luzes foram desligadas e o nome da banda anunciado no telão, ouviu-se um coro gritando “Sevenfold! Sevenfold!” vindo da multidão.
O show começou com caracterização baseada no disco mais recente da banda, o “Nightmare”, desde a faixa título que foi a primeira do set até as imagens que passavam no telão e os efeitos sonoros antes do show.
Ao melhor estilo roqueiro/metal, o vocalista da banda M. Shadows corria pra lá e pra cá com seu óculos escuros, bandana e boné, parando volta e meia para conversar com o público e agradecer pela receptividade dos brasileiros lá presentes.
A banda parecia estar em perfeita sintonia e o talentosíssimo novo baterista da banda Mike Portnoy (ex-Dream Theater), incorporou seu estilo ao da banda que agora recebe atenção full time de Portnoy, já que ele decidiu abandonar o Dream Theater, que montou há tempos atrás.
Um show preciso, coerente e que fez marmanjos berrarem e menininhas chorarem (muitas delas foram tiradas pelos bombeiros pois passavam mal coladas à grade da pista comum) mas que deixou alguns fãs desapontados pela falta de sons mais antigos.
Ao final do show, uma homenagem a Rev, o baterista anterior da banda que faleceu antes do lançamento desse novo disco.
Setlist não oficial: aqui.
Incubus
Desde antes do festival o Incubus já anunciava que estava muito feliz em voltar ao Brasil, e que queria fazer um grande show por aqui. Prova disso é que o palco deles no SWU foi enfeitado com bandeiras do nosso país.
Abrindo o show com “Megalomaniac”, a banda fez um show com 15 músicas e além de ser aclamada pelos fãs ganhou o respeito do público que estava ali e não conhecia, já que Brandon Boyd com sua grande voz e o resto dos membros da banda mostram que estão mais afinados do que nunca.
Terminando o show com “Wish You Were Here”, a banda deixou o palco deixando a impressão de ter feito um grande show no Palco Água do SWU, e entre as opiniões que ouvi, muitas diziam que esse tinha sido um dos melhores shows do festival.
Setlist não oficial: aqui.
Queens Of The Stone Age
O último dia do SWU havia começado com atrasos nas apresentações das primeiras bandas, o que fez com que a organização diminuísse o set de bandas “menores” para que à noite as atrações principais começassem no horário marcado, já que durante todo o festival esse sempre foi respeitado.
Acho que a organização só não contava com o atraso de quase uma hora do Queens Of The Stone Age, que teria subido ao palco dentro do previsto não fosse esse chamado “atraso técnico”.
Mas posso garantir que o primeiro e único grande atraso dos 3 dias de festa valeu a pena.
Começando o show com a batida marcante de “Feel Good Hit Of The Summer” e colando “The Lost Art Of Keeping A Secret” na sequência, o QOTSA mostrou porque é uma das maiores bandas de rock do mundo, e que sabe tocar como poucas no planeta.
A técnica dos músicos, o entrosamento e a originalidade de cada uma das canções da banda faz com que seja impossível não prestar atenção no set dos caras, e ir atrás de toda a discografia deles assim que chegar em casa.
O vocalista da banda, Josh Homme, parecia estar empolgado quanto ao mar de gente que ele via à frente do palco, e assim como outros artistas da festa disse que desejava saber falar algumas palavras em Português, mas que não sabia, então falaria em Inglês mesmo que o público estava de parabéns e tudo mais. Aquela moral pra ganhar a plateia.
Antes de “Go With The Flow” Josh disse inclusive que o clima estava muito bom para que a gente “fosse com a corrente”.
É difícil escolher um ponto alto em um show que surpreende e é simplesmente espetacular do começo ao fim, mas próximo ao final do setlist “No One Knows” deixou bem claro toda a força do Queens Of The Stone Age.
Junto com Rage Against The Machine, Sublime e Infectious Grooves, esse foi um dos melhores shows do festival.
Setlist não oficial: aqui.
Pixies
Fotos por In Press / SWU.
Sempre que o Pixies anuncia shows em terras brasileiras é uma comoção geral por parte dos indies e não-tão-indies-assim que acompanharam o auge da banda durante os anos 80/90.
Para não deixar ninguém decepcionado, a banda mandou um setlist repleto de sucessos de toda a carreira, pra fazer qualquer fã ficar alucinado, como aconteceu pra quem tava na arena Maeda ou em casa assistindo pela televisão.
Sons como “Debaser”, “Here Comes Your Man” e “Where’s My Mind?” mostraram que a banda tem um arsenal poderoso de hits que podem conduzir um show da melhor forma possível.
Ao final do show, muita gente deixou o local do festival, mostrando que muito provavelmente estava ali só pra acompanhar o Pixies.
Setlist não oficial: aqui.
Linkin Park
A expectativa em cima do Linkin Park era grande, e como citei na resenha do Avenged Sevenfold, camisetas da banda eram vistas aos montes pela arena durante o último dia de festival.
Para praticamente fechar o evento aos roqueiros, já que a última atração oficial era o DJ Tiesto, a banda mandou um set enorme, de quase 2 horas, sendo que muitas dessas foram um tanto quanto enfadonhas.
Não há como negar que a banda tem suas qualidades, como o entrosamento e a voz do vocalista Chester, mas ao experimentar com novos sons e criar espécies de interlúdios entre as músicas, utilizando apenas de vocal e piano, a banda não conseguiu empolgar e fez com que boa parte do público que ainda estava na arena deixasse de prestar atenção ao show durante esses momentos.
Bastava porém começar um riff conhecido, de faixas como “Crawling”, “One Step Closer” e “In The End” que a plateia vibrava novamente, pulava e cantava junto.
Ao final do show, muita gente já havia ido embora, e quem ficou pra ver o set foram os fãs mais fervorosos da banda que, tenho certeza, não ficaram desapontados com o que viram.
Setlist não oficial: aqui.