Como você viu aqui durante a semana, muito se falou a respeito de uma entrevista dada pelo ex vocalista do Raimundos, Rodolfo Abrantes, à revista Trip.
Nela, o cantor gospel disse que se arrepende 100% das letras que compôs para a banda, o que causou revolta entre membros atuais como Rodolfo e Canisso, principalmente porque segundo eles, Rodolfo recebe boas quantias de direitos autorais das letras.
Falando novamente à Trip para mostrar o seu ponto de vista, ele deu uma longa declaração, pediu desculpas aos fãs e integrantes do Raimundos, falou que há uma perseguição religiosa no país e que não vive às custas da banda de rock.
Leia logo abaixo:
Fico triste com a dimensão e o rumo que minha entrevista tomou, e creio que devo explicações a todos que se sentiram desapontados ou ofendidos por minhas declarações. Nunca foi minha intenção denegrir, expor ou culpar qualquer pessoa pelos problemas que tive no passado que não fosse eu. Por isso, minhas sinceras desculpas aos fãs e integrantes do Raimundos, que possam ter levado pra esse lado.
Sinto também que devo, de forma abreviada, explicar como recebo direitos autorais. Desde 1994 recebo royalties pelas canções que escrevi ou tive alguma participação. Sou compositor e essa é minha principal fonte de renda. É lícito, é digno, me permite pagar tributos e me permite servir à igreja voluntariamente, por amor e sem precisar cobrar altos cachês.
Nesses vinte anos lancei, se não me falha a memória, onze CDs. Seis com o Raimundos, dois com o Rodox, quatro do meu ministério, além de várias participações nos projetos de bandas como Charlie Brown Jr., Natiroots, Strike, Pregador Luo. Artistas como Nengo Vieira e Lucas Souza também regravaram algumas canções de minha autoria. A instituição que arrecada os valores que tenho direito como autor, repassa mensalmente o que me é devido, num só depósito. Portanto, eu não vivo às custas do Raimundos, mesmo porque eu não toco nenhuma música deles. Eu recebo os direitos autorais por toda obra que escrevi durante minha vida.
Também entendo que num país onde vivemos uma declarada perseguição religiosa (e todo esse barulho é 100% por causa da minha fé) é quase que prazeroso chamar um cristão de hipócrita. Nada que eu nunca tenho ouvido, aliás, há 13 anos é o mais leve que eu ouço. Não sou, nem tento passar a ideia de alguém perfeito. Sou, sim, um pecador que é totalmente dependente da misericórdia de Deus. Espero melhorar com o tempo, e peço ao Senhor que me dê mais sabedoria quando falar.
Fonte: Folha